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COSTA ESMERALDA
Revoltosos do governo de Floriano Peixoto foram mortos no forte do séc.18, na ilha de Anhatomirim
Fortaleza de Santa Cruz elucida passado
DA ENVIADA ESPECIAL A SANTA CATARINA
A fortaleza de Santa Cruz, na
ilha de Anhatomirim, incita um
retorno à história militar, que vai
da tentativa da Coroa portuguesa
de proteger a ilha de Santa Catarina contra ataques de embarcações estrangeiras, no século 18, a
revoltas, prisões e degolas no século 19, no governo do marechal
Floriano Peixoto (1891-1894).
Entre mitos, verdades e fantasmas, Santa Cruz, administrada
pela UFSC e sob jurisdição do
município de Governador Celso
Ramos, é a maior fortaleza na região Sul e a mais bem conservada,
se comparada às vizinhas Ratones
e São José da Ponta Grossa, às
quais, no passado, competia a segurança da ilha num complexo
sistema de defesa triangular.
Tombada em 1938 como patrimônio histórico, a construção de
Santa Cruz, iniciada em 1739, foi
ordem de dom João 5º, rei de Portugal, em tempos de rixas por terras do Novo Mundo.
Anualmente, 140 mil visitantes
vão a Anhatomirim.
Do mar, avistam-se, na ilha de
45 mil metros quadrados, canhões e edifícios imponentes de
arquitetura colonial. Atracado o
barco, para chegar ao topo, atravessa-se um pórtico, cuja construção apresenta traços orientais,
que lembram um pagode chinês.
Olhando para os prédios, a casa
do comandante, o quartel das tropas, os canhões, o mar, as verdades e as mentiras vão pipocando.
Diz a lenda que, do forte, nunca
foi disparado um único tiro de canhão. Lorota. "Os canhões eram
utilizados para homenagem, para
sinalização. No sentido bélico,
nunca foram usados no século
18", explica Roberto Tonera, 41,
responsável pelas obras de restauro da fortaleza e coordenador do
projeto Fortalezas Multimídia
(leia texto ao lado).
Conta-se que, para a junção das
pedras no edifício mais significativo em Santa Cruz, o quartel das
tropas, era utilizado óleo de baleias. "Não há comprovação", diz.
Fato real: para lá foram levados
vários dos revoltosos da Revolução Federalista e da Revolta da
Armada, derrotados pelas tropas
de Floriano Peixoto em 1894.
"No combate com Floriano, pela primeira vez no Brasil, utilizaram-se torpedos, que afundaram
o Aquidaban. Entre 40 e 146 pessoas foram levadas a Anhatomirim e executadas sumariamente."
Segundo Tonera, a maioria teria
sido enforcada e não fuzilada (saída mais honrosa). Outra verdade.
A árvore dos Enforcados está lá
para os guias contarem a história.
Para ninguém se esquecer da
derrota, a cidade de Desterro recebeu o nome de Florianópolis,
em homenagem ao marechal que
ordenou o fim das revoltas no Sul.
Tour
A entrada para Anhatomirim
custa R$ 4 por pessoa. Para ir até
lá, há serviço de escunas que saem
de Florianópolis, dos trapiches de
Canasvieiras, Beiramar e sob a
ponte Hercílio Luz. A Scuna Sul
(tel. 0/xx/48/225-1806) cobra R$
25 por pessoa. O passeio sai por
R$ 30 na Paz na Terra (tel. 0/xx/
48/237-2025). Quem preferir pode contratar o serviço de lancha,
que custa R$ 350 o casal. Tels.: 0/
xx/48/9962-6315 e 0/xx/48/284-8358. O forte funciona das 9h às
17h.
(MARGARETE MAGALHÃES)
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