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ARTIGO
Guia de Madri indica muitas possibilidades
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Não se deixe levar pelo título
do "Guia de Turismo 10+" (neste caso, o de Madri). Não são
apenas dez indicações para o
turista que vai a Madri, mas toda uma coleção de possibilidades de descobrir a cidade, que
vão desde as atrações turísticas
convencionais até as "10 Pessoas e Lugares de "La Movida'",
a formidável agitação cultural e
hedonística que se seguiu ao
fim da ditadura do general
Francisco Franco, em 1975/76.
Se fossem só dez as indicações, seria muito pouco para
uma cidade como Madri, ao
menos do ponto de vista de
quem, como eu, adora a cidade,
viveu nela e acompanhou todo
o processo de transição do autoritarismo para a democracia.
De todo modo, as dez indicações iniciais são, de fato, aquelas que nenhum turista pode
perder. E, se tivesse de ficar
com apenas uma, escolheria a
Plaza Mayor, o coração da cidade, aquela praça em formato retangular que é a marca da "hispanidad", presente em incontáveis pontos da América Latina
colonizada pelos espanhóis,
desde o Zócalo na Cidade do
México até mesmo a Plaza de
Mayo, em Buenos Aires, ainda
que esta tenha sido algo descaracterizada (é bem mais aberta
do que, por exemplo, a Plaza
Mayor madrilenha).
Nenhuma das imitações, para o meu gosto, supera a original. A Plaza Mayor de Madri é
talvez a mais bonita praça do
mundo, só equiparável à Grand
Place de Bruxelas.
Encanto adicional da Plaza
Mayor: um de seus arcos dá
passagem para a Calle de los
Cuchilleros, na qual fica o restaurante Botín, o mais antigo
do mundo. Vale a pena, menos
por essa referência histórica, e
muito mais pelo "cochinillo", o
leitãozinho tenro que desmancha na boca. Indicações sobre o
Botín também estão no guia.
Mas, em Madri (como na Espanha toda), restaurante não é
problema. Um amigo meu costuma dizer que mesmo que você entre no restaurante errado,
vai comer bem (e o guia ajuda
com dez dicas de restaurantes,
dez de bares e dez de bares de
"tapas", os petiscos típicos que
deveriam figurar na lista das
dez principais atrações turísticas da cidade e do país).
A rigor, o problema maior é
mesmo tempo para ver e curtir
tudo, mesmo que o turista se limite aos dez pontos principais
indicados pelo guia. Exemplo: o
livrinho relaciona três museus
(Prado, Reina Sofia e Thyssen-Bornemisza), próximos uns
dos outros.
Mas o museu do Prado, o melhor e mais completo deles, recentemente ampliado, tem
sempre fila para entrar -e não
é pequena, em especial se houver alguma exposição badalada.
Para quem gosta de arte, é local para se investir o dia inteiro.
Para quem não é tão fanático,
ali perto está o parque do Retiro, uma espécie de Ibirapuera
madrileno, ideal para relaxar.
Detalhes no guia.
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