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LITORAL ALAGOANO
Ao lado da indústria da pesca e do plantio de cana e coco, turismo ganha destaque na economia do Estado
Hoje, ócio à beira-mar é o grande negócio
DANIEL BRAMATTI
ENVIADO ESPECIAL A ALAGOAS
Com uma economia centrada
na exploração da cana-de-açúcar
e do coco, Alagoas, um dos Estados mais pobres do país, deposita
na indústria do turismo suas
maiores esperanças de crescimento. Para isso, além de obras
de infra-estrutura, investe na tentativa de superar a má fama deixada pelo uso pejorativo do termo
"república de Alagoas" da época
de Fernando Collor na Presidência da República.
Os trunfos para atrair visitantes
não são poucos: belas praias de
águas esverdeadas e mornas, sol o
ano inteiro, coqueiros à beira-mar e boa oferta de hotéis, principalmente na capital. Para completar, dois novos itens devem ser incorporados em breve ao cardápio:
um centro de convenções e um
aeroporto reformado e ampliado
em Maceió. Outro atrativo é a culinária típica, baseada em peixes,
crustáceos e moluscos do mar e
das lagoas da região -as tais a
que faz alusão o nome "Alagoas".
Maceió, porta de entrada para
quem deseja conhecer o Estado,
tem na orla um calçadão de cerca
de cinco quilômetros, com espaço
para pedestres e ciclistas. A cada
tanto há restaurantes, bares e
áreas para venda de artesanato.
Na ponta norte do calçadão está
a praia de Jatiúca, no bairro de
mesmo nome, área nobre da cidade tomada por edifícios de alto
padrão. É lá que ficam hotéis mais
caros, como o Jatiúca Resort e o
Meliá.
Seguindo rumo ao sul chega-se
à praia de Ponta Verde e, a seguir,
de Sete Coqueiros e Pajuçara, onde há opções mais baratas de hospedagem e feiras de artesanato,
que reúnem peças alagoanas, como as identificadas como sendo
de Coruripe, cujas bolsas e cestas
de pão são feitas de palha de ouricuri.
A praia de Pajuçara é famosa
pelas jangadas que levam turistas
até piscinas naturais formadas, na
maré baixa, a cerca de dois quilômetros mar adentro, próximo a
barreiras de coral.
Toda a região é cercada por corais, que dificultam a entrada de
correntes frias vindas do alto mar.
Com isso, a temperatura da água
chega a atingir 25C na costa.
A faixa de areia nas praias é estreita e fica superlotada aos sábados e domingos, mas há espaço de
sobra para os banhistas durante a
semana. A qualidade da água varia de acordo com as marés e o regime de chuvas -as condições de
balneabilidade em diversos trechos podem ser conferidas no site
do Instituto de Meio Ambiente de
Alagoas (www.ima.al.gov.br/Balneab.htm).
Longe da orla
Não há muito para se ver fora da
orla de Maceió. Alguns sobrados e
edifícios históricos foram preservados e reformados na região
central da cidade, mas estão cercados por prédios mais novos, o
que desfigurou o conjunto arquitetônico. Há bares e boates no
bairro histórico de Jaraguá, perto
do porto, antiga zona de prostituição que foi revitalizada. Visite a
Casa da Sogra (r. Sá e Albuquerque, 486), um divertido bar instalado numa casa onde funcionava
um prostíbulo que tem música ao
vivo e cadeiras na calçada.
Em uma área elevada perto da
catedral, no centro, há um mirante que permite a observação da
orla e do porto, em torno do qual
a cidade se desenvolveu até virar
capital da Província, em 1839
-até então a sede administrativa
ficava na cidade de Alagoas, atual
Marechal Deodoro.
É em Marechal Deodoro, a apenas 24 km ao sul de Maceió, que
está localizada a badalada praia
do Francês, uma das mais freqüentadas do Estado, sede de vários hotéis e pousadas. Muito procurada por surfistas, a praia também tem trechos de águas calmas
e piscinas naturais.
Daniel Bramatti, editor-adjunto de Cotidiano, viajou a convite da revista "Turismo e Negócios" e da TAM.
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