São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

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TURISMO RELIGIOSO

Voluntárias fazem 60 mil pílulas por mês

Irmandade se une a dois mosteiros na produção de comprimido de papel com fama de ser milagroso

Danilo Verpa/Folha Imagem
Ondina Kalil exibe as pílulas produzidas durante parte da tarde


DA ENVIADA ESPECIAL A GUARATINGUETÁ

Todos os dias da semana, por volta das 14h, Ondina Aparecida da Rocha Kalil, 71, chega à catedral de Guaratinguetá.
Há sete anos, ela refaz essa rotina: chega à igreja, sobe a um salão sobre a sacristia e espera as outras chegarem.
As "meninas" se reúnem e começam a linha de produção. Todos os dias da semana, elas ficam das 14h às 18h fazendo as pílulas de frei Galvão.
A irmandade Frei Galvão surgiu há sete anos. As pílulas já eram produzidas no mosteiro da Luz, em São Paulo, e no mosteiro da Imaculada Conceição, em Guaratinguetá.
A pílula é feita de papel comestível. As frases são impressas numa bobina de 5 cm de largura, bastante comprida. A tira é cortada em pedaços de cerca de 10 cm de comprimento. Fica, portanto, um retângulo de 10 cm por 5 cm. Com a ajuda de uma haste, o papel é enrolado de forma bem apertada.
É quando o rolinho vai para o corte. Com uma tesoura, ele é picotado, e surgem as pequenas pílulas. Elas são embaladas de três em três, em um embrulho de papel. Depois, são ensacadas, três embrulhos de três pílulas, com um folheto.
No dia em que a Folha acompanhou a produção, havia seis mulheres trabalhando. Duas faziam rolinhos. Uma cortava as pílulas. Duas dobravam os envelopes com as pílulas. Uma ensacava os envelopes.
Todas limpam as mãos com álcool antes de começar a trabalhar sobre placas de granito. Durante a produção, elas rezam. E cantam e conversam.
Ao todo, são 20 voluntárias. Cada uma tem a sua história com frei Galvão. Para umas, as pílulas curaram doenças. Para outras, as pílulas não impediram a doença nem a morte, mas permitiram que seus entes queridos morressem sem sofrimento, que fossem em paz.
Todos os dias, elas recebem cerca de 30 cartas com um envelope selado dentro. É o combinado para que elas enviem as pílulas para quem está precisando. Todos os meses, produzem, em média, 60 mil pílulas. (HELOISA LUPINACCI)


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