São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006

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NE CONCENTRADO

Em solo baiano, vila de Mangue Seco permanece isolada

Acesso ao local é mais fácil via Sergipe

DA ENVIADA ESPECIAL A MANGUE SECO (BA)

No litoral sul, o destino final mais famoso é Mangue Seco, na divisa com Sergipe e a 80 km de Aracaju. E, apesar de a estrela ficar na Bahia, o acesso é mais fácil por Sergipe e, no caminho até lá, praias como Mosqueiro e Náufragos, ainda em Aracaju, e as praias Caueira, Abaís e do Saco, já mais próximo de Mangue Seco, são imperdíveis.
O acesso saindo de Aracaju é pela rodovia José Sarney, de carro ou com a linha Aracaju/ Mosqueiro. Pelo trajeto, surgem praias menos agitadas que Atalaia, mas igualmente belas e com boa estrutura.
Vale uma parada na praia dos Náufragos, assim conhecida por ter sido o local onde, durante a Segunda Guerra, um submarino alemão torpedeou um navio brasileiro, fazendo o país entrar na guerra. Os destroços da embarcação e o cemitério onde foram enterradas as vítimas do ataque ficam nessa praia.
Alguns quilômetros adiante está o ponto em que se faz a travessia de balsa do rio Vaza-Barris, rumo ao município de Estância, onde estão as praias de Abaís e do Saco (a 1,5 km de Mangue Seco, tem barraquinhas com bebidas e camarões). É comum, na travessia, se deparar com vendedores de caranguejo. Uma corda com seis deles, ainda vivos, custa R$ 5.
Da praia do Saco, que tem cinco quilômetros de extensão e uma estreita faixa de areia, há duas maneiras de chegar a Mangue Seco atravessando o rio Real: pelo porto Nangola ou pelo porto Cavalo. Do primeiro, é possível alugar "lanchinhas" que custam R$ 60 (para até seis pessoas) e chegam mais rápido. Do segundo, além da balsa que foi transferida do bairro Industrial com a construção de ponte e que encurtou o caminho até a Bahia, saem catamarãs e escunas a R$ 75 por pessoa.
Na escuna de Paulinho Siqueira, dono da Gazzela e que também faz as vezes de guia, há um bar e um restaurante. Ali é servida desde a famosa mariscada sergipana -uma espécie de caldinho com ostra, lula, camarão, siri etc.- até lagosta no bafo, pitu e carne-de-sol. A cachaça de alambique, de cortesia, deve ser tomada da forma local: comendo caju ou manga com sal antes de cada gole.
Antes de chegar a Mangue Seco, pare na ilha da Sogra, um banco de areia que só aparece com a maré baixa. Os habitantes contam que o nome surgiu porque um homem ali deixou a sogra, e, quando voltou para buscá-la, ela não estava mais: um pescador que passava a salvou quando a maré encheu e a levou de volta para casa.
A diversão é andar pela ilha, chegando até o lado virado para o mar aberto, ou ficar na parte virada para o rio Piautinga, que ali se mistura com o mar.
Em minutos chega-se ao vilarejo de Mangue Seco. Num braço de terra que se projeta mar adentro, o lugar fica isolado do movimento do continente.
(FERNANDA GIULIETTI)

ESCUNA GAZZELA - Tel.: 0/xx/79/9982-8880
www.escunagazzela.com.br


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