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SOSSEGO COM HISTÓRIA
Chão irregular no centro histórico, que é tombado, obriga até os mais agitados a desacelerarem o passo
Paraty é praia de paulistas e fluminenses
Luisa Alcantara e Silva/Folha Imagem
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VIDA NOTURNA
A região da praça da Matriz, no centro histórico, concentra boas opções para a noite; o bar Coupê (na foto, o sobrado na esquina), um dos mais concorridos, costuma lotar quando a cidade está cheia
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de Paraty, no sul do
Rio de Janeiro, é um destino fácil tanto para os paulistas (fica a
330 km de São Paulo) como para os cariocas (236 km do Rio).
Mas, dizem, todos os brasileiros deveriam conhecê-la.
Carregada de história, preserva suas características coloniais. Antiga vila que funcionou
como porto de saída do ouro
vindo de Minas Gerais no século 18 e depois para o escoamento do café no século 19, Paraty
conserva o chão de pedras irregulares, chamado de pé-de-moleque devido à semelhança com
o doce -o que obriga o visitante a desacelerar o passo.
O chão e toda a cidade são
tombados como patrimônio
histórico nacional pelo Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e,
assim, não é permitido circular
de carro pelo centro histórico.
Ponto para o turista, que se
esquece do trânsito ou de procurar vaga para estacionar.
Quem chega lá de carro pode
deixá-lo no estacionamento ao
lado da praça da Matriz ou nas
ruas que circundam o centro
histórico.
No passado
A cidade, que tem 30 mil habitantes, virou um ponto portuário principalmente porque a
trilha entre o topo da serra e o
mar já estava aberta.
Quem a iniciou foram os índios guaianás, que tinham a curiosa característica de passar o
inverno na região que hoje é
Paraty e o verão no Vale do Paraíba. Assim, era um caminho
oportuno para os colonizadores, que precisavam escoar o
ouro e os diamantes de Minas
Gerais.
Mas, em meados de 1700,
quando foi construído o Caminho Novo, que ligava a cidade
do Rio a São Paulo, Paraty foi
praticamente abandonada. Até
que, no início do século 19, teve
início a produção de café, repetindo o mesmo ciclo de riqueza
do ouro. Mas, como todo ciclo,
esse também acabou quando o
transporte passou a ser prioritariamente feito de trem.
Só em 1950, com a estrada
que liga Paraty a Cunha, a cidade voltou a ter importância,
com o início do ciclo do turismo, que é do que a cidade vive
até hoje. Foi na década de 1970,
com a inauguração da BR-101,
que a propensão de Paraty para
o turismo se consolidou.
Atualmente, a cidade é bastante conhecida por suas feiras.
A principal é a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).
Na última edição, recebeu cerca de 25 mil pessoas. Outro
evento do calendário paratiense é o Festival da Pinga de Paraty, em agosto. A cidade está
cada vez mais investindo em
eventos como esses para atrair
público e gerar investimentos
com o turismo.
No mundo
Paraty, com sua arquitetura
colonial, cerca de 300 praias e
ilhas, é tombada pelo Iphan
desde 1966 como patrimônio
nacional. Mas, desde 2004, a cidade é candidata a se transformar em patrimônio da humanidade pela Unesco. Acredita-se que o processo será votado
no ano que vem, em Brasília.
LUISA ALCANTARA E SILVA viajou a convite do Paraty Convention & Visitors Bureau
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