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2 x BRASIL (RN)
Atrações no litoral sul vão de antiga base de lançamento de foguete a santuário ecológico com golfinhos
Viajante se esbalda em tour mar-terra-ar
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO GRANDE DO NORTE
Seguindo de Natal para o litoral
sul, há atrativos mar-terra-ar de
peso a uma distância de 45 km da
capital: o centro de lançamento de
foguetes, o maior cajueiro do
mundo, os golfinhos e os corais.
A primeira parada é a praia de
Cotovelo, no município de Parnamirim. É lá que se encontra a Barreira do Inferno, o local que serviu
de ponto de lançamentos de satélites brasileiros até a década de 80,
quando a base foi transferida para
Alcântara, no Maranhão. Hoje
funciona ali um centro meteorológico aberto à visitação mediante
agendamento (tel.: 0/xx/84/4008-1209), por ser área militar.
Ainda em Cotovelo, a 10 km de
Natal, acontece uma feira de frutas típicas no bairro de Piuim. A
unanimidade entre os turistas se
dá pelo fato de poder achar nesse
mercado frutas tropicais e exóticas -pelo menos para quem vive
mais ao sul do país -, como a serigüela, o cajá, a pitomba e o sapoti, além dos tradicionais caju,
manga e melão, entre outras.
Um pouco mais adiante fica Pirangi do Norte. Dessa praia saem
barcos que levam o turista para
ver corais. O encontro entre o rio
Pirangi e o mar também proporciona uma vista inesquecível. A
grande atração, porém, não está
no mar, mas sim bem enraizada.
Em Pirangi fica o maior cajueiro
do mundo. Olhando de fora, a impressão é de estar vendo um quarteirão com um bosque repleto de
árvores. Na verdade, isso é um
único cajueiro de mais de cem
anos, segundo alguns moradores
mais antigos, e a copa da árvore
ocupa mais de 8.400 metros quadrados, área que pode se vista de
um mirante. Por uma anomalia
genética, os troncos do cajueiro
cresceram em todas as direções,
em busca de nutrientes.
Sobem e descem formando um
visual caótico de troncos entrelaçados, numa progressão geométrica e abstrata. Um quadro de
Kandinski, ou melhor, de Pirangi,
no Nordeste brasileiro.
São produzidos entre 70 mil e 80
mil frutos em sua safra anual, que
é toda doada aos visitantes. O local é cercado e mantido pela Petrobras. Para conhecer o cajueiro
é cobrada uma taxa simbólica de
R$ 2 para a manutenção, e a visitação é monitorada.
Junto ao cajueiro há uma feira
de artesanato. Dê uma volta e veja
aí a criatividade do povo aflorando em bonecos de madeira, garrafas com areia colorida formando
paisagens, sandálias de couro, redes, cortinas e a famosa renda da
mulher nordestina.
Maria Julia Filha aprendeu a ser
rendeira com a mãe aos sete anos,
e o dinheiro obtido é a principal
fonte no orçamento doméstico.
Sorriso no rosto, as mãos hábeis
não param enquanto fala. Produz
vários tipos de renda, que são comercializadas por preços a partir
de R$ 6 (a pequena, com 30 cm).
A grande, com dois metros, sai
por R$ 40. Também se encontram
nessa feira as curiosas garrafas de
pinga com frutas e com caranguejo. A pequena custa R$ 5, e a grande, R$ 10, mas a vendedora avisa
que quem não está habituado pode não gostar da de caranguejo,
por ser muito salgada. A com fruta é mais suave e mais vendida.
Mais praias do sul
A 10 km de Pirangi, Búzios é
uma praia de perigosas correntes
marítimas. Só surfistas ou pessoas
muito acostumadas se arriscam
nessas águas transparentes e batidas. Também é um local de dunas, onde antigamente acontecia
uma tradicional corrida de buggies. O pôr-do-sol é belíssimo.
Mais adiante, vale uma parada
em Tabatinga. Suas ondas são
mesmo para surfistas. Para os
menos afeitos a mar bravo, há
nessa praia um mirante do qual se
observam golfinhos.
Dependendo da maré e das correntes marítimas, eles proporcionam um show ao turista, que pode relaxar numa rede tomando
água-de-coco ou provando as receitas com frutos do mar do restaurante/bar do local.
Antes de seguir para Camurupim, a sugestão é parar para comprar a renda de bilro diretamente
das rendeiras do município de Nízia Floresta. Já em Camurupim, a
beleza se concentra em uma grande formação de arrecifes, que proporciona um belo visual das piscinas naturais. Descanse nessa
praia, mas não tente subir nas pedras do recife. É perigoso, e as pedras, muito pontiagudas, podem
cortar os pés e estragar o passeio.
Quem puder esticar mais ainda
deve ir a Tibau do Sul, onde fica a
praia de Pipa, a 80 km de Natal,
que se tornou point de descolados
e de fregueses da natureza.
A rotina do viajante em Pipa varia de acordo com a maré. Para
ver, ouvir a respiração de golfinhos e nadar a menos de cinco
metros deles, o jeito é ir à baía dos
Golfinhos, um santuário ecológico, a pé pela areia. Outra dica é
passear de caiaque pelo mangue
(R$ 20) em Tibau do Sul, quando
a maré está alta.
(MÁRCIO FREITAS)
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