São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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ARTIGO

Guia de Madri indica muitas possibilidades

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Não se deixe levar pelo título do "Guia de Turismo 10+" (neste caso, o de Madri). Não são apenas dez indicações para o turista que vai a Madri, mas toda uma coleção de possibilidades de descobrir a cidade, que vão desde as atrações turísticas convencionais até as "10 Pessoas e Lugares de "La Movida'", a formidável agitação cultural e hedonística que se seguiu ao fim da ditadura do general Francisco Franco, em 1975/76.
Se fossem só dez as indicações, seria muito pouco para uma cidade como Madri, ao menos do ponto de vista de quem, como eu, adora a cidade, viveu nela e acompanhou todo o processo de transição do autoritarismo para a democracia.
De todo modo, as dez indicações iniciais são, de fato, aquelas que nenhum turista pode perder. E, se tivesse de ficar com apenas uma, escolheria a Plaza Mayor, o coração da cidade, aquela praça em formato retangular que é a marca da "hispanidad", presente em incontáveis pontos da América Latina colonizada pelos espanhóis, desde o Zócalo na Cidade do México até mesmo a Plaza de Mayo, em Buenos Aires, ainda que esta tenha sido algo descaracterizada (é bem mais aberta do que, por exemplo, a Plaza Mayor madrilenha).
Nenhuma das imitações, para o meu gosto, supera a original. A Plaza Mayor de Madri é talvez a mais bonita praça do mundo, só equiparável à Grand Place de Bruxelas.
Encanto adicional da Plaza Mayor: um de seus arcos dá passagem para a Calle de los Cuchilleros, na qual fica o restaurante Botín, o mais antigo do mundo. Vale a pena, menos por essa referência histórica, e muito mais pelo "cochinillo", o leitãozinho tenro que desmancha na boca. Indicações sobre o Botín também estão no guia.
Mas, em Madri (como na Espanha toda), restaurante não é problema. Um amigo meu costuma dizer que mesmo que você entre no restaurante errado, vai comer bem (e o guia ajuda com dez dicas de restaurantes, dez de bares e dez de bares de "tapas", os petiscos típicos que deveriam figurar na lista das dez principais atrações turísticas da cidade e do país).
A rigor, o problema maior é mesmo tempo para ver e curtir tudo, mesmo que o turista se limite aos dez pontos principais indicados pelo guia. Exemplo: o livrinho relaciona três museus (Prado, Reina Sofia e Thyssen-Bornemisza), próximos uns dos outros.
Mas o museu do Prado, o melhor e mais completo deles, recentemente ampliado, tem sempre fila para entrar -e não é pequena, em especial se houver alguma exposição badalada.
Para quem gosta de arte, é local para se investir o dia inteiro. Para quem não é tão fanático, ali perto está o parque do Retiro, uma espécie de Ibirapuera madrileno, ideal para relaxar. Detalhes no guia.


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