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OUTONO FLUMINENSE
A modelo de Christina Motta era a musa francesa "de cara lavada" das fotos feitas por Denis Albanese
Artista esculpiu Bardot do verão de 1964
DA ENVIADA ESPECIAL A BÚZIOS (RJ)
A escultura de bronze de Brigitte Bardot é constantemente clicada por quem passa na orla Bardot.
A estátua delicada, mas que pesa
160 quilos, é de autoria da artista
plástica paulista Christina Motta,
que viveu 21 anos em Londres e,
desde 1991, mora numa casa em
Manguinhos. Leia entrevista concedida à Folha em Búzios.
(MM)
Folha - De quem foi a idéia de ter
uma Brigitte Bardot em Búzios?
Cristina Motta - Quem propôs a
estátua foi Mario José, dono do
Cine Bardot e então secretário da
Cultura e presidente da associação comercial. Búzios foi crescendo e, quando começaram a fazer a
orla e viram a beleza dela, ele me
perguntou: "Você não quer fazer
uma Brigitte?". Dois meses depois
inaugurávamos a estátua.
Folha - Como conseguiu fazer a
estátua sem a modelo?
Motta - Ela esteve aqui em 1964.
Começamos a procurar um casal
de amigos que tinha um livro e
conseguimos fotos de Denis Albanese, um dos fotógrafos e amigo
do namorado que a trouxe para cá
[leia abaixo]. Albanese tinha fotos
ótimas e nos cedeu algumas delas.
Resolvi fazer Brigitte como ela estava. E aqui ela estava de cara lavada. Fiz com aquela sapatilha
bem delicada, em que aparecem
os dedinhos. Foi inaugurada em
grande estilo. O prefeito se entusiasmou, e a segunda parte seria
uma homenagem aos pescadores
[a peça fica na praia de Armação].
Eu já tinha uma maquete. Tive
sorte, porque nunca tinha feito
nada dentro da água. Os "Três
Pescadores" têm dois metros de
altura. Pedi ao fotógrafo, que tinha 1,95 m, para ser meu modelo.
Alugamos um andaime, e pedi
para ele subir. Marquei com três
pedras de vergalhão, botei três
bandeirinhas amarelas para saber
onde colocá-las depois.
Folha - O que sentiu ao ver a estátua de Bardot depredada em 2005?
Motta - Fico aborrecida, mas,
por outro lado, dá publicidade. Isso foi num sábado, quebraram o
braço e arrancaram o chapéu. No
domingo seguinte chegaria o prefeito de St. Tropez. Em cinco dias
restauramos a peça.
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