São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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100 KM DE SP

Atiçar o paladar é atividade marcante na pousada Ronco do Bugio

Cozinha e pouso piedadenses aguçam os cinco sentidos

Margarete Magalhães/Divulgação
O chef Walter Bueno exibe guloseimas servidas no café da manhã no loft de 150mē; ao fundo vista da serra de Paranapiacaba


DA ENVIADA ESPECIAL A PIEDADE (SP)

Mesmo que a finalidade da viagem seja o ócio total, os cinco sentidos vão ser trabalhados no ambiente de pouso e gastronomia do Ronco do Bugio, a 18 km do centro de Piedade. Instalada numa área de 12 alqueires a cerca de 950 metros de altitude e inaugurada no mês passado, a pousada combina roça e elegância. A comida de alta qualidade no restaurante convive com pitadas de decoração refinada, ingredientes e arquitetura roceiros.
Explica-se. Tanto o prédio do restaurante, aberto ao público seis meses antes do pouso, quanto as seis suítes da pousada foram montados usando portas, janelões e pisos de fazendas do século 19 de Minas Gerais, e o ar antigo orna com o forro moderno, feito de lascas de bambu tratado e que recebe coloração branca.
Explica-se também por que o pouso gastronômico atiça tato, olfato, audição, visão e, principalmente, o paladar, como alerta uma placa posta no caminho que leva o visitante à sede do restaurante, de 700 m2.
Nas suítes, cujas áreas variam de 50 m2 a 150 m2, a decoração é forrada de peças que pedem para ser tocadas. Espalham-se por cantos do quarto bonecos de papel-machê, cigarras de ferro feitas com bolinha de gude, rosas de madeira que servem de cabide, almofadas de "patchwork", gamelas com frutas frescas e balas feitas por moradores da região ensacadas com palha de milho, além de revistas e palavras cruzadas. Pode-se mexer em tudo. E levar qualquer item: mesa, cadeira, porta-chás, jogos de gamão ou dama. Tudo é "vendável".
O restaurante, que prima pela cozinha contemporânea, por sua vez, encarrega-se de deixar no ar o cheiro do caldo de carne ou das comidas preparadas na cozinha. Um dos pratos mais pedidos é o ossobuco com polenta cremosa e salada de agrião.
Já o barulho da água vindo da cachoeira próxima, os pássaros e, com sorte, o ronco do bugio (macaco), que batiza a pousada, pela manhã, aguçam os ouvidos.
Ao abrir a janela do quarto cedo, numa visão de 180, dá-se conta das árvores e da mata atlântica da serra de Paranapiacaba que cerca o local.
Mas o forte mesmo da pousada, capitaneada por Fuad Murad e Eduardo Duó, ex-donos do restaurante Santa Gula, em São Paulo, e dois outros sócio, é a comida do restaurante. Quase tudo o que se come ali é produzido em Piedade -um grande mercadão- e processado na cozinha do Ronco.
O café da manhã, que não tem hora para ser servido, segue um ritual bem lento, pois os alimentos são trazidos pelo garçom em cinco etapas, propositadamente, sem pressa. "Aqui é um "slow food'", brinca o chef Duó.
Primeiro vêm os cereais e três tipos de suco. A segunda fase comporta iogurte com mel, creme de abacate e as frutas frescas da época, decoradas sobre o prato. Na terceira chegam os frios, rabanada, pães caseiros recheados com chantilly e goiabada, pão de queijo, manteiga e geléias. O quarto turno é uma escolha individual: omelete, ovo mexido ou quente. No último round, é a vez das compotas e das fatias de bolo.
Na despedida, os hóspedes ganham uma cesta de mexerica piedadense colhida no dia ou de outro produto da estação.
As diárias na pousada variam de R$ 265 a R$ 690 por casal, com café e o regalo frutal. Já no restaurante, os pratos custam em média R$ 35 por pessoa. É bom fazer reserva. Funciona às sextas, das 18h às 23h, aos sábados, das 12h às 24h, e aos domingos, das 12h às 17h. (MARGARETE MAGALHÃES)



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