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CULTO
Região ostenta, além da indulgência em Compostela, o Sudário, em Oviedo, e a catedral de Lugo, cercada de muralhas
Roteiro concilia fé e beleza arquitetônica
DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA
Para o turista católico, a viagem
à Galícia e à Astúrias não pode
passar ao largo de um roteiro por
alguns dos principais ícones do
cristianismo. Além do mais óbvio, os caminhos de Santiago de
Compostela, o norte da Espanha
oferece outros dois importantes
locais de visita: as catedrais de Lugo, onde a hóstia consagrada fica
em exposição permanente, e a de
Oviedo, que guarda as relíquias
do Santo Sudário.
A peregrinação a Santiago de
Compostela oferece, segundo a
tradição católica, a indulgência
àquele que percorrer um de seus
caminhos. O mais tradicional é o
francês, que pode ser feito pela
costa do mar Cantábrico ou pelo
interior da região norte da Espanha, sempre a partir da França,
numa extensão de mais de 700
quilômetros (leia à pág. F10).
O percurso costuma ser feito a
pé, mas hoje em dia muitos peregrinos o fazem de bicicleta ou a
cavalo. O peregrino tradicional
usa um cajado e traz no chapéu
uma vieira, concha que é o símbolo do santo e da cidade.
Nos anos santos, a indulgência é
considerada plena. O número de
visitantes, mais de 3 milhões por
ano, chega a triplicar. O ano santo
compostelano é aquele em que o
25 de julho, dia de Santiago, coincide com um domingo. Isso acontece em intervalos de cinco, seis
ou 11 anos. O último foi em 1999, e
o próximo será no ano que vem.
O primeiro ano santo, declarado
pelo papa Calixto 2º, foi em 1126.
É, portanto, mais antigo que o ano
santo romano, que data de 1300 e
ocorre a cada 50 anos.
As visitas dos roteiros religiosos
não incluem, necessariamente, as
construções mais relevantes da
região. A Câmara Santa, no entanto, onde se encontra o Santo
Sudário de Oviedo, é um exemplar bem conservado da arquitetura pré-românica do século 9º.
Trata-se de uma capela no interior da catedral de Oviedo, a capital de Astúrias. Na edificação, predomina o estilo gótico.
O turista não deve confundir o
Sudário de Oviedo com o de Turim. A primeira relíquia é um pedaço de pano que supostamente
traz estampado, com sangue, o
rosto de Cristo durante a crucificação. O segundo, na cidade italiana, é um manto que teria coberto o corpo de Cristo. Embora a capela de Oviedo seja o segundo
mais importante ponto de peregrinação católica, não é possível
observar a relíquia, pois ela fica
guardada.
O turista cristão também costuma visitar Lugo, chamada de a cidade do sacramento porque sua
catedral é uma das poucas igrejas
do mundo a ter o privilégio de poder expor continuamente a hóstia
consagrada.
A visita pode ganhar um interesse turístico maior se for feita
após uma caminhada sobre as
muralhas romanas que cercam a
parte antiga da cidade. Uma das
escadarias da muralha leva à catedral.
(OSCAR PILAGALLO)
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