São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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Turismo ajuda Grécia a bordejar a crise

Governo grego cria portal para ajudar no planejamento de viagens; promoções também atraem mais visitantes

País que em 2009 viu seu PIB declinar 2,6% aposta no aumento do turismo para driblar a depressão econômica


Luciana Coelho/Folhapress
Fortaleza de Spinalonga, que fica perto de Elounda, em Creta; local já foi um leprosário

LUCIANA COELHO
RAFAEL GARCIA

ENVIADOS ESPECIAIS À GRÉCIA

A crise está nas ruas, nos restaurantes e lojas e na conversa com qualquer grego. Mas não se intimide. A hora é excelente para ir à Grécia.
A indústria turística, que emprega 1 em cada 5 gregos e responde por 20% do PIB do país, tenta se recuperar dos baques com promoções e com tratamento caprichado.
Bom para o visitante e para a economia local. A crise global fez encolher 15% o turismo no país em 2009, e a expectativa do Ministério do Turismo para este ano é de impacto semelhante.
Muitos visitantes se assustaram após os protestos do primeiro semestre, motivados pelo duro anúncio de cortes e demissões pelo governo. Embora a violência tenha sido localizada, deixou três mortos e se repetiu em manchetes de jornais.
As greves, que chegaram a paralisar o serviço de balsas tão crucial para quem visita as ilhas, pesaram contra.
O turista, no entanto, não tem motivo para se ressentir. Os protestos arrefeceram. E os preços baixaram.
É possível encontrar um bom hotel em Atenas e nas principais ilhas por cerca de 120 a diária do casal na alta temporada. Em Creta ou no interior esse valor cai pela metade. Uma boa refeição com uma taça de vinho fica entre 15 e 30 por pessoa.
O governo, que no ano passado viu seu PIB cair 2,6%, sabe que o alívio para a crise pode vir dos turistas. Criou um portal para ajudar no planejamento de viagens ao país (www.gnto.gr/portal/site/eot) e tem promovido campanhas de incentivo ao turismo. Em Atenas, abriu o Novo Museu da Acrópole (www.newacropolismuseum.gr/eng), com uma curadoria impecável e a reivindicação de que o British Museum devolva as peças que lorde Elgin levou a Londres.
Desde a Olimpíada no país, em 2004, a infraestrutura para o viajante tem sido bem mantida. Os hotéis se multiplicaram e as estradas estão em bom estado, assim como os aeroportos.

NA ESTRADA
O maior problema para quem quer conhecer o país além dos clichês é a malha aérea -ou mesmo terrestre- focada em Atenas e nas ilhas mais conhecidas. Faltam conexões diretas.
Mesmo locais importantes como Olímpia ou Meteora -paraíso de alpinistas no norte do país, com seus monastérios do séc. 13 fincados em picos de rocha escura esculpidos por milênios de erosão- só podem ser alcançados de carro ou ônibus. Por 600 pode-se contratar um táxi e passar dois dias entre Atenas e Meteora, com paradas a escolher ao longo dos quase 400 km que ligam um local ao outro (www.greecetravel.com/taxi). O preço é salgado para quem vai sozinho ou em duas pessoas, mas compensa se o grupo tiver três ou quatro integrantes.
As vantagens são a personalização do roteiro e o guia versado não só na história grega antiga mas também na moderna e contemporânea.
Não que seja preciso ir de táxi. A Ktel, cooperativa nacional de ônibus, serve todo o território, apesar de exigir paciência no planejamento.
Alugar um carro é fácil, embora a opção peça sangue-frio: as estradas são boas, mas os motoristas ignoram limites de velocidade. O resultado é que todas as autopistas que a reportagem conheceu são perfiladas por miniaturas de capelas, que marcam locais de acidente.
Fique atento aos preços: grandes locadoras cobram mais caro de quem tenta reservar o veículo na internet. Habilitações brasileiras são aceitas em todo o território.

Leia mais sobre o turismo e a crise na Grécia

folha.com.br/turismo


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