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SALUT, BACO!
Região contém sub-regiões que têm ainda sub-regiões
Taça em punho ajuda a esquadrinhar o complexo e inigualável mapa enológico de Bordeaux e arredores
DA REDAÇÃO
Médoc está dentro de Bordeaux. E dentro de Médoc ficam Margaux, Pauillac e Listrac. Assim, Margaux está em Médoc, que está em Bordeaux.
É complicado mesmo. Mas, para interpretar os segredos de
Baco, vale tentar entender.
Bordeaux é o nome da região
produtora, assim como Champanhe e Borgonha. Dessa forma, do mesmo jeito que só podem ser chamados de champanhe os vinhos espumantes produzidos em Champanhe, só são
chamados de bordeaux os vinhos produzidos nessa região.
A região de Bordeaux é subdividida em outras. Cada uma
com sua especialidade -umas
se notabilizam pelos vinhos
tintos, outras pelos brancos.
O Médoc é o filé dos tintos,
reino da uva cabernet sauvignon. Ali estão os châteaux chamados Premier Grand Crus.
A história é a seguinte: em
1855, por ocasião da Exposição
Universal de Paris, a França
classificou os vinhos produzidos em Bordeaux por qualidade. A melhor é Premier Grand
Cru. E os cinco châteux que receberam essa classificação em
1885 estão no Médoc.
Mas há outras centenas de vinícolas ali. E o Médoc tem, para
facilitar -ou complicar- a vida
dos bebedores, denominações
comunais em 6 de suas 27 cidades. São elas: Saint-Estèphe,
Pauillac, Saint-Julien, Margaux, Moulis e Listrac.
Outras
A região de Graves fica quase
dentro de Bordeaux e se estende às margens do Garrone. O
nome da região vem do tipo de
pedrisco que cobre o terreno.
Mas como nada é muito simples nessa história, em que pequenos condados têm nomes
reconhecidos mundo afora,
dentro de Graves fica Sauternes. Sauternes é desses casos
em que o nome da região vira o
nome do vinho. Aqui é feito um
vinho licoroso branco que faz
virar os olhos dos enófilos.
O vinho de Sauternes vem de
uvas sémillon atingidas pelo
que se chama de podridão nobre. Elas são atacadas por um
fungo chamado botrytis cinerea. O fungo desidrata a uva.
Com pouca água, na fermentação o resultado da concentração do açúcar é um teor alcoólico mais alto e um vinho licoroso, com textura de licor e sabor
adocicado. O mais célebre produtor dessa região é o Chateau
d'Yquem (www.yquem.fr).
A região de Entre-Deux-Mers é a maior e ali são produzidos vinhos tintos e brancos.
O nome da região se deve ao fato de ela estar contida entre os
rios Garrone e Dordonha.
Saint-Emilion é outra região
importante, que passou mais
de um século lutando por reconhecimento. Ocorreu que, na
classificação de 1855, os vinhos
de Saint-Emilion não foram
listados. Só em 1958 os rótulos
dessa região foram incluídos na
lista, agora revisada de tempos
em tempos. A última lista é de
2006 (www.inao.gouv.fr).
Por fim, o Pomerol, que é colado em Saint-Emilion, é pequenino, mas tem um supertrunfo: o Chateau Petrus, cujas
garrafas custam mais de 900,
e esse é o preço de uma safra
ruim.
(HELOÍSA LUPINACCI)
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