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ESCALAS ERUDITAS
Leipzig homenageia Bach com acervo simples, mas oficial
No sobrado que abriga o acervo, visitante ouve músicas do compositor e vê instrumentos originais
DA FOLHA ONLINE, EM LEIPZIG
Pouco mais de duas horas a
bordo do rapidíssimo trem
TGV separam Berlim de Leipzig. Localizada no leste da Alemanha, com 500 mil habitantes, essa é a maior cidade do Estado da Saxônia e tem a honra
de abrigar o pequenino, porém
oficial, museu Bach.
Todos os anos, dezenas de
milhares de pessoas da Alemanha e do mundo todo se dirigem a Leipzig, especialmente
em março e julho, para render
homenagens ao maior músico
que este planeta já viu. São os
meses de nascimento (21 de
março de 1685) e morte (28 de
julho de 1750) de Johann Sebastian Bach.
O museu é realmente modesto, talvez como o era Bach em
vida. Funciona em um sobrado
de alguns cômodos nos quais é
possível apreciar uma pequena
coleção de instrumentos musicais originais, ouvir parte de
sua obra em fones de ouvido,
ver algumas reproduções, gravuras e, infelizmente, pouquíssimas partituras originais (a
maioria está em Berlim).
Diante do museu fica a estátua daquele senhor rechonchudo. Nem parece que ele mudou
para sempre a história da música, a afinação de todos os instrumentos musicais e a própria
arte da composição. Mas não é
isso que o local deixa transparecer. Até o shopping local é
modestinho.
Próximo ao museu Bach está
a igreja de São Tomás (Thomaskirche). O compositor teve
na cidade e nessa igreja em especial o posto de "kantor" (professor e diretor musical) de
1723 até sua morte.
Dentro da Thomaskirche há
uma suntuosa lápide com o nome do compositor talhado no
metal dourado. É um dos locais
mais fotografados de Leipzig.
Se está atrás de correção histórica, esqueça: não há nem
uma só poeirinha de DNA pertencente a Johann Sebastian
Bach naquele túmulo. Assim
como outro gênio, Mozart, ninguém sabe onde Bach foi enterrado. Está em algum lugar de
Leipzig, mas sabe lá Deus onde.
Outros ilustres
A cidade exala cultura -e
música- universal em qualquer canto. Richard Wagner
(1813-1883) nasceu ali. Felix
Mendelssohn (1809-1847)
também. Robert Schumann
(1810-1856) morou lá.
Criado por Mendelssohn
quando este tinha apenas 33
anos, o Conservatório de Música de Leipzig se transformou
em uma das maiores escolas
musicais do mundo à época,
nos anos 1840.
Outra visita obrigatória é o
museu de Instrumentos Musicais da Universidade de Leipzig. Localizado bem no centro
da cidade e inaugurado em
1929, foi reaberto no ano passado, após anos de reorganização
de seu imenso acervo.
O museu funciona de terça a
sexta, das 10h às 18h. O ingresso
custa 5 (R$ 13).
(RICARDO FELTRIN)
Museu Bach
Thomaskirchhof 15-16
www.bach-leipzig.de
Museu de Instrumentos Musicais de Leipzig
Johannisplatz, 5 -11
mfm.uni-leipzig.de
Igreja de São Tomás
Thomaskirchhof, 18
www.thomaskirche.org
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