São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Buenos Aires é intensa e exige atenção

Gastronômica, capital tem bons restaurantes onde se gasta em torno de R$ 30; mas nem tudo lá é pechincha

Nem tudo é "lua de mel" na metrópole que, agora lotada de brasileiros, valoriza os vendedores falantes de português

Luisa Alcantara e Silva/Folhapress
A torre Monumental, ou dos Ingleses, inaugurada em 1916, vista da praça San Martín

LUISA ALCANTARA E SILVA
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Impulsionado pelo crescimento econômico de seu país e pela valorização do real, o brasileiro é o turista que mais vai a Buenos Aires.
Entre os visitantes estrangeiros, é também o que mais gasta -em média, cada brasileiro desembolsa R$ 238 por dia naquela cidade.
Nesta edição, os preços estarão em reais, para que você tenha uma noção melhor do quanto gastará em viagem à capital portenha neste final de ano. Lembrando que o peso está em cerca de R$ 0,43.
E é exatamente à procura de boas compras que o brasileiro segue para lá. Tanto, que um dos maiores atrativos da capital portenha tem sotaque inglês. São os outlets -as lojas que vendem produtos de coleções anteriores a preços mais em conta.
Sim, comprar em Buenos Aires é bom, mas não vá pensando que encontrará ofertas tão boas quanto as que são oferecidas nos famosos outlets da Flórida (EUA).
Até por isso, o que mais chama a atenção dos turistas em Buenos Aires são os ótimos preços dos restaurantes. É possível comer muito bem gastando pouco.
Pesquisa da Secretaria de Turismo do Governo da Cidade de Buenos Aires (www.bue.gob.ar) confirma as impressões. Ela mostra que mais de 77% dos entrevistados destacam a gastronomia como a principal atividade. Fazer compras garantiu o segundo lugar.
Faltando pouco para o Natal e o Ano Novo, a metrópole de 3 milhões de habitantes vê turistas brasileiros pululando na rua Florida, no centro, nos shoppings e em Palermo.

PECHINCHE
A capital portenha não é o paraíso das compras que se alardeia. Um olhar crítico pelas lojas revela preços parecidos com os de São Paulo. Lá, as pechinchas são mais frequentes nos outlets de artigos de couro e de esporte (veja nas págs. F6 e F7 os melhores endereços para compras).
"Achei que fosse encontrar coisas mais baratas em todas as lojas", disse a empresária brasileira Marta Meneghin, 48. "Mas nos outlets, sim, há ótimos preços."
Neste ano, de janeiro a outubro, foram a Buenos Aires 720 mil turistas brasileiros, que representaram 34% do total de viajantes no local. A previsão é fechar o ano com um milhão desses visitantes.

PROBLEMAS
Buenos Aires se orgulha de ter sido a mais rica da América Latina, mas passa dificuldades com a pobreza, que cresceu após a crise mundial de 2008.
Dados da CIA, a agência de inteligência do governo dos Estados Unidos, mostram que, em 2009, o desemprego no país atingia 8,7% da população. Dos 41,3 milhões de argentinos, 13,9% estariam abaixo da linha da pobreza.
Ali, não é raro ver lixo nas calçadas e pessoas dormindo nas praças. E, conforme aumenta a pobreza, aumenta a violência (leia mais abaixo).
A pobreza também aparece no desleixo das autoridades com os prédios históricos. Centenários, muitos deles estão com a fachada carente de conservação, precisando de restauros.
Na imprensa internacional, jornais acompanham, na periferia da capital, confrontos entre moradores e ocupantes do parque Indoamericano (zona sul). Até anteontem, os distúrbios já haviam causado quatro mortes.


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