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Turismo ajuda Grécia a bordejar a crise
Governo grego cria portal para ajudar no planejamento de viagens; promoções também atraem mais visitantes
País que em 2009 viu seu PIB declinar 2,6% aposta no aumento do turismo para driblar a depressão econômica
Luciana Coelho/Folhapress
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Fortaleza de Spinalonga, que fica perto de Elounda, em Creta; local já foi um leprosário
LUCIANA COELHO
RAFAEL GARCIA
ENVIADOS ESPECIAIS À GRÉCIA
A crise está nas ruas, nos
restaurantes e lojas e na conversa com qualquer grego.
Mas não se intimide. A hora é
excelente para ir à Grécia.
A indústria turística, que
emprega 1 em cada 5 gregos e
responde por 20% do PIB do
país, tenta se recuperar dos
baques com promoções e
com tratamento caprichado.
Bom para o visitante e para
a economia local. A crise global fez encolher 15% o turismo no país em 2009, e a expectativa do Ministério do
Turismo para este ano é de
impacto semelhante.
Muitos visitantes se assustaram após os protestos do
primeiro semestre, motivados pelo duro anúncio de
cortes e demissões pelo governo. Embora a violência tenha sido localizada, deixou
três mortos e se repetiu em
manchetes de jornais.
As greves, que chegaram a
paralisar o serviço de balsas
tão crucial para quem visita
as ilhas, pesaram contra.
O turista, no entanto, não
tem motivo para se ressentir.
Os protestos arrefeceram. E
os preços baixaram.
É possível encontrar um
bom hotel em Atenas e nas
principais ilhas por cerca de
120 a diária do casal na alta
temporada. Em Creta ou no
interior esse valor cai pela
metade. Uma boa refeição
com uma taça de vinho fica
entre 15 e 30 por pessoa.
O governo, que no ano
passado viu seu PIB cair
2,6%, sabe que o alívio para a
crise pode vir dos turistas.
Criou um portal para ajudar no planejamento de viagens ao país (www.gnto.gr/portal/site/eot) e tem promovido campanhas de incentivo ao turismo.
Em Atenas, abriu o Novo
Museu da Acrópole (www.newacropolismuseum.gr/eng), com uma curadoria impecável e a reivindicação de
que o British Museum devolva as peças que lorde Elgin
levou a Londres.
Desde a Olimpíada no
país, em 2004, a infraestrutura para o viajante tem sido
bem mantida. Os hotéis se
multiplicaram e as estradas
estão em bom estado, assim
como os aeroportos.
NA ESTRADA
O maior problema para
quem quer conhecer o país
além dos clichês é a malha
aérea -ou mesmo terrestre-
focada em Atenas e nas ilhas
mais conhecidas. Faltam conexões diretas.
Mesmo locais importantes
como Olímpia ou Meteora
-paraíso de alpinistas no
norte do país, com seus monastérios do séc. 13 fincados
em picos de rocha escura esculpidos por milênios de erosão- só podem ser alcançados de carro ou ônibus.
Por 600 pode-se contratar um táxi e passar dois dias
entre Atenas e Meteora, com
paradas a escolher ao longo
dos quase 400 km que ligam
um local ao outro
(www.greecetravel.com/taxi). O preço é salgado para
quem vai sozinho ou em
duas pessoas, mas compensa se o grupo tiver três ou
quatro integrantes.
As vantagens são a personalização do roteiro e o guia
versado não só na história
grega antiga mas também na
moderna e contemporânea.
Não que seja preciso ir de
táxi. A Ktel, cooperativa nacional de ônibus, serve todo
o território, apesar de exigir
paciência no planejamento.
Alugar um carro é fácil,
embora a opção peça sangue-frio: as estradas são
boas, mas os motoristas ignoram limites de velocidade.
O resultado é que todas as
autopistas que a reportagem
conheceu são perfiladas por
miniaturas de capelas, que
marcam locais de acidente.
Fique atento aos preços:
grandes locadoras cobram
mais caro de quem tenta reservar o veículo na internet.
Habilitações brasileiras são
aceitas em todo o território.
Leia mais sobre o turismo
e a crise na Grécia
folha.com.br/turismo
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