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AFRO-BAHIA
Memorial de mãe Menininha tem pertences da famosa ialorixá
Terreiros recebem turista, mas exigem respeito
DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
Um passeio de cunho espiritual
por Salvador não fica completo se
não tiver uma visita a um terreiro.
Mas vale lembrar que, embora sejam ícones soteropolitanos, eles
não são exatamente pontos turísticos, mas locais reservados a rituais religiosos. Portanto o turista
deve entrar ali com o mesmo respeito que entra em uma igreja.
Na cidade estão alguns dos terreiros mais famosos do Brasil, como o Ilê Iya Axé Iyamassê, conhecido como terreiro do Gantois, do
qual mãe Menininha foi ialorixá
por décadas e que teve iniciados
ilustres como Jorge Amado, Gal
Costa e Caetano Veloso.
O Gantois reabriu em julho deste ano, após três anos de luto por
conta da morte de mãe Cleuza, filha de mãe Menininha.
Agora, sob a batuta de mãe Carmem, o terreiro funciona de terça
a sábado. No local é possível conhecer o Memorial de Mãe Menininha, que reúne pertences da ialorixá. O terreiro e o memorial ficam no Alto do Gantois, 23, Federação (tel. 0/xx/71/336-9594).
Menos famoso, mas tão tradicional quanto o Gantois, é o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Às quartas-feiras, mãe Stella de Oxóssi
-Iya Odé Kayode- lê os búzios
para visitantes. É preciso marcar
horário, pois a procura é grande.
Ao visitar o terreiro, não deixe
de passar no museu Ilê Ohum Lailai (que quer dizer "a casa das coisas antigas"). O terreiro fica na
rua Direita do São Gonçalo do Retiro, 245, bairro Cabula (tel. 0/xx/
71/384-6800); o museu fica na
mesma rua, número 557, (tel. 0/
xx/11/384-0047) e funciona de segunda a sábado, das 13h às 17h.
Lá o visitante vê trajes e objetos
usados pelas ialorixás de toda a
história do terreiro, que surgiu
em 1909. Conhece as comidas de
cada orixá e plantas e instrumentos usados nos rituais.
O terreiro Casa Branca é o mais
antigo de Salvador, tem 200 anos.
Só por isso já merece uma visita.
Ele foi tombado como patrimônio histórico em 1986 e está em reforma desde janeiro. Mesmo assim, mãe Altamira Cecília, ou
simplesmente Tatá, prepara o Ilê
Axé Iyá Nassô Oká -o branco
templo sagrado de Iyá-, para a
festa de Oxalá, que será no último
final de semana deste mês. O terreiro fica na avenida Vasco da Gama, 463 (tel. 0/xx/71/334-2900).
O Ilê Oyá Omin Axá Nilá, comandado por mãe Deja, fica no
Parque Metropolitano do Abaeté,
em Itapuã (tel. 0/xx/71/249-7059).
Pertencente à nação Angola, o Bate Folha é tradicional e tem como
babalorixá o conceituado pai Edu.
O endereço é travessa de São Jorge, 65-E (tel. 0/xx/71/306-2163).
Os terreiros permitem que os
turistas assistam a alguns ritos,
como festas para orixás. Mas a
maioria deles proíbe que se tirem
fotos.
(HELOISA HELENA LUPINACCI)
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