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Pulso madrileno bate em praça viva como a Sé
DA ENVIADA ESPECIAL
Um grande quadrado cercado
de prédios históricos. A praça
Mayor é uma espécie de praça da
Sé madrilena. Camelôs? Sim, estão lá. Meninos distribuindo papeizinhos com propaganda? Estão lá também. Mendigos? Lá
mesmo. A cidade passa por ali.
Embora pareça pouco atraente,
uma ida até a praça compensa.
Nada de cenário preparado, nada
de guias, nada de nada. A brincadeira é entrar no clima da cidade.
E constatar que a maior comunidade imigrante de Madri é de
equatorianos. E que, como aqui,
os latinos ganham uns trocados
cantando suas canções pelas ruas.
No térreo dos prédios que circundam a praça estão talvez as
melhores lojas de suvenires típicos (dos que beiram o brega aos
totalmente cafonas).
Por muitos anos, quando a cidade não tinha esgoto, a praça era
palco de cenas escatológicas. Tudo começava com o grito: "água!"
que saía da janela. Ao ouvi-lo, os
transeuntes se encostavam na parede. Então, vinha, janela abaixo,
os excrementos do dia produzidos naquela casa. Segundo a regra, quem queria dar a descarga
aérea tinha de gritar e contar até
dez antes de jogar o produto de
seu fétido balde pelos ares.
(HL)
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