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TAXIANDO NA CAPITAL
A menos de três horas de vôo de São Paulo, vale flanar por Palermo, cafés do centro e a chique Recoleta
Velho charme supera crise na metrópole
TONI PIRES
EDITOR DE FOTOGRAFIA
Se você já conhece Buenos Aires, gastou sapato caminhando
pelas ruas centrais, pela praça de
Mayo e pela "calle" Florida, jogou
moedas em chapéus de dançarinos no Caminito do bairro La Boca e conheceu o estádio La Bombonera, talvez seja tempo de investir na exploração de salões elegantes, grandes museus, cafés e
jardins recônditos da capital.
Para colher um pouco do clima
europeu da metrópole, siga os roteiros abaixo, que mostram que a
cidade recuperou o velho charme,
a despeito da crise econômica que
empobreceu o país no início do
século 21.
Buenos Aires passeando
Aproveite para percorrer as "calles" elegantes e arborizadas da região da Recoleta. Bares de época,
prédios de estilo francês e o centro
de compras Pátio Bullrich, um
dos shoppings mais elegantes de
Buenos Aires, dividem o espaço
com antiquários e galerias de arte.
Passando pelo Alvear Palace,
um tradicional hotel-palácio, você estará diante de um local que
recebeu reis e rainhas. Ainda hoje,
o chá da tarde, servido no salão
L'Orangerie, junto ao jardim de
inverno, vale o trabalho de pensar
um pouco em que roupa vestir.
À luz do dia, é comum ver os
"passeadores de cães", que cobram até US$ 50 por mês dos donos abastados e sem tempo.
Não muito longe da Recoleta,
convém conhecer o imponente
teatro Colón, projeto dos arquitetos Francisco Tamburini, Victor
Meano e Julio Dormal.
Inaugurado em 1908, é reconhecido internacionalmente pela excelente acústica e tido como a sala
lírica de maior envergadura da
América Latina.
O tour guiado pelo Cólon é sempre iniciado por um aluno de canto, que, trajando vestes teatrais,
solta a voz com um trecho de ópera no hall de entrada.
Giros portenhos
Quem pensa em Buenos Aires
como cidade natal do tango, logo
verifica que a capital está repleta
de casas de shows, que vão do popular ao requintado, onde é possível ver espetáculos e dançar.
Há locais com a Casa Catedral e
a Esquina Carlos Gardel, mais romântica, com mesas na penumbra. Um dos charmes do cardápio
desse local é a truta negra de Nova
York, um prato leve, com o peixe
sem espinhas, feito ao forno, com
champignon, creme, ervas e queijo parmesão.
Para um encontro quase literário, o Café Tortoni, uma casa de
1858, se mantém impecável. Reduto de boêmios e de intelectuais,
conserva intactos as cadeiras revestidas com couro, os tampos da
mesa de mármore e os lustres de
cristal. Há ainda um salão para os
apreciadores da sinuca.
Já para caminhadas em meio à
natureza bem desenhada dos jardins de Buenos Aires, vale explorar, em Palermo, o exótico Parque
Japonês, o jardim zoológico e o
jardim botânico.
Em Belgrano, onde a área é quase toda arborizada, o clima é mais
tranqüilo ainda. O passeio pode
incluir visitas à igreja da Imaculada Conceição, aos museus Sarmiento e à Casa de Yrustia.
Cores da cidade
A capital é pródiga em museus,
começando pelo tradicional e
eclético Museu Nacional de Belas
Artes (www.mnba.org.ar), cujo
acervo conta com mais de 10 mil
obras. Além de arte argentina, há
pinturas de artistas de várias épocas e de renome mundial, como
Francisco Goya, Monet, Van
Gogh e Picasso.
Outro que merece igual destaque é o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o ultramoderno Malba (www.malba.org.ar), inaugurado em 20 de
setembro de 2001 para servir de
sede a um acervo que, hoje, reúne
280 obras contemporâneas.
Dono do "Abaporu" (1929), de
Tarsila do Amaral, pintura emblemática do modernismo brasileiro, o Malba pertence à uma
fundação dirigida pelo financista
Eduardo F. Costantini.
Inicialmente, a coleção de Costantini não tinha sede e se atinha a
obras de artistas plásticos argentinos e uruguaios. Com o tempo, o
acervo foi adquirindo um caráter
latino-americano, reunindo uma
coleção notável. Há no Malba um
auto-retrato saído do cavalete da
mexicana Frida Khalo em 1942 e a
obra-prima "Manifestação"
(1934), imenso painel de conteúdo político pintado pelo argentino Antonio Berni.
Integram a lista dos autores do
Malba pintores como Di Cavalcanti, Portinari, Xul Solar e Pedro Figari.
O próprio prédio, arrojado, é
uma imponente obra de arquitetura contemporânea, o primeiro
em Buenos Aires construído exclusivamente para abrigar um
museu. A luz natural foi bastante
aproveitada nos ambientes, e há
ainda terraços para esculturas,
auditório, restaurante e loja de livros e objetos de arte e decoração.
Logo ali
Não necessariamente cara, a
duas horas e 40 minutos de vôo de
São Paulo, Buenos Aires tem, neste momento, diversas companhias aéreas, estrangeiras inclusive, fazendo a ligação com o Brasil: TAM,
Gol, Varig, Lufthansa, British Airways e Aerolineas Argentinas.
Em matéria de hotelaria, a oferta de estabelecimentos sofisticados é farta: grandes marcas mundiais estão ali representadas, e há
hotéis clássicos e contemporâneos -o Sofitel Buenos Aires,
por exemplo, fica num prédio art
déco de 1929, que foi a primeira
torre de apartamentos da cidade e
que tem suítes decoradas com
obras de fotógrafos argentinos
consagrados, como Aldo Sessa.
Toni Pires, editor de Fotografia, viajou a
convite da rede Leading Hotels e da companhia aérea British Airways
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