São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2005

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RESERVA FLUMINENSE

Cidade desenvolve projeto de urbanização e melhora infra-estrutura, mas perde naturalidade

Rio das Ostras investe para repaginar orla

Divulgação
Quiosque em formato de estrela-do-mar erguido na praia Costazul; Rio das Ostras reúne 13 praias


AFRA BALAZINA
ENVIADA ESPECIAL A RIO DAS OSTRAS (RJ)

Preto, amarelo, verde e azul. Em um só ponto de Rio das Ostras a paisagem se divide em camadas nessas quatro cores, que correspondem respectivamente à lagoa de Iriry, à areia do tipo monazítica da praia, ao mar e ao céu.
A cidade, que fica a 170 km do Rio de Janeiro, convida ao contato com a natureza ao reunir 13 praias ao longo de 28 km, reserva de mata atlântica, vegetação de restinga e manguezais.
Rio das Ostras ganhou esse nome em razão do rio que a atravessa -antigamente ele era chamado de rio Leripe, palavra que significa ostra. Hoje, porém, não há mais moluscos em suas águas.
Por causa dos royalties que recebe pela produção do petróleo na bacia de Campos desde que se emancipou, em 1992, Rio das Ostras tem dinheiro para investir em infra-estrutura, e as praias começaram a ficar com cara nova.
A de Costazul passou por um ano de obras de urbanização e no final de 2004 ganhou quiosques em forma de estrela-do-mar, dois parques infantis que lembram tartarugas gigantes e uma academia de ginástica ao ar livre. Os postes têm luz indireta e não atrapalham quem gosta de admirar o céu estrelado.
A lagoa de Iriry, que fica antes da faixa de areia do mar, tornou-se uma área de proteção ambiental e também foi urbanizada. Ela é conhecida como lagoa da Coca-Cola em razão da sua cor e tem jardins com muitas bromélias.
A próxima praia a concretizar a urbanização é a da Tartaruga, que recebeu o nome pela presença desses animais no local. Seu projeto foi inspirado na colonização do país e prevê a construção de uma escultura de caravela em tamanho natural e a criação do museu da navegação. A prefeitura pretende terminar as obras até o fim deste ano e já iniciou o estudo para projetos de urbanização da praia do Abricó e do Centro.
Apesar de mostrar a organização e a intenção de promover melhorias para atrair turistas, a urbanização e o excesso de infra-estrutura, por outro lado, dá uma cara um pouco artificial para o lugar.
Os que apreciam as praias com aspecto mais natural podem conferir a Virgem, ou Costão, com vegetação quase intocada e sem construções, ou a do Mar do Norte, que fica afastada do centro da cidade, não tem quiosques ou interferências de calçadas.
Os fluminenses, principalmente, já descobriram o local, e, no período da temporada, triplica o número de pessoas no município de cerca de 47,8 mil habitantes.
É nítido o crescimento constante da cidade: chamam a atenção as muitas casas em construção. Felizmente, a vista não deve ser alterada com os novos empreendimentos, pois a lei municipal não permite prédios com mais de quatro andares. Os visitantes de Rio das Ostras poderão continuar apreciando o verde da reserva biológica existente no local, com mata atlântica e os quase extintos micos-leões-dourados, e do mar.


Afra Balazina viajou a convite da Abih-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro) e da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Rio das Ostras

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