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RESERVA FLUMINENSE
Cidade desenvolve projeto de urbanização e melhora infra-estrutura, mas perde naturalidade
Rio das Ostras investe para repaginar orla
Divulgação
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Quiosque em formato de estrela-do-mar erguido na praia Costazul; Rio das Ostras reúne 13 praias |
AFRA BALAZINA
ENVIADA ESPECIAL A RIO DAS OSTRAS (RJ)
Preto, amarelo, verde e azul. Em
um só ponto de Rio das Ostras a
paisagem se divide em camadas
nessas quatro cores, que correspondem respectivamente à lagoa
de Iriry, à areia do tipo monazítica
da praia, ao mar e ao céu.
A cidade, que fica a 170 km do
Rio de Janeiro, convida ao contato com a natureza ao reunir 13
praias ao longo de 28 km, reserva
de mata atlântica, vegetação de
restinga e manguezais.
Rio das Ostras ganhou esse nome em razão do rio que a atravessa -antigamente ele era chamado de rio Leripe, palavra que significa ostra. Hoje, porém, não há
mais moluscos em suas águas.
Por causa dos royalties que recebe pela produção do petróleo
na bacia de Campos desde que se
emancipou, em 1992, Rio das Ostras tem dinheiro para investir em
infra-estrutura, e as praias começaram a ficar com cara nova.
A de Costazul passou por um
ano de obras de urbanização e no
final de 2004 ganhou quiosques
em forma de estrela-do-mar, dois
parques infantis que lembram
tartarugas gigantes e uma academia de ginástica ao ar livre. Os
postes têm luz indireta e não atrapalham quem gosta de admirar o
céu estrelado.
A lagoa de Iriry, que fica antes
da faixa de areia do mar, tornou-se uma área de proteção ambiental e também foi urbanizada. Ela é
conhecida como lagoa da Coca-Cola em razão da sua cor e tem
jardins com muitas bromélias.
A próxima praia a concretizar a
urbanização é a da Tartaruga, que
recebeu o nome pela presença
desses animais no local. Seu projeto foi inspirado na colonização
do país e prevê a construção de
uma escultura de caravela em tamanho natural e a criação do museu da navegação. A prefeitura
pretende terminar as obras até o
fim deste ano e já iniciou o estudo
para projetos de urbanização da
praia do Abricó e do Centro.
Apesar de mostrar a organização e a intenção de promover melhorias para atrair turistas, a urbanização e o excesso de infra-estrutura, por outro lado, dá uma cara
um pouco artificial para o lugar.
Os que apreciam as praias com
aspecto mais natural podem conferir a Virgem, ou Costão, com vegetação quase intocada e sem
construções, ou a do Mar do Norte, que fica afastada do centro da
cidade, não tem quiosques ou interferências de calçadas.
Os fluminenses, principalmente, já descobriram o local, e, no período da temporada, triplica o número de pessoas no município de
cerca de 47,8 mil habitantes.
É nítido o crescimento constante da cidade: chamam a atenção as
muitas casas em construção. Felizmente, a vista não deve ser alterada com os novos empreendimentos, pois a lei municipal não
permite prédios com mais de
quatro andares. Os visitantes de
Rio das Ostras poderão continuar
apreciando o verde da reserva
biológica existente no local, com
mata atlântica e os quase extintos
micos-leões-dourados, e do mar.
Afra Balazina viajou a convite da Abih-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro) e da Secretaria
de Turismo, Indústria e Comércio de Rio
das Ostras
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