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Recanto guarda ar português e gosto de ostra
DA ENVIADA ESPECIAL
"Um pedacinho de terra perdido no mar." Foi assim que Cláudio Alvim Barbosa, o Zinhinho,
descreveu Florianópolis na canção "Rancho de Amor à Ilha", de
1965. Três anos depois, ela virou
hino oficial do município, e, ao
contrário do que acontece em
muitas cidades brasileiras, hoje
grande parte dos florianopolitanos sabe de cor a letra da música.
Quarenta anos depois, o tom
idílico do verso ainda corresponde à atmosfera de alguns recantos
da ilha. O mais significativo deles
é o Ribeirão da Ilha, comunidade
que fica no extremo sul de Florianópolis, a 27 km do centro. Ali os
primeiros imigrantes açorianos se
instalaram, por volta de 1748.
A arquitetura típica de Açores
permanece predominante na paisagem, com casas baixas de grandes janelas e paredes grossas, algumas construídas à base de pedra e óleo de baleia, com cerca de
200 anos de idade.
Além do sossego, que dá o clima
de cidade do interior, o que atrai
visitantes ao Ribeirão são os diversos restaurantes especializados em ostras, cultivadas no mar
que fica ali do outro lado da rua.
A maioria dos moradores da região trabalhava com a pesca e,
quando o peixe acabou (graças à
prática predatória, que emprega
redes que arrastam muito mais do
que as espécies comercializáveis),
o cultivo de ostra foi a salvação.
Hoje, as "plantações" são o sustento dos pescadores, que estão
felizes por poderem continuar em
seu recanto típico "manezinho".
Para experimentar a especialidade local, há o Rancho Açoriano
(R$ 12 a dúzia de ostras frescas) e
o bem-humorado Ostradamus
(R$ 19 a dúzia).
Outro passeio agradável longe
da badalação é a trilha para a praia
de Naufragados, no extremo sul
da ilha. Bem marcado e sem grandes dificuldades, o caminho até a
praia leva cerca de 50 minutos.
Na volta, há duas possibilidades: refazer a trilha a pé ou retornar de barco. Há quatro pequenos
restaurantes em Naufragados,
que sevem peixes e frutos do mar,
mas, como a trilha é fácil, pode-se
carregar uma mochila e fazer seu
próprio lanche. A praia faz parte
da área de preservação do Parque
Estadual do Tabuleiro e tem muitas árvores com sombra abundante, então não há problemas de
passar o dia todo ao ar livre.
Em contraste com a lagoa da
Conceição, ponto de encontro dia
e noite no norte da ilha, há, no sul,
a lagoa do Peri. Ideal para passeios com crianças, ela tem boa
estrutura de lazer, com mesas e
churrasqueiras, parque infantil,
banheiros e lanchonete. De água
doce e limpa, a lagoa é ótima para
banho e passeios de caiaque.
A área é conservada inalterada
desde 1981, quando foi tombada
como patrimônio natural do município, e conta com uma trilha e
duas cachoeiras preservadas.
Para quem quiser explorar a
fundo a lagoa, a pousada Além do
Mar oferece hospedagem a 400 m
do parque (R$ 110 a diária para
casal, com café; reservas: 0/xx/
48/3237-5600; www.alemdomar.com.br), com passeios guiados
para o Peri, a praia da Armação e
a lagoinha do Leste.
Ostras - Rancho Açoriano: 0/xx/48/
3337-0848; Ostradamus: 0/xx/48/3337-5711
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