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NAVIOS NA PROA
Jantar do comandante pede roupa chique
Segundo Abremar, em cruzeiro que não inclui gorjeta turista deve gastar de US$ 8/dia com gratificação
DA REPORTAGEM LOCAL
Até há cerca de 20 anos, os
cruzeiros eram mais glamurosos. Ternos e vestidos desfilavam cercados de relógios de ouro e joias em todas as noites.
Mas, com a popularização do
setor, o cenário mudou. Quem
tira férias quer ficar longe da
gravata e, algumas mulheres,
do salto alto.
Entendendo isso, as empresas adaptaram seus programas,
e hoje, normalmente, os cruzeiros que navegam na costa brasileira têm só uma noite mais elegante, chamada de noite de gala
ou jantar com o comandante. É
o único momento em que se pede que os homens usem terno e
gravata e as mulheres usem
vestido.
"É o comandante quem manda no navio, então, se é pedido
um traje mais elegante, tem de
seguir", diz a consultora de etiqueta Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), autora dos livros "Boas Maneiras
de A a Z" e "A Etiqueta da Sedução". Para ela, que já fez dois
cruzeiros, "esculhambaram os
navios no Brasil".
"Você não está em um fast-food ou em uma praça de alimentação do shopping. Os cruzeiros são viagens mais elegantes -e ponto!", afirma.
Ela lembra a época em que os
homens usavam terno todos os
dias e, na noite com o comandante, usavam black-tie. "Ou
seja, já amoleceram demais. É
só em uma noite que se deve
usar terno ou um vestido e salto alto. Então, tem de usar, não
tem desculpa."
Mala menor
Em vez de festa de gala, a Ibero, que acaba de entrar para o
grupo Costa Cruzeiros, promoverá a festa temática "Noche
Blanca" em seus cruzeiros.
Nos cruzeiros de mais de
quatro dias, haverá essa noite e
a noite de gala, mas, nos mínis,
os passageiros não precisarão
levar terno. Basta uma roupa
branca. "A ideia é fazer como
um Réveillon", afirma René
Hermann, diretor-presidente
da Ibero e da Costa Cruzeiros.
Abrindo a carteira
Outra questão de etiqueta
que deve ser seguida, segundo a
consultora, é relativa à gorjeta.
"Algumas empresas até devem
incluir [o valor da gorjeta] no
preço total, porque sabe que o
brasileiro não gosta de pagar",
diz Célia. "Mas é preciso dar
sim. Pensa que a sua toalha vai
estar trocada, que tem paparico... Não existe almoço grátis
em lugar nenhum."
No site da Abremar (www.abremar.com.br) fala-se em
um valor mínimo recomendado para gorjetas: cerca de US$ 8
por dia, para o camareiro, o
garçom e maître. Em cada cabine, há um envelope em que o
passageiro pode colocar a gorjeta. Mas a própria Abremar
afirma: alguns pacotes já incluem a gorjeta. Por isso, é bom
se informar.
A pontualidade também deve ser seguida à risca. Ao comprar o pacote, a pessoa escolhe
o horário em que prefere as refeições. "O brasileiro não entende que nem todo mundo é
"made in Brazil", e que há regras
a serem seguidas", diz Célia.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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