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TURISMO RELIGIOSO
Voluntárias fazem 60 mil pílulas por mês
Irmandade se une a dois mosteiros na produção de comprimido de papel com fama de ser milagroso
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Ondina Kalil exibe as pílulas produzidas durante parte da tarde |
DA ENVIADA ESPECIAL A GUARATINGUETÁ
Todos os dias da semana, por
volta das 14h, Ondina Aparecida da Rocha Kalil, 71, chega à
catedral de Guaratinguetá.
Há sete anos, ela refaz essa
rotina: chega à igreja, sobe a um
salão sobre a sacristia e espera
as outras chegarem.
As "meninas" se reúnem e
começam a linha de produção.
Todos os dias da semana, elas
ficam das 14h às 18h fazendo as
pílulas de frei Galvão.
A irmandade Frei Galvão
surgiu há sete anos. As pílulas já
eram produzidas no mosteiro
da Luz, em São Paulo, e no mosteiro da Imaculada Conceição,
em Guaratinguetá.
A pílula é feita de papel comestível. As frases são impressas numa bobina de 5 cm de largura, bastante comprida. A tira
é cortada em pedaços de cerca
de 10 cm de comprimento. Fica, portanto, um retângulo de
10 cm por 5 cm. Com a ajuda de
uma haste, o papel é enrolado
de forma bem apertada.
É quando o rolinho vai para o
corte. Com uma tesoura, ele é
picotado, e surgem as pequenas
pílulas. Elas são embaladas de
três em três, em um embrulho
de papel. Depois, são ensacadas, três embrulhos de três pílulas, com um folheto.
No dia em que a Folha acompanhou a produção, havia seis
mulheres trabalhando. Duas
faziam rolinhos. Uma cortava
as pílulas. Duas dobravam os
envelopes com as pílulas. Uma
ensacava os envelopes.
Todas limpam as mãos com
álcool antes de começar a trabalhar sobre placas de granito.
Durante a produção, elas rezam. E cantam e conversam.
Ao todo, são 20 voluntárias.
Cada uma tem a sua história
com frei Galvão. Para umas, as
pílulas curaram doenças. Para
outras, as pílulas não impediram a doença nem a morte,
mas permitiram que seus entes
queridos morressem sem sofrimento, que fossem em paz.
Todos os dias, elas recebem
cerca de 30 cartas com um envelope selado dentro. É o combinado para que elas enviem as
pílulas para quem está precisando. Todos os meses, produzem, em média, 60 mil pílulas.
(HELOISA LUPINACCI)
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