São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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VIAGENS DE NEGÓCIOS

Tecnologia e mudança na remuneração são alternativas

Agências corporativas querem ganhar por serviço

MARGARETE MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

Os executivos esperam manter e até aumentar a frequência de suas viagens em 2003, além de se sentirem seguros nos vôos (apesar dos atentados de 11 de setembro de 2001), mas consideram que o serviço das companhias aéreas piorou, segundo uma pesquisa realizada com 1.400 executivos de várias partes do mundo, incluindo o Brasil. O levantamento foi divulgado no início do mês em Miami pela Global Corporate Services, unidade de negócios da American Express, responsável por viagens e cartões corporativos.
Mas, mesmo com a animação dos executivos para viajar mais, as agências corporativas estão atrás de novas alternativas e de um outro modelo econômico que seja capaz de driblar a crise por que passam os setores de turismo e aéreo e que as afeta diretamente.
"As mudanças estão nos forçando a repensar o modelo de negócio", disse Charles Petruccelli, presidente da Global Travel Services, responsável pela divisão de viagens corporativas da American Express. "As companhias aéreas não vão aumentar as comissões", frisou Petruccelli.
No Brasil, onde as agências de viagem são dependentes dessas comissões, que chegam a 6% para bilhetes internacionais e a 7% para os nacionais, já se discutem algumas soluções. A nova proposta, também defendida pelo Favecc (Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais) -que reúne 26 agências focadas no turismo de negócios e no gerenciamento de contas de viagens corporativas-, é que a remuneração do agente seja obtida não pelas comissões pagas pelas companhias aéreas e pelos hotéis, mas pelo serviço oferecido.
"Nos EUA, já não há comissionamento. A agência faz sua remuneração. Ela presta o serviço e cobra por ele", diz Mauro Schwartzmann, vice-presidente do Favecc. Quanto mais os funcionários de uma empresa que contrata uma agência utilizarem o serviço desta, menos pagará por ele.
Para o novo modelo funcionar de forma mais eficiente, as agências investiram em tecnologia, pois, para reduzir custo e garantir ganhos, as reservas devem ser feitas on-line. Uma das pioneiras na implementação do sistema de reservas pelo computador, a Global Travel Services registrou no ano passado um crescimento de 500% nas reservas feitas pelas empresas que contrataram o serviço.
Por razões culturais, deve levar um tempo para que os próprios funcionários façam suas reservas. "Meu horizonte para o Brasil é de cinco anos, mas é um pouco audacioso fazer uma previsão", diz Bernardo Feldsberg, diretor-geral da agência Carlson Wagonlit.
No Brasil, a divisão de viagem da American Express tem projetos-pilotos para reservas on-line feitas por funcionários em três empresas e pelo menos outros seis membros do Favecc investiram US$ 2 milhões em 2001 em tecnologia, além da Carlson Wagonlit. O resultado para as empresas com política de viagem (prática que atinge cerca de 40% delas no Brasil) é a redução de custo. Nos EUA, a Motorola, com volume aéreo de US$ 102 milhões e 27 mil usuários, economizou cerca de US$ 2,7 milhões em 2001.


Margarete Magalhães viajou a convite da American Express


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