Vida marinha do Atlântico, frio, e do Índico, quente, é exposta nas vitrines do Two Oceans Aquarium

DA ENVIADA ESPECIAL

Em uma cidade em que dois oceanos se encontram, o aquário Two Oceans, no V&A Waterfront, traz para a superfície dois mundos que se unem logo ali, no cabo da Boa Esperança, onde o Atlântico, frio, e o Índico, quente, se encostam.
Nas vitrines, nadam 3.000 espécimes de peixes, tubarões, águas-vivas e caranguejos, entre outros, que tomam horas do visitante -o aquário sugere de uma a duas horas de visita. Mas é fácil passar muito mais tempo do que isso hipnotizado pelo carrossel do tanque de predadores, em que tubarões, raias e tartarugas nadam em círculos, e pelo tanque Floresta Kelp, em que grandes peixes prateados circulam entre longas algas que dançam ao sabor do movimento da água, numa atmosfera que supera o efeito de uma aula de ioga ou de horas de meditação.

Cadê o branco?
Tubarãomaníacos podem ficam um pouco decepcionados. Na seção de predadores, dezenas de cartazes abordam hábitos, mitos e características do grande tubarão-branco. Mas na hora do vamos ver, o tanque tem apenas exemplares do tubarão spotted ragged tooth, que, apesar da cara de bravo -tem algumas fileiras de dentes aparentes- é relativamente pequeno, se comparado com o astro da classe -são, em média, 3,5 m versus 5 m.
O aquário, no entanto, está longe de ser decepcionante. A disposição das vitrines é surpreendente e rende momentos de filme de ficção científica, como nos tanques de águas-vivas. Eles são cilíndricos e ficam no meio das salas. Assim, ao olhar para aqueles animais quase transparentes se movimentando em pulsos pela água, por instantes tem-se a impressão de que eles estão flutuando do ar.

Quente e frio
A seção do Índico é marcada por cores. A corrente Agulhas varre a costa leste da África, rumo ao Sul, trazendo água quente dos trópicos. Esse fenômeno faz que o mar desse lado do país seja marcado pela diversidade de espécies e de cores.
No sentido contrário, a corrente fria Benguella vai rumo ao norte, ao longo da costa oeste da África, esfriando essa porção do Atlântico.
Na seção dedicada a esse oceano, há mais atrações do ponto de vista lúdico. Ali fica a Touch Pool, tanque em que se pode tocar as macias anêmonas, os pontudos ouriços e as viscosas algas marinhas. E também aquários com lentes de aumento no vidro, distorcendo baiacuzinhos que nadam atrás delas. O efeito é psicodélico.

Hora da refeição
O momento mais agitado do dia é o da alimentação dos animais. Assim, é bom usar os horários das refeições como base para planejar a visita. No tanque dos predadores, o repasto é às 15h. No tanque Floresta Kelp, a refeição se dá às quartas e aos domingos, às 12h. Aos domingos, há uma alimentação especial para tubarões. Os pingüins comem duas vezes ao dia, às 11h30 e às 14h30. E as focas, às 11h e às 14h. (HELOISA LUPINACCI)