São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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FN DE A-Z

Boa comida é mercadoria escassa

Preços, altos por causa do isolamento, não garantem boa comida no arquipélago

DO ENVIADO ESPECIAL
A FERNANDO DE NORONHA

Comer bem nos restaurantes do arquipélago não é muito fácil: há locais simpáticos, mas, até pelo isolamento, bons ingredientes são raros -e os preços não são módicos.

1. O Trattoria di Morena (www.noronha.com.br/morena; tel.: 0/xx/81/3619-1142), perto da BR-363, na rua Nice Cordeiro, 2.600, tem pratos de inspiração italiana -e acerta no gosto das massas. Não é barato, mas aceita cartões: Diners, MasterCard e Visa. Abre de segunda a sábado, das 19h às 22h30 e, em 3 de janeiro, passou também a servir no almoço. O carpaccio de atum é saboroso; o lingüine com perfume de lagosta vale a pena, "al dente", no ponto certo. O lugar tem ar-condicionado, e uma adega climatizada garante vinhos refrescados -o Alandra, branco português, sai por R$ 39. Entre as sobremesas, o doce de caju com queijo de coalho, em forma de arraia, é surpreendente.

2. O Cacimba Bistrô (cacimbabistrô@gmail.com; tel.: 0/ xx/81/3619-1200), na praça Presidente Eurico Dutra, fica numa casa histórica. A decoração do restaurante, aberto por ex-integrantes da pousada Maravilha, lembra um lounge. No dia da visita, não havia água no banheiro -e a direção disse que, então, cozinhava com água mineral. Os preços são salgados, mas a comida é empratada: o cliente é brindado com ojeriza quando menciona dividir os prato. As verduras com curry têm sabor irreconhecível; o peixe, grelhado, afunda na pimenta rosa. E cartões de crédito não são aceitos.

3. No outrora festejado Ecologiku's (tel.: 0/xx/81/3619-1807; aberto das 19h às 22h30), numa viela empoeirada na antiga estrada do Sueste (s/nº), na área do aeroporto, o ambiente é assaz improvisado; já o atendimento, pára-caótico, é, ainda por luxo, antipático. O cardápio é enxuto, com moquecas caseiras que servem duas pessoas e custam cerca de R$ 65. Na visita, a macaxeira frita nunca chegou; já o pirão, veio, e veio queimado. Uma lagosta dividida em dois valia R$ 120 -torrada e salgada, com gosto de pipoca. Vinhos? Só o Miolo, nacional, e o Tarapacá, chileno, esse cotado a R$ 65. Só aceita dinheiro ou cheque.

4. No restaurante Flamboyant (tel.: 0/xx/81/3619-1510), um quilinho moderno, honesto e arejado, na praça de mesmo nome, o atendimento é simpático. Os sabores são corretos e triviais: arroz e feijão, frango com shoyu, verduras, um modesto churrasco. Os preços são convidativos. Aceita cartões.

5. A pizza no Bar do Cachorro é uma boa hipótese para quem vê o fim de tarde por ali. Local das baladas e sede do forró na ilha, essa pizzaria ao ar livre, num mirante de onde se vê o mar, é sossegada se visitada até as 20h. As pizzas são boas, idem as caipirinhas e os sucos. Só aceita cheque ou dinheiro.

6. O restaurante Dona Edilma (tel.: 0/xx/81/3619-1237), na rua São Miguel, 17, é local bem popular, simples mesmo. Fica no alto da Vila dos Remédios, acima do palácio São Miguel, numa esquina para quem quer ver a vida passar. Faz "comida de tia": mandioca frita, bolinho de tubarão, peixadinhas e caldeiradas honestas (a "calderonha" leva peixe, camarão e polvo) para duas pessoas. Os pratos têm bom tempero, acompanhados de saladinha e até de arroz e feijão. Sobremesas e café são raridades. Aceita cartões de crédito.

7. Na pizzaria Feitiço da Vila, na Vila dos Remédios, a pizza é referência local e há shows às quintas e aos sábados. Ao lado da igreja, numa casa avarandada, é rústica e acolhedora.

8. O Xica da Silva (tel.: 0/xx/ 81/3619-0437), na avenida das Acácias, 11, no bairro Floresta Nova, se intitula "Cafeína Bar". Prima pelo ambiente acolhedor, é envidraçado e as paredes internas são pintadas de vermelho. Reserva boas surpresas à mesa e muita gente vai lá atrás de drinques e petiscos. O polvo ensopado com feijão e saladinha nordestinos é típico e saboroso. Menos autênticos, os mariscos na casca com manteiga de ervas e as patinhas de caranguejo à milanesa têm ingredientes continentais. Aceita cartões de crédito.

9. O restaurante do Zé Maria (www.pousadazemaria.com.br; tel.: 0/xx/81/3619-1258) fica dentro da pousada de José Maria Coelho Sultano, um dos mais conhecidos personagens de Noronha. Mantém um eclético restaurante aberto ao público e promove "jantar-show" com 30 pratos; a partir das 21h, na quarta e no sábado, há música ao vivo. Integra a associação dos restaurantes da Boa Lembrança. Aceita cartões.

10. No Tubarão (tel.: 0/xx/ 81/3619-1365; aberto das 8h30 às 18h30), no museu Tubarões e ao lado do Porto, a atração é o bolinho de "tubalhau", feito de carne salgada e desfiada de tubarão. Quem tem fome pede a tubalhoada, prato feito ao forno com batatas, pimentão e azeite. Não aceita cartões.

11. O Maravilha (www.pousadamaravilha.com.br; tel.: 0/ xx/81/3619-0162) fica na pousada mais chique de Noronha, na BR-363. A cozinha é contemporânea, serve pratos como atum ao molho agridoce. Funciona à la carte das 12h às 15h; tem cardápio rápido das 15h às 20h e, de segunda a sábado, o jantar vai das 20h às 23h. Às quintas, há uma noite à italiana. Aceita cartões de crédito. (SILVIO CIOFFI)


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