Site de instituto especializado em imigração alemã tem ferramenta para pesquisa e atendimento on-line

MARINA DELLA VALLE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As pesquisas genealógicas de brasileiros descendentes de alemães ganharam um reforço na esfera virtual: o catálogo do instituto Martius-Staden, especializado em imigração alemã, foi digitalizado e pode ser consultado via internet, no site www.martiusstaden.org.br.
O catálogo do instituto engloba imigração alemã e literatura, arte e cultura. A biblioteca conta com 80 mil livros, periódicos e microfilmes, entre eles 7.000 títulos exclusivamente sobre a imigração. Entre os itens estão jornais em língua alemã do Brasil e da América Latina. O arquivo concentra 150 mil documentos.
O usuário precisa se cadastrar no site antes de fazer a pesquisa. Após o cadastro, que é gratuito, é possível pesquisar artigos, documentos, mapas, periódicos, fotos, microfilmes, livros e registros de organizações e de pessoas.
A pesquisa trará as referências bibliográficas dos itens procurados. É possível solicitar atendimento on-line para sanar dúvidas ou pedir documentos que não foram digitalizados. Os pedidos são respondidos em um ou dois dias úteis.
"É importante que o público saiba que não temos documentos pessoais, como certidões de nascimento. Temos publicações em geral, como jornais, onde é possível encontrar registros de casamentos ou mortes, por exemplo", explica Daniela Rothfuss, coordenadora do arquivo.
Estão disponíveis em formato digital os calendários e o anuário do instituto e a publicação "Famílias Brasileiras de Origem Germânica", de Salvador de Moya e Carlos Fouquet, editada em 1962 pelo Martius-Staden. Os sete volumes podem ser baixados no formato PDF.
Os primeiros alemães vieram para o Brasil ainda sob o reinado de d. Pedro 1º. A imigração alemã se deu durante um longo período, e o número de imigrantes variou bastante ao longo dos anos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; www.ibge.gov.br), de 1824 a 1847, 8.176 alemães vieram para o Brasil. O pico se deu de 1920 a 1929, quando 75.801 alemães aportaram no país.
A vinda de imigrantes alemães para o Brasil se concentrou na região Sul, onde foi criada, em 1824, a primeira colônia alemã, em São Leopoldo (RS). Com o tempo, os imigrantes expandiram sua presença para outras regiões, como os Estados de Minas e da Bahia.
O atendimento on-line facilita a pesquisa genealógica dos descendentes de alemães que vivem fora de São Paulo. "A demanda no Rio Grande do Sul, por exemplo, é muito grande. A digitalização nos permite atender também as pessoas que não podem vir aqui", diz Daniela.


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