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2 X BRASIL (RN)
Empreendimento hospeda nove hotéis; grupo espanhol investe R$ 100 milhões em novo complexo
Via Costeira tem sotaque ibérico
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO GRANDE DO NORTE
A Via Costeira começou a ser
erguida há 20 anos. Idealizada para ser uma concentração de atividades voltadas ao turismo, foi edificada entre o Parque das Dunas e
o mar. Hoje abriga nove hotéis e
mais dois em construção, todos
de padrão quatro ou cinco estrelas, totalizando 1.847 apartamentos -com previsão de crescer para 2.693 apartamentos até o segundo semestre de 2006.
Há um grande crescimento de
investimentos internacionais no
local. Um dos hotéis que estão
sendo construídos, o Grand Hotel
Serhs, recebe capital espanhol. O
total investido pelo grupo Serhs
no empreendimento é de cerca de
R$ 100 milhões. Contará com 426
apartamentos e terá um teatro.
Até a decoração do hotel sofreu
forte influência catalã.
A rede hoteleira portuguesa
Pestana também tem investimentos no local. Seu hotel de luxo tem
189 quartos, e a maioria dos hóspedes é européia.
Em quase toda a cidade, principalmente no comércio e em restaurantes, há cartazes, panfletos e
cardápios em inglês, italiano e até
em línguas nórdicas. As cozinhas
dos hotéis da Via Costeira servem
pratos da cozinha internacional,
além da culinária local.
Efetivamente está ocorrendo
uma nova invasão nessa terra que
já foi invadida duas vezes no período colonial, sem contar os portugueses descobridores.
Sem mão-de-obra
Na Via Costeira, há um restaurante, uma cervejaria, um posto
de gasolina e uma casa de shows.
Também se hospeda no local a Escola de Turismo e Hotelaria Barreira Roxa, do Senac, que forma
mão-de-obra para o setor.
Há dois anos foi criado o Pólo
Turístico da Via Costeira, associação dos 11 hotéis que tem por objetivo conseguir novos investimentos para o complexo, divulgar o turismo em Natal e reivindicar melhorias para a região aos
governos estadual e municipal.
Questionado se havia alguma
preocupação com a influência da
invasão de investimentos estrangeiros sobre a cultura local, o diretor do Pólo, Murilo Felinto de
Carvalho, afirmou que "capital
não tem bandeira e que isso é melhor do que uma economia estagnada por falta de investimentos".
Nesses dois anos, o turismo internacional cresceu e já é responsável por 30% da ocupação dos
hotéis. Mas Natal ainda não tem
mão-de-obra especializada para
atender a demanda, por isso a importa de outros Estados e envia
pessoas para fazer especializações
até em outros países.
Também está em fase de construção um campo de golfe, o primeiro no Rio Grande do Norte,
no município de Ceará-Mirim, na
praia de Muriú, 45 km ao norte de
Natal.
(MF)
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