São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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OUTONO FLUMINENSE

A modelo de Christina Motta era a musa francesa "de cara lavada" das fotos feitas por Denis Albanese

Artista esculpiu Bardot do verão de 1964

DA ENVIADA ESPECIAL A BÚZIOS (RJ)

A escultura de bronze de Brigitte Bardot é constantemente clicada por quem passa na orla Bardot. A estátua delicada, mas que pesa 160 quilos, é de autoria da artista plástica paulista Christina Motta, que viveu 21 anos em Londres e, desde 1991, mora numa casa em Manguinhos. Leia entrevista concedida à Folha em Búzios. (MM)
 

Folha - De quem foi a idéia de ter uma Brigitte Bardot em Búzios?
Cristina Motta -
Quem propôs a estátua foi Mario José, dono do Cine Bardot e então secretário da Cultura e presidente da associação comercial. Búzios foi crescendo e, quando começaram a fazer a orla e viram a beleza dela, ele me perguntou: "Você não quer fazer uma Brigitte?". Dois meses depois inaugurávamos a estátua.

Folha - Como conseguiu fazer a estátua sem a modelo?
Motta -
Ela esteve aqui em 1964. Começamos a procurar um casal de amigos que tinha um livro e conseguimos fotos de Denis Albanese, um dos fotógrafos e amigo do namorado que a trouxe para cá [leia abaixo]. Albanese tinha fotos ótimas e nos cedeu algumas delas. Resolvi fazer Brigitte como ela estava. E aqui ela estava de cara lavada. Fiz com aquela sapatilha bem delicada, em que aparecem os dedinhos. Foi inaugurada em grande estilo. O prefeito se entusiasmou, e a segunda parte seria uma homenagem aos pescadores [a peça fica na praia de Armação]. Eu já tinha uma maquete. Tive sorte, porque nunca tinha feito nada dentro da água. Os "Três Pescadores" têm dois metros de altura. Pedi ao fotógrafo, que tinha 1,95 m, para ser meu modelo. Alugamos um andaime, e pedi para ele subir. Marquei com três pedras de vergalhão, botei três bandeirinhas amarelas para saber onde colocá-las depois.

Folha - O que sentiu ao ver a estátua de Bardot depredada em 2005?
Motta -
Fico aborrecida, mas, por outro lado, dá publicidade. Isso foi num sábado, quebraram o braço e arrancaram o chapéu. No domingo seguinte chegaria o prefeito de St. Tropez. Em cinco dias restauramos a peça.


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