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"mi casa, su casa"
Brasil descobre o intercâmbio residencial
TROCA - Você passará as férias do outro lado do mundo, na casa de uma pessoa que nunca viu, enquanto ela vai passear na sua
PRISCILA PASTRE-ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma semana em Paris, a poucos metros do rio Sena e do museu do Louvre em uma casa
mobiliada, com banheiro, cozinha, uma bela sala e três quartos -um deles decorado para
receber até duas crianças.
Tudo isso pela fabulosa
quantia de... R$ 0. Não, não faltou digitar nenhum número. É
sério: essa matéria fala da possibilidade de se hospedar de
graça -ou com uma taxa anual
que não passa de US$ 120- para quem se cadastra nos programas de troca de casas disponíveis na internet. Ficar todo
esse tempo (sete dias) em um
bom hotel no centro de Paris
pode sair, para um casal, sem os
filhos, por mais de US$ 2.000.
Para passar bem longe desse
gasto, você também tem de estar disposto a abrir a sua residência -ou casa de veraneio-
ao dono da casa em que deseja
passar férias. É simples assim:
um vai para a casa do outro.
Os brasileiros começam a se
multiplicar na utilização dos sites que se oferecem como intermediários, mas ainda são
minoria. Das 17 mil casas cadastradas só no Home Exchange (www.homeexchange.com), um dos principais programas do gênero, pouco mais
de cem são de brasileiros.
Se dependesse dos corajosos
que já experimentaram, esse
quadro seria bem diferente. A
Folha conversou com 20 usuários. Todos recomendam. Mais
que isso, querem continuar
passando férias nesse esquema.
Passo a passo
Um namoro. É o que parece
essa busca pelo parceiro de troca de casas ideal.
Para começar essa espécie de
flerte é preciso, claro, ter algo
em comum: neste caso, a vontade de conhecer e de passar alguns dias onde o outro mora.
Depois de se cadastrar no site, de fazer aquela propaganda
caprichada -e honesta- da sua
casa e de dizer que lugares deseja conhecer, é hora de fuçar
nas informações alheias e enviar propostas de troca aos cadastrados mais interessantes
ou aos que mais se identificam
com o que você procura.
Com a ficha preenchida -e,
se for o caso, a taxa anual paga-
você pode mandar mensagens
para quantos outros usuários
quiser. É até recomendável ir
em busca de vários "pretendentes", já que muitos deles podem
não se interessar pelo que você
tem a oferecer e sequer responder ao seu primeiro contato.
Não há acesso a telefones ou
e-mails dos participantes. As
mensagens são enviadas pelo
site, que faz as vezes de ponto
de encontro. Só compartilha
informações pessoais quem
quiser levar o acordo adiante.
A luta pela conquista do "lar"
desejado inclui troca de fotos
da casa, da região e dos pontos
turísticos mais próximos, além
do acerto das melhores datas
para a viagem de ambos.
Se o "namoro" der certo, é
hora de abrir o jogo com detalhes mais íntimos da sua rotina,
como quais são os dias da semana em que é preciso colocar o lixo para fora ou como cuidar do
seu animalzinho de estimação,
caso tenha um.
Versão brasileira
Foi pensando em conquistar
o público brazuca que Ademar
Couto, 44, ex-diretor de banco
e fã do Home Exchange há cinco anos -e com dezenas de viagens por três continentes feitas
por intermédio do programa na
bagagem-, inaugurou recentemente a versão em português,
que recebeu o endereço
www.trocacasa.com.br.
"Em um ano, espero que
mais de mil interessados em
passar férias sem gastar se cadastrem", anima-se.
Lucien Mazik, presidente da
Intervac (www.intervac.com), programa de troca de casas fundado em 1953 e que tem
10 mil associados, deixa claro
que a empresa também começa
a apostar nesse público. "Já temos uma agente que fala português para esclarecer as dúvidas dos brasileiros", diz.
Para utilizar o Home Exchange -ou Troca Casa-, o interessado gasta US$ 99.95 por
ano. Na Intervac, US$ 120. Há
opções mais baratas, como o
Hospitality Exchange, e gratuitas, caso do Global Freeloaders.
Veja detalhes no quadro.
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