São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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PRÓXIMA ESTAÇÃO

Viagem mescla ar kitsch e ritmo frenético

Idioma não é obstáculo para conhecer Moscou, cidade em plena ebulição econômica, cultural e religiosa

Getty Images
Catedral de São Basílio, do séc. 16; Ivan, o Terrível, teria mandado cegar o arquiteto para impedi-lo de fazer qualquer obra similar

LUCIANA COELHO
NA RÚSSIA

Com alguma dificuldade depois de três doses de Putinka -a homenagem etílica ao primeiro-ministro Vladmir Putin que se tornou a vodca mais vendida da Rússia- e do excesso de pop local na cabeça, você consegue chegar à calçada do animado bar. O grupo de taxistas espera ávido.
Um deles salta à frente, pede o endereço, grita o preço. "Piatsot!" Você regateia, mas topa -afinal, é quase verão, mas faz frio na latitude 55. Selado o negócio, você nota a viatura: um Lada, na melhor das hipóteses, fabricado nos anos 80.
Você tenta pôr o cinto de segurança. Não trava. Ele olha, balança a cabeça e ri: "Eu? Schumacher!". E sai voando pela Prospekt Mira, uma das maiores avenidas de Moscou. Incrível, você chega ileso.
O inglês não é comum, as caras dificilmente são amistosas à primeira vista e tudo parece improvisado. Mas, sim, não só é possível como é deveras interessante viajar à Rússia por conta própria. Como a necessidade de visto, o maior obstáculo para o viajante, está para ser abolida para os brasileiros, o momento é oportuno para se programar.
A ebulição econômica-cultural-religiosa que toma o país desde o início dos anos sob Putin-Medvedev não só não apagou as marcas soviéticas -que já persistiam uma década após o colapso da URSS- como trouxe de volta à tona sinais da Rússia imperial e uma ansiedade hipercapitalista.
Invariavelmente envoltos numa atmosfera kitsch e a um ritmo frenético, cada parque, prédio, estação de metrô, igreja ou habitante é um pequeno choque cultural.

Por baixo da terra
Nesta edição, o caderno de Turismo vai mostrar como o metrô pode ser seu grande aliado em uma visita a Moscou. Com 292,2 km de trilhos, ele proporciona aos moradores e aos turistas um passeio pela história da arte e cobre todos os pontos da cidade que não podem ficar de fora do seu roteiro.
Quem desce na estação Ploshchad Revolyutsii, por exemplo, se depara com 76 estátuas de bronze que exprimem o ideal da Revolução. Na superfície, estará perto de paradas obrigatórias, como a praça Vermelha e o mausoléu de Lênin.


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