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Destino Grécia
Com ruas estreitas e intensa atividade comercial, bairro concentra palácio, monumentos e tavernas
Labiríntico, Plaka preserva edifícios da Antigüidade
DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA
Quando a Grécia se tornou
independente da ocupação turca, em 1833, Atenas era um pequeno povoado concentrado
no bairro Plaka. A cidade cresceu, mas o bairro histórico situado aos pés da Acrópole continua com as mesmas características. Há quem diga que a região foi batizada pelos soldados
albaneses que trabalhavam para os turcos no século 16. Plaka
quer dizer "velha".
Com urbanização desordenada, o bairro é um labirinto de
ruas estreitas e pracinhas tomadas de lojas de roupas, calçados, artesanato e antigüidades,
além de restaurantes e tavernas com mesas ao ar livre. Na
maioria das ruas, a circulação
de carros é proibida.
Ponto de partida
O prédio do Parlamento é um
bom começo para desvendar o
bairro. O antigo Palácio de Vouli fica na praça Syntagma. Erguida entre 1836 e 1842, a estrutura serviu de residência
oficial do rei Otto 1º. Diariamente, acontece a curiosa troca
de guarda no túmulo do soldado desconhecido. Com passos
que lembram os movimentos
de robôs, os Èvzones (soldados
da guarda nacional) exibem as
fardas tradicionais, fazendo da
rotina uma cerimônia disputadíssima entre os turistas.
O palácio é ladeado pelo Jardim Nacional, um oásis de 150
mil espécies de flor de várias regiões da Grécia e da Itália.
A pompa da avenida do Parlamento e do Jardim Nacional
é completada por um imponente arco de triunfo, erguido no
ano 131 para a passagem do imperador romano Adriano, como símbolo da conquista.
Centro antigo
Todas as ruas próximas ao
Parlamento, ao Jardim Nacional e ao arco levam ao coração
de Plaka. O bairro não é grande,
o que permite explorar, sem se
cansar, cada canto histórico.
Em uma caminhada descompromissada por uma viela, o turista se depara com o monumento Mnimio Lissilkratous,
um símbolo da Antigüidade.
Algumas vielas a mais, o visitante vê o Romaiki Agora, local
onde aconteciam as atividades
comerciais do mercado romano no século 1º e, mais tarde, a
dos turcos. O pátio é fechado
para visitação, mas é possível
espiar através das grades de
ferro que o protegem.
O bairro abriga ainda a catedral de Atenas, construção do
século 19 dedicada à Virgem
Gorgoepikos . O destaque, entretanto, é a Pequena Metrópole, charmosa capela bizantina
colada à catedral. No mesmo
circuito, resiste uma construção do século 12. É também
uma capela, que chama a atenção por estar praticamente encravada na entrada de um complexo de arquitetura moderna.
Monastiraki
Ao lado de Plaka, o bairro
Monastiraki repete as características do vizinho, com ruas
estreitas e intensa atividade comercial. A praça Avissinias é tida como o coração do mercado
de pulgas dali. O ponto é tradicional pela venda de antigüidades em lojas e em camelôs, que
expõem raridades no chão.
Em Monastiraki fica o Kendriki Agora, mercado central de
bela estrutura em ferro erguida
em 1879. Peixes, carnes e frutas
dominam as barracas, mas o lugar também oferece sementes e
ervas vindas da Turquia, da Síria, da Arábia e do Egito.
A principal atração noturna é
a praça que leva o mesmo nome
do bairro. Repleto de bares e
restaurantes, o local é ponto de
encontro dos jovens atenienses, que se misturam às centenas de turistas em busca de boa
comida e diversão. Alguns estabelecimentos tocam músicas
tradicionais, enquanto outros
exibem clipes em telões.
Após o jantar, uma boa pedida é conhecer uma ou mais das
inúmeras tavernas para um um
gole de ouzo, destilado de cascas de uva aromatizado com
aniz ou erva-doce. A cautela do
gole sugerido não é por acaso. O
ouzo tem variação de 38% a
48% de teor alcoólico.
(FABIO MARRA)
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