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OUTONO FLUMINENSE
Cidade mescla sofisticação com a autenticidade da antiga vila pescadores
Até sem sol Búzios entrosa turista
MARGARETE MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A BÚZIOS (RJ)
Sintonizar-se com o espírito de
Búzios não precisa necessariamente de um calor de rachar. A
graça despretensiosa ancorada na
rua das Pedras, na estátua de Brigitte Bardot na orla batizada em
sua homenagem, nos hotéis charmosos, nas árvores de flamboaiã,
nos restaurantes que servem itens
à base de frutos do mar, numa
massagem ou em passeios de barco faz o turista facilmente se entrosar com o sol de outono.
A sofisticação da península
emerge nos barquinhos estacionados em Armação de Búzios, na
peixaria em Manguinhos, nos bares pé na areia e nos aqua-táxi
descolados, que transportam visitantes de uma prainha para outra.
A mistura está feita, e talvez por
isso tantos estrangeiros busquem
essa cidade, a 190 km do Rio, para
descansar ou fincar raízes. São
franceses, italianos, alemães e especialmente argentinos, que se
apaixonaram pela península e
dão sabor a ela. A presença desses
últimos é tão forte que carrinhos
de milho avisam a venda de "choclo"; placas indicam "locutórios"
(cabines telefônicas), empanada
(tipo de pastel) e "helado" (sorvete) nas ruas.
Não é raro ouvir histórias e
aventuras desses forasteiros pioneiros, que chegaram a Búzios
quando tudo era primitivo.
A argentina Amalia de la Maria
chegou a Búzios há 35 anos, numa
parada rumo à Europa, onde iria
trabalhar. Era para visitar um primo, que, na época, morava ali.
Apaixonou-se: por Búzios e por
um brasileiro, seu primeiro marido. O casal montou uma pousada
ao lado da casa onde viviam.
"Uma vez um hóspede queria
lagosta, pedi para o meu marido ir
pescar. Ele demorou, foi até a
praia dos Ossos nadando, e o hóspede morrendo de fome", conta a
argentina, dona do hotel Casas
Brancas. Era tudo meio improvisado, mas "não éramos hippies",
afirma Amalia.
Num dia de sol, a vista da praia
de Armação de Búzios é como um
quadro. Vêem-se barcos com turistas passando em frente da ilha
do Caboclo, enquanto barquinhos de pescadores pincelam sobre o mar. Quem chega pela praia
do Canto em direção a Armação
quase acredita ver pescadores em
ação puxando uma rede. Trata-se,
na verdade, da escultura "Três
Pescadores", da artista plástica
Christina Motta,
que deu vida à estátua de Bardot,
tão clicada por visitantes.
As praias de Búzios são todas
pequenas e talvez, por isso, a Azeda tenha, ao lado, a Azedinha; a
João Fernandes, a João Fernandinho; além da Ferradura e da Ferradurinha. Vale tomar uma invenção dali, os mais de 20 táxis-barcos na praia dos Ossos, e seguir até a Azedinha e ver as encostas com cactos (leia na pág. F4).
Os preços variam com a cara do
freguês, a distância e a fidelidade
ao serviço deles. Agora, como é
baixa temporada, até o aqua-táxi
sai mais em conta. E eles deixam o
número do celular para o turista
chamá-lo na volta.
Também dá para escolher um
passeio pelas praias tomando outras embarcações, como a lancha
de Jonas dos Reis (0/xx/22/9909-7598), que faz um roteiro por até
12 praias e quatro ilhas, ou um
barco inflável, o Buziosnauta
(www.buziosnauta.com.br; 0/
xx/22/2623-9005), que tem itinerário pela enseada e pelo costão.
Se de dia o jeito é zanzar entre
uma das 23 praias na península, à
noite, o programão é circular pela
rua das Pedras, dar uma espiada
nas lojas da travessa dos Arcos e
se preparar para jantar num dos
ótimos restaurantes de Búzios.
Margarete Magalhães hospedou-se a
convite do Casas Brancas Hotel & Spa
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