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OUTONO CATARINENSE
Fortalezas e mercado atraem quem foge da água a 18C
Passado toma o lugar do mar nos dias mais frios
DA ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Nem só de praias vive Floripa.
Se faltar coragem para encarar
um traje de banho -a temperatura média em maio na capital catarinense é de 18C-, há outra
atração cidade a ser explorada: os
passeios históricos.
O melhor roteiro desse tipo é o
conjunto de fortalezas erguidas
no século 18, quando o sul do Brasil era disputado por Portugal e
Espanha. O sistema defensivo florianopolitano era composto por
nove construções, com destaque
para as fortalezas de Santa Cruz,
São José da Ponta Grossa e Ratones, que formavam um triângulo
de fogo cruzado no norte da ilha.
Hoje, oito fortes ainda existem; alguns em ruínas.
O conjunto mais bem conservado é o de Santa Cruz, que fica na
ilha de Anhatomirim, a noroeste
de Florianópolis. Tombada como
patrimônio histórico e artístico
nacional em 1938, a fortaleza é
mantida pela Universidade Federal de Santa Catarina e está aberta
todos os dias, das 9h às 17h.
Para chegar lá pode-se embarcar em uma das escunas que saem
diariamente do trapiche da avenida Beira Mar Norte, sob a ponte
Hercílio Luz, ou da praia de Canasvieiras, pela manhã e no começo da tarde. A Scuna Sul oferece passeios com paradas nas ilhas
de Anhatomirim e Ratones Grande e na baía dos Golfinhos, por R$
30. Os passeios duram entre quatro e seis horas, com parada para
almoço, cobrado à parte. Vale a
pena preparar um lanche e fazer
um piquenique, já que as ilhas são
arborizadas e gramadas.
Por terra, um passeio no centro
também tem referências históricas. O Mercado Municipal, que foi
recentemente reformado após
um incêndio, é a principal. É diferente de outros mercados tradicionais. Lá, além de frutas, verduras e peixes fresquinhos, são vendidos também sapatos, fantasias,
panelas, lápis e roupas.
Embora os corredores sejam estreitos, e a iluminação não seja generosa, no meio da balbúrdia fica
um dos bares mais famosos da cidade, o Box 32. É onde celebridades se misturam aos turistas e aos
peixeiros -como são chamados
os pescadores. Quem pode não
deixa de saborear um chope e
uma porção de ostras (R$ 25 uma
dúzia). A iguaria, que é cultivada
em Florianópolis e exportada para todo o país, está entre os pratos
mais simples do cardápio, que inclui até caviar (R$ 65 a porção).
Ao lado, há a antiga alfândega,
construção de 1876, quando o
mar chegava à porta do mercado.
Hoje, as ondas passam longe, por
conta de um aterro. A paisagem
antiga, com construções de filiação neoclássica, com o mar bem
perto, lembraria Paraty, mas o asfalto diminui a graça.
Fechada para reformas por
tempo indeterminado, depois de
boatos sobre o perigo de cair, a
ponte Hercílio Luz só pode ser
vista à distância. O cartão-postal,
porém, continua: a iluminação à
noite dá charme à cidade, e a ponte serve como um "colar de pérolas" à bela Florianópolis.
(GISELE PUNGAN)
Scuna Sul - 0/xx/48/3225-4425; www.scunasul.com.br
Box 32 - 0/xx/48/3224-5588; www.box32.com.br
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