São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2004

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MARANHÃO EM OBRAS

Passeio conduz a Caburé, antiga vila de pescadores que agora virou uma "aldeia de pousadas"

Repleto de curvas, rio Preguiças leva a parque dos Lençóis

Carolina Farias/Folha Imagem
Vista do farol de Mandacau, com o rio Preguiças e o mar ao fundo


NO MARANHÃO

Para chegar ao parque dos Lençóis, é possível seguir pela estrada de areia fofa a bordo de um jipe ou de uma "jardineira" (caminhonete repleta de bancos na carroceria).
Outra alternativa é navegar por 42 km do rio Preguiças até a sua foz. A paisagem compensa. A melhor época para esse passeio é de dezembro a junho, quando as chuvas e a maré enchem o rio e permitem a navegação.
Na época da seca, no segundo semestre, grande parte dos trechos não é navegável por causa dos bancos de areia que surgem pelo seu curso.
A maior parte da vegetação de sua margem é formada por mangues. Aliás, a margem, em muitos trechos, é coberta pela água.
Com as voadeiras, o passeio até os pequenos lençóis, em Vassouras, leva cerca de 40 minutos. Até Caburé, uma vila de pescadores entre o mar e o rio, o turista demora pelo menos uma hora. Até a foz, o percurso dura em média duas horas.
Mas há ainda a viagem em barcos locais, que levam cerca de cinco horas. Essas embarcações servem de transporte para os moradores da região e param em vários pontos, causa da demora para a conclusão do percurso.
A primeira parada acontece em Vassouras, entrada para o parque, chamado de "pequenos lençóis" onde a areia é mais amarelada. Em algumas lagoas, há peixinhos que se divertem beliscando os banhistas.
Eles conseguem sobreviver no local graças ao plâncton e ao resquício de vegetação que ainda brota de algumas dunas.
Mas os peixes não incomodam. Não há como chegar às lagoas e não dar um mergulho. Suas águas, ao contrário do que se imagina à primeira vista, são mornas.
O passeio continua pelo rio, que se chama Preguiças por causa de suas curvas e dos mamíferos homônimos que moravam na vegetação nativa, mas desapareceram com a presença do homem.

Caburé
A próxima parada é na paradisíaca Caburé, descoberta há cerca de cem anos por pescadores, que ali ergueram cabanas para serem utilizadas nos períodos de pesca.
Mas, quando voltavam para outra temporada no local, se deparavam com uma nova paisagem. A areia que forma Caburé cobria as construções dos pescadores, que então erguiam novas cabanas.
Ao desembarcar no porto do lugar, o viajante já se depara com as choupanas parcial ou totalmente encobertas pela areia.
A antiga aldeia de pescadores se transformou em aldeia de pousadas. Eram duas há cerca de dois anos. Atualmente, são cinco.
As diárias variam de R$ 60 a R$ 120 por casal (veja preços de duas delas na pág. F4). De voadeira, o percurso até Caburé custa de R$ 35 a R$ 40. A energia elétrica vem de geradores, desligados às 22h.
No dicionário, "caburé" é "cafuzo", "caboclo" ou "caipira". Para os guias locais, é o nome de um pássaro que dormia no chão e que era muito encontrado no lugar na época de seu povoamento.
(CAROLINA FARIAS)


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