São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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Destino Grécia

Com ruas estreitas e intensa atividade comercial, bairro concentra palácio, monumentos e tavernas

Labiríntico, Plaka preserva edifícios da Antigüidade

DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA

Quando a Grécia se tornou independente da ocupação turca, em 1833, Atenas era um pequeno povoado concentrado no bairro Plaka. A cidade cresceu, mas o bairro histórico situado aos pés da Acrópole continua com as mesmas características. Há quem diga que a região foi batizada pelos soldados albaneses que trabalhavam para os turcos no século 16. Plaka quer dizer "velha".
Com urbanização desordenada, o bairro é um labirinto de ruas estreitas e pracinhas tomadas de lojas de roupas, calçados, artesanato e antigüidades, além de restaurantes e tavernas com mesas ao ar livre. Na maioria das ruas, a circulação de carros é proibida.

Ponto de partida
O prédio do Parlamento é um bom começo para desvendar o bairro. O antigo Palácio de Vouli fica na praça Syntagma. Erguida entre 1836 e 1842, a estrutura serviu de residência oficial do rei Otto 1º. Diariamente, acontece a curiosa troca de guarda no túmulo do soldado desconhecido. Com passos que lembram os movimentos de robôs, os Èvzones (soldados da guarda nacional) exibem as fardas tradicionais, fazendo da rotina uma cerimônia disputadíssima entre os turistas.
O palácio é ladeado pelo Jardim Nacional, um oásis de 150 mil espécies de flor de várias regiões da Grécia e da Itália.
A pompa da avenida do Parlamento e do Jardim Nacional é completada por um imponente arco de triunfo, erguido no ano 131 para a passagem do imperador romano Adriano, como símbolo da conquista.

Centro antigo
Todas as ruas próximas ao Parlamento, ao Jardim Nacional e ao arco levam ao coração de Plaka. O bairro não é grande, o que permite explorar, sem se cansar, cada canto histórico. Em uma caminhada descompromissada por uma viela, o turista se depara com o monumento Mnimio Lissilkratous, um símbolo da Antigüidade.
Algumas vielas a mais, o visitante vê o Romaiki Agora, local onde aconteciam as atividades comerciais do mercado romano no século 1º e, mais tarde, a dos turcos. O pátio é fechado para visitação, mas é possível espiar através das grades de ferro que o protegem.
O bairro abriga ainda a catedral de Atenas, construção do século 19 dedicada à Virgem Gorgoepikos . O destaque, entretanto, é a Pequena Metrópole, charmosa capela bizantina colada à catedral. No mesmo circuito, resiste uma construção do século 12. É também uma capela, que chama a atenção por estar praticamente encravada na entrada de um complexo de arquitetura moderna.

Monastiraki
Ao lado de Plaka, o bairro Monastiraki repete as características do vizinho, com ruas estreitas e intensa atividade comercial. A praça Avissinias é tida como o coração do mercado de pulgas dali. O ponto é tradicional pela venda de antigüidades em lojas e em camelôs, que expõem raridades no chão.
Em Monastiraki fica o Kendriki Agora, mercado central de bela estrutura em ferro erguida em 1879. Peixes, carnes e frutas dominam as barracas, mas o lugar também oferece sementes e ervas vindas da Turquia, da Síria, da Arábia e do Egito.
A principal atração noturna é a praça que leva o mesmo nome do bairro. Repleto de bares e restaurantes, o local é ponto de encontro dos jovens atenienses, que se misturam às centenas de turistas em busca de boa comida e diversão. Alguns estabelecimentos tocam músicas tradicionais, enquanto outros exibem clipes em telões.
Após o jantar, uma boa pedida é conhecer uma ou mais das inúmeras tavernas para um um gole de ouzo, destilado de cascas de uva aromatizado com aniz ou erva-doce. A cautela do gole sugerido não é por acaso. O ouzo tem variação de 38% a 48% de teor alcoólico.
(FABIO MARRA)


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