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VIAGENS DE NEGÓCIOS
Tecnologia e mudança na remuneração são alternativas
Agências corporativas querem ganhar por serviço
MARGARETE MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI
Os executivos esperam manter
e até aumentar a frequência de
suas viagens em 2003, além de se
sentirem seguros nos vôos (apesar dos atentados de 11 de setembro de 2001), mas consideram que
o serviço das companhias aéreas
piorou, segundo uma pesquisa
realizada com 1.400 executivos de
várias partes do mundo, incluindo o Brasil. O levantamento foi divulgado no início do mês em Miami pela Global Corporate Services, unidade de negócios da American Express, responsável por
viagens e cartões corporativos.
Mas, mesmo com a animação
dos executivos para viajar mais, as
agências corporativas estão atrás
de novas alternativas e de um outro modelo econômico que seja
capaz de driblar a crise por que
passam os setores de turismo e aéreo e que as afeta diretamente.
"As mudanças estão nos forçando a repensar o modelo de negócio", disse Charles Petruccelli,
presidente da Global Travel Services, responsável pela divisão de
viagens corporativas da American Express. "As companhias aéreas não vão aumentar as comissões", frisou Petruccelli.
No Brasil, onde as agências de
viagem são dependentes dessas
comissões, que chegam a 6% para
bilhetes internacionais e a 7% para os nacionais, já se discutem algumas soluções. A nova proposta,
também defendida pelo Favecc
(Fórum das Agências de Viagens
Especializadas em Contas Comerciais) -que reúne 26 agências focadas no turismo de negócios e no
gerenciamento de contas de viagens corporativas-, é que a remuneração do agente seja obtida
não pelas comissões pagas pelas
companhias aéreas e pelos hotéis,
mas pelo serviço oferecido.
"Nos EUA, já não há comissionamento. A agência faz sua remuneração. Ela presta o serviço e cobra por ele", diz Mauro Schwartzmann, vice-presidente do Favecc.
Quanto mais os funcionários de
uma empresa que contrata uma
agência utilizarem o serviço desta,
menos pagará por ele.
Para o novo modelo funcionar
de forma mais eficiente, as agências investiram em tecnologia,
pois, para reduzir custo e garantir
ganhos, as reservas devem ser feitas on-line. Uma das pioneiras na
implementação do sistema de reservas pelo computador, a Global
Travel Services registrou no ano
passado um crescimento de 500%
nas reservas feitas pelas empresas
que contrataram o serviço.
Por razões culturais, deve levar
um tempo para que os próprios
funcionários façam suas reservas.
"Meu horizonte para o Brasil é de
cinco anos, mas é um pouco audacioso fazer uma previsão", diz
Bernardo Feldsberg, diretor-geral
da agência Carlson Wagonlit.
No Brasil, a divisão de viagem
da American Express tem projetos-pilotos para reservas on-line
feitas por funcionários em três
empresas e pelo menos outros
seis membros do Favecc investiram US$ 2 milhões em 2001 em
tecnologia, além da Carlson Wagonlit. O resultado para as empresas com política de viagem (prática que atinge cerca de 40% delas
no Brasil) é a redução de custo.
Nos EUA, a Motorola, com volume aéreo de US$ 102 milhões e 27
mil usuários, economizou cerca
de US$ 2,7 milhões em 2001.
Margarete Magalhães viajou a convite
da American Express
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