São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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SOSSEGO COM HISTÓRIA
Chão irregular no centro histórico, que é tombado, obriga até os mais agitados a desacelerarem o passo

Paraty é praia de paulistas e fluminenses

Luisa Alcantara e Silva/Folha Imagem
VIDA NOTURNA
A região da praça da Matriz, no centro histórico, concentra boas opções para a noite; o bar Coupê (na foto, o sobrado na esquina), um dos mais concorridos, costuma lotar quando a cidade está cheia


LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de Paraty, no sul do Rio de Janeiro, é um destino fácil tanto para os paulistas (fica a 330 km de São Paulo) como para os cariocas (236 km do Rio). Mas, dizem, todos os brasileiros deveriam conhecê-la.
Carregada de história, preserva suas características coloniais. Antiga vila que funcionou como porto de saída do ouro vindo de Minas Gerais no século 18 e depois para o escoamento do café no século 19, Paraty conserva o chão de pedras irregulares, chamado de pé-de-moleque devido à semelhança com o doce -o que obriga o visitante a desacelerar o passo.
O chão e toda a cidade são tombados como patrimônio histórico nacional pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e, assim, não é permitido circular de carro pelo centro histórico.
Ponto para o turista, que se esquece do trânsito ou de procurar vaga para estacionar. Quem chega lá de carro pode deixá-lo no estacionamento ao lado da praça da Matriz ou nas ruas que circundam o centro histórico.

No passado
A cidade, que tem 30 mil habitantes, virou um ponto portuário principalmente porque a trilha entre o topo da serra e o mar já estava aberta.
Quem a iniciou foram os índios guaianás, que tinham a curiosa característica de passar o inverno na região que hoje é Paraty e o verão no Vale do Paraíba. Assim, era um caminho oportuno para os colonizadores, que precisavam escoar o ouro e os diamantes de Minas Gerais.
Mas, em meados de 1700, quando foi construído o Caminho Novo, que ligava a cidade do Rio a São Paulo, Paraty foi praticamente abandonada. Até que, no início do século 19, teve início a produção de café, repetindo o mesmo ciclo de riqueza do ouro. Mas, como todo ciclo, esse também acabou quando o transporte passou a ser prioritariamente feito de trem.
Só em 1950, com a estrada que liga Paraty a Cunha, a cidade voltou a ter importância, com o início do ciclo do turismo, que é do que a cidade vive até hoje. Foi na década de 1970, com a inauguração da BR-101, que a propensão de Paraty para o turismo se consolidou.
Atualmente, a cidade é bastante conhecida por suas feiras. A principal é a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Na última edição, recebeu cerca de 25 mil pessoas. Outro evento do calendário paratiense é o Festival da Pinga de Paraty, em agosto. A cidade está cada vez mais investindo em eventos como esses para atrair público e gerar investimentos com o turismo.

No mundo
Paraty, com sua arquitetura colonial, cerca de 300 praias e ilhas, é tombada pelo Iphan desde 1966 como patrimônio nacional. Mas, desde 2004, a cidade é candidata a se transformar em patrimônio da humanidade pela Unesco. Acredita-se que o processo será votado no ano que vem, em Brasília.

LUISA ALCANTARA E SILVA viajou a convite do Paraty Convention & Visitors Bureau



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