São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Recanto guarda ar português e gosto de ostra

DA ENVIADA ESPECIAL

"Um pedacinho de terra perdido no mar." Foi assim que Cláudio Alvim Barbosa, o Zinhinho, descreveu Florianópolis na canção "Rancho de Amor à Ilha", de 1965. Três anos depois, ela virou hino oficial do município, e, ao contrário do que acontece em muitas cidades brasileiras, hoje grande parte dos florianopolitanos sabe de cor a letra da música.
Quarenta anos depois, o tom idílico do verso ainda corresponde à atmosfera de alguns recantos da ilha. O mais significativo deles é o Ribeirão da Ilha, comunidade que fica no extremo sul de Florianópolis, a 27 km do centro. Ali os primeiros imigrantes açorianos se instalaram, por volta de 1748.
A arquitetura típica de Açores permanece predominante na paisagem, com casas baixas de grandes janelas e paredes grossas, algumas construídas à base de pedra e óleo de baleia, com cerca de 200 anos de idade.
Além do sossego, que dá o clima de cidade do interior, o que atrai visitantes ao Ribeirão são os diversos restaurantes especializados em ostras, cultivadas no mar que fica ali do outro lado da rua.
A maioria dos moradores da região trabalhava com a pesca e, quando o peixe acabou (graças à prática predatória, que emprega redes que arrastam muito mais do que as espécies comercializáveis), o cultivo de ostra foi a salvação.
Hoje, as "plantações" são o sustento dos pescadores, que estão felizes por poderem continuar em seu recanto típico "manezinho".
Para experimentar a especialidade local, há o Rancho Açoriano (R$ 12 a dúzia de ostras frescas) e o bem-humorado Ostradamus (R$ 19 a dúzia).
Outro passeio agradável longe da badalação é a trilha para a praia de Naufragados, no extremo sul da ilha. Bem marcado e sem grandes dificuldades, o caminho até a praia leva cerca de 50 minutos.
Na volta, há duas possibilidades: refazer a trilha a pé ou retornar de barco. Há quatro pequenos restaurantes em Naufragados, que sevem peixes e frutos do mar, mas, como a trilha é fácil, pode-se carregar uma mochila e fazer seu próprio lanche. A praia faz parte da área de preservação do Parque Estadual do Tabuleiro e tem muitas árvores com sombra abundante, então não há problemas de passar o dia todo ao ar livre.
Em contraste com a lagoa da Conceição, ponto de encontro dia e noite no norte da ilha, há, no sul, a lagoa do Peri. Ideal para passeios com crianças, ela tem boa estrutura de lazer, com mesas e churrasqueiras, parque infantil, banheiros e lanchonete. De água doce e limpa, a lagoa é ótima para banho e passeios de caiaque.
A área é conservada inalterada desde 1981, quando foi tombada como patrimônio natural do município, e conta com uma trilha e duas cachoeiras preservadas.
Para quem quiser explorar a fundo a lagoa, a pousada Além do Mar oferece hospedagem a 400 m do parque (R$ 110 a diária para casal, com café; reservas: 0/xx/ 48/3237-5600; www.alemdomar.com.br), com passeios guiados para o Peri, a praia da Armação e a lagoinha do Leste.


Ostras - Rancho Açoriano: 0/xx/48/ 3337-0848; Ostradamus: 0/xx/48/3337-5711


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