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Delírio de colecionador do PE reúne armas e arte
FABIO MARRA
EM RECIFE
Tradicionalmente, o Carnaval
pernambucano não termina na
terça-feira. Das cinzas da quarta-feira ressurge a folia de Olinda, comandada pelo bloco Bacalhau do
Batata. É preciso então monitorar
a algazarra e aproveitar, entre
uma ressaca e outra, as opções de
lazer e cultura do Estado.
Recife começou este ano, que é
de eleição, mais organizada e limpa. O sistema de fluxo de veículos
foi alterado nas ruas e avenidas,
diminuindo o congestionamento.
Apesar das queixas de alguns comerciantes, o recifense está se
deslocando com mais rapidez.
Os calçadões na orla de Boa Viagem, com jardins novos, convidam ao relaxamento. De quebra,
ainda é possível malhar nas academias públicas montadas ao ar
livre em alguns pontos. Os moradores da cidade têm direito a monitoramento médico, mas qualquer um pode se exercitar.
O Instituto Ricardo Brennand
(leia mais abaixo), um feliz delírio
do empresário e colecionador
pernambucano -primo e rival
do polêmico escultor Francisco
Brennand-, funcionará na
Quarta-Feira de Cinzas. Inaugurado no ano passado, o instituto,
erguido em forma de castelo inglês, ocupa quase 5.000 m2 no
bairro da Várzea.
O clima medieval é sentido já na
entrada do castelo, onde esculturas de leões guardam o arco por
onde passam os visitantes.
Em uma mistura exótica, emas,
patos e marrecos correm entre esculturas de rinocerontes espalhadas pelo jardim. É inevitável procurar jacarés no fosso sob a ponte
de acesso ao castelo São João.
Durante 50 anos, Ricardo Brennand comprou obras de arte de
todo o mundo e acumulou uma
das maiores coleções de armas
brancas. A exposição é impressionante: armas de caça, guerra e
proteção pessoal, como facas, punhais, canivetes e espadas; armaduras para cavaleiros, cavalos e
cachorros de ataque; coletes de
aço e malhas de ferro usadas por
guerrilheiros em batalhas da Idade Média. As peças são de 1500 a
1890 e fazem o turista se sentir em
pleno cenário da batalha final do
filme "Senhor dos Anéis".
Os detalhes reluzem em diferentes formatos, ricamente trabalhados com pedras preciosas e semipreciosas, marfins e madrepérolas. No espaço também estão expostas esculturas romanas e uma
pequena fonte, onde se jogam
moedas, repetindo o ritual feito
na Fontana de Trevi, em Roma.
Ricardo Brennand apresenta
ainda a maior coleção do mundo
de quadros do pintor holandês
Frans Post (1612-1680). São 15 telas do artista (leia texto abaixo),
sendo sete do período em que o
pintor esteve no Brasil, entre 1637
e 1644. A tela "Forte Frederick
Hendrik", uma das primeiras pintadas no Brasil, é avaliada em R$
15 milhões. Além dos quadros, o
instituto tem ainda mapas históricos, moedas e objetos da época da
ocupação holandesa no Brasil. A
mostra fica num anexo ao castelo.
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