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centro-oeste
Cidade de Goiás emana ares nostálgicos
PLANALTO CENTRAL Caminhada é a melhor forma de conhecer casarões da cidade que mantêm arquitetura do século 18
RODRIGO PAIVA
ENVIADO ESPECIAL
A CIDADE DE GOIÁS (GO)
Encravada em um vale cercado pela serra Dourada e fundada pelos bandeirantes em busca de ouro, a antiga Vila Boa de
Goyaz é um pedaço do Brasil
Colonial que se mantém praticamente intocado no coração
do Planalto Central.
História, arte, cultura, natureza e sua bem preservada arquitetura do século 18 deram à
cidade, em 2001, o título de patrimônio histórico e cultural
mundial da humanidade, reconhecido pela Unesco.
Com 90% de sua arquitetura
colonial intocada, suas ruas calçadas com pedras, suas igrejas
que contam parte da história do
ciclo do ouro e seus diversos
monumentos, a pequena cidade, que um dia ocupou o posto
de capital do Estado de Goiás,
retrata as lembranças mais
nostálgicas de um período em
que o Brasil sustentava os devaneios consumistas da coroa
portuguesa.
As ruas estreitas, íngremes,
não foram construídas para os
carros de hoje e, por isso, a melhor maneira de desvendar essa
cidade cheia de charme e historia é caminhando. As pernas
são o meio de transporte oficial
da pequena vila e só com elas é
possível conhecer os segredos
dessa cidade.
E é bom estar bem atento. A
cada esquina, em cada ruela,
em cada casarão esconde-se
um pouco mais as belezas da
antiga Vila Boa. E, claro, não se
pode esquecer dos pequenos
becos, que mais parecem com
portais do tempo.
Becos, aliás, que foram fonte
de inspiração para a poetisa Cora Coralina (1889-1985), nascida e criada por lá. Seu primeiro
livro, "Poemas dos Becos de
Goiás e Outras Histórias Mais",
publicado em 1965, é quase um
guia turístico lírico da Cidade
de Goiás. Cora imortalizou em
poemas a beleza interiorana, o
bucolismo, personagens do cotidiano e a eterna sensação de
nostalgia que emanam dessa cidadezinha.
Cuidada por um grupo de
amigos e moradores, a casa de
Cora continua da forma que ela
deixou. Móveis, roupas, objetos
pessoais, fotos na parede e até
os utensílios culinários usados
por ela, para fazer os seus famosos doces cristalizados, ainda
estão preservados e reconstituem detalhadamente a maneira como a poetisa vivia.
Três dias são suficientes para
conhecer a Cidade de Goiás. Os
dois primeiros podem ser dedicados para descobrir o belo
centro histórico e o artesanato
e provar os deliciosos temperos
da culinária do cerrado. Já o
terceiro e último dia, reserve
para desbravar a natureza brilhante da serra Dourada.
Serra Dourada
Para se aventurar na reserva
da serra Dourada, deve-se contratar os serviços das agências
de turismo do local. Com duração aproximada de cinco horas,
o passeio é vendido por R$ 180.
O pacote, que pode ser dividido
por até quatro pessoas, inclui
os serviços do guia e o bugue.
Segundo o guia turístico Orlei de Souza, 45, a melhor hora
para visitar a reserva ecológica
da serra Dourada é no início do
dia ou ao entardecer, quando os
animais de hábitos noturnos
costumam aparecer.
Dentre os principais pontos a
serem visitados na reserva destacam-se a cidade de Pedra, que
foi esculpida pela ação do vento
e da chuva. Próximo dali fica o
vale de Areia, onde rochas com
variadas tonalidades, quando
trituradas, viram areia de diferentes cores.
Para terminar o passeio, um
mirante a 1.080 metros de altura proporciona ao visitante
uma panorâmica de todo o vale
da serra Dourada e, ao fundo, a
bela e pequena Cidade de
Goiás.
O repórter-fotográfico Rodrigo Paiva viajou a
convite do Sebrae-GO
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