DA ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)

O calor e a umidade de Belém dão o tom da noite na cidade, que se dá nas calçadas, quase sempre a céu aberto.
Escondido numa ruela na rabeira do centro histórico fica o bar do Rubão, o melhor boteco da cidade. As mesas se espalham pelas simpáticas calçadas. Rubão, um homem muito grande, com batas africanas e lenço na cabeça, prepara porções de caranguejo desfiado bem temperado para duas pessoas pela bagatela de R$ 8. A garrafa de cerveja custa R$ 2,50.
Em termos de charme, ganha a taberna São Jorge, um lugar pequeno, com uma mesa diferente da outra. O balcão é uma relíquia antiquária. E para qualquer lugar que se olhe há algum enfeite bonito. O bar serve chope a R$ 3. E há petiscos levinhos como o queijo-do-marajó com manjericão (R$ 13).
E, como a noite é a céu aberto mesmo, melhor se esse céu encontrar o rio no horizonte. Há alguns bares debruçados sobre o rio na orla de Belém, inclusive o boteco das Onze, no térreo da Casa das Onze Janelas. Mas há opções mais rústicas e escancaradas para o rio, como o Palafita's, ao fim de um longo corredor, e o Mormaço, ao final de uma passarela. No entardecer, o sol se põe na outra margem do rio, sobre a floresta, cintilando na água.
Mas nem com rio nem com caranguejo esses bares conseguem bater o encanto do bar do Parque, uma instituição. Erguido em 1878, tem o tamanho de um quiosque. Atrás do bar, fica um terraço com mesas, ao lado do teatro da Paz. O lugar é freqüentado 24 horas por dia. Putas, playboys e intelectuais dividem as mesas madrugada adentro. (HELOISA LUPINACCI)


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