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Evite comprar passagens "separadas"
Comprados no Brasil, bilhetes aéreos conjugados evitam prejuízo; veja como não cair em roubadas
Transtornos vão desde a cobrança de pagamento por excesso de bagagem até a cobrança para despachar suas malas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para evitar surpresas entre
um trecho e outro de sua viagem aérea, não compre as
passagens separadamente.
Num situação hipotética, dá
para ter ideia do tamanho do
prejuízo caso o viajante opte
pela compra separada.
Imagine que o turista esteja planejando voar em classe
econômica do Brasil para os
EUA com duas malas de 32 kg
(o peso e o número de malas
permitido para quem viaja a
partir do Brasil, com bilhetes
comprados no próprio país).
Suponha que ele decida ficar alguns dias em Orlando e
seguir até Nova York antes de
ir para a Europa voando com
Delta, uma empresa norte-americana, com bilhetes
comprados separadamente.
No primeiro voo de Orlando para Nova York, ele pagaria US$ 175 de excesso de peso em cada mala. Na viagem
para a Europa, ele desembolsaria US$ 120 pelo excesso da
primeira e US$ 200 pela peça
extra. O preço de carregar as
duas peças em todo o trajeto
seria de US$ 670.
Se o viajante optasse pela
American Airlines, que está
entre as empresas aéreas que
cobram taxa por mala despachada em voos internos nos
EUA, teria ainda de desembolsar US$ 25 pela primeira
mala e US$ 35 pela segunda.
Mesmo o turista experiente é surpreendido ao mudar
de companhia. O empresário
Sérgio Camilo, 46, ia aos EUA
pela TAM. Como cliente do
cartão de fidelidade da empresa brasileira, ele tinha direito a despachar três malas.
Em maio, ele decidiu ir
com a American Airlines.
"Nos EUA, aproveitei para
comprar peças de decoração.
Para trazê-las, comprei mais
uma mala", conta. "No balcão, soube que a companhia
americana só permitia o embarque de duas malas de 32
kg cada uma. Tive de pagar o
excesso da terceira mala, de
peça e de peso, pagando US$
100 em cada", diz.
Para voos iniciados fora do
Brasil, a regra das duas malas de 32 kg, à qual o brasileiro está habituado, não se
aplica. Empresas como a espanhola Iberia e a brasileira
TAM avisam em seus sites
que, de lá para cá, o passageiro na classe econômica só
tem direito a duas malas de
23 kg cada uma.
QUASE DOMÉSTICOS
Em outubro de 2007 a gerente de vendas Renata Amável, 36, embarcou para a Europa com passagens compradas pelas internet. O trajeto
era Madri-Amsterdã-Brasil.
Ela foi e voltou pela companhia aérea KLM, mas no meio
do caminho havia uma empresa de baixo custo.
"Fui para a Europa sabendo da regra das duas malas
de até 32 kg. Em Madri, comprei muita coisa". A gerente
de vendas, que havia desembolsado 70 pela passagem
aérea, acabou tendo que desembolsar mais 120 de excesso de bagagem ao embarcar rumo a Amsterdã.
MAIS EXCEÇÕES
Para complicar esse emaranhado de regras, nos voos
para a América do Sul o peso
também varia conforme a
companhia aérea. A maioria
permite que o passageiro leve só entre 20 kg e 23 kg.
Em 1996 foi assinado o
protocolo de Fortaleza, que
fez com que os países do Mercosul entrem em processo de
integração aérea regional.
Por isso, as empresas que
voam entre o Brasil e os países vizinhos permitem que o
viajante leve a partir de 20 kg
de bagagem. "A ideia é que
os voos da região se tornem
domésticos", afirma o ex-presidente da Infraero Adyr
da Silva. Ideia antipática,
aliás.
(AZ)
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