São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2005

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ÉBRIO

Museu em Paty do Alferes defende que "cachaça é cultura" e expõe quadros e documentos

Alambiques propagandeiam destilado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No que depender da empolgação dos empresários do Vale do Café, a cachaça dominará o mundo em pouco tempo.
Para o empresário carioca João Luiz de Faria, que há cinco anos produz em Miguel Pereira (RJ) a Magnífica (nome dado à bebida em homenagem a sua esposa), "a cachaça vai ser o destilado mais importante do planeta".
Segundo Faria, a compatibilidade da bebida com frutas levará "a cachaça ao topo da lista das bebidas alcoólicas mais vendidas no mundo". O produtor enviou, em maio, 10 mil garrafas de Magnífica ao Reino Unido. A bebida tinha como destino uma cadeia de restaurante de comida latino-americana.
Quanto à invasão da vodca na receita da caipirinha, ele defende seu peixe: "A tal da caipivodca só está se dando bem porque a cachaça oferecida nos bares ainda é ruim, é a cachaça de coluna, feita de forma industrial, baratinha, mas que desce muito mal".
A garrafa Magnífica tem 750 ml e custa R$ 12 (a clara, envelhecida em ipê) e R$ 15 (a escura, envelhecida em carvalho).
Guilherme Aguiar, produtor da Caninha do Sossego de Barra do Piraí, destaca outro ponto para aqueles que estão começando a ver a aguardente com olhos mais atentos: "Cachaça não é tudo igual. Ela tem a cara do dono do alambique".
Usada por restaurantes da região do Vale do Café em batidas e aperitivos, a Caninha do Sossego é vendida em três tipos: a branca (R$ 5), que não envelhece, a amarela (R$ 7), envelhecida em tonéis de carvalho, e a reserva especial (R$ 15), com mais de cinco anos de envelhecimento.
O turista que for às cidades da serra do Mar deve visitar o Museu da Cachaça.
Instalado em Paty do Alferes (RJ) desde 1991 com o slogan "cachaça também é cultura", expõe garrafas e rótulos, além de quadros, documentos, artigos, livros e piadas sobre o destilado. (CTF)

Museu da Cachaça - r. Nova Mantiqueira 227, Paty do Alferes, Rio de Janeiro; aberto para visitação com acompanhamento de terça a sexta, das 9h às 18h; aos sábados, das 9h às 19h, e aos domingos e segundas, das 9h às 17h.


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