São Paulo, quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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NAVIOS NA PROA

Jantar do comandante pede roupa chique

Segundo Abremar, em cruzeiro que não inclui gorjeta turista deve gastar de US$ 8/dia com gratificação

DA REPORTAGEM LOCAL

Até há cerca de 20 anos, os cruzeiros eram mais glamurosos. Ternos e vestidos desfilavam cercados de relógios de ouro e joias em todas as noites.
Mas, com a popularização do setor, o cenário mudou. Quem tira férias quer ficar longe da gravata e, algumas mulheres, do salto alto.
Entendendo isso, as empresas adaptaram seus programas, e hoje, normalmente, os cruzeiros que navegam na costa brasileira têm só uma noite mais elegante, chamada de noite de gala ou jantar com o comandante. É o único momento em que se pede que os homens usem terno e gravata e as mulheres usem vestido.
"É o comandante quem manda no navio, então, se é pedido um traje mais elegante, tem de seguir", diz a consultora de etiqueta Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), autora dos livros "Boas Maneiras de A a Z" e "A Etiqueta da Sedução". Para ela, que já fez dois cruzeiros, "esculhambaram os navios no Brasil".
"Você não está em um fast-food ou em uma praça de alimentação do shopping. Os cruzeiros são viagens mais elegantes -e ponto!", afirma.
Ela lembra a época em que os homens usavam terno todos os dias e, na noite com o comandante, usavam black-tie. "Ou seja, já amoleceram demais. É só em uma noite que se deve usar terno ou um vestido e salto alto. Então, tem de usar, não tem desculpa."

Mala menor
Em vez de festa de gala, a Ibero, que acaba de entrar para o grupo Costa Cruzeiros, promoverá a festa temática "Noche Blanca" em seus cruzeiros.
Nos cruzeiros de mais de quatro dias, haverá essa noite e a noite de gala, mas, nos mínis, os passageiros não precisarão levar terno. Basta uma roupa branca. "A ideia é fazer como um Réveillon", afirma René Hermann, diretor-presidente da Ibero e da Costa Cruzeiros.

Abrindo a carteira
Outra questão de etiqueta que deve ser seguida, segundo a consultora, é relativa à gorjeta. "Algumas empresas até devem incluir [o valor da gorjeta] no preço total, porque sabe que o brasileiro não gosta de pagar", diz Célia. "Mas é preciso dar sim. Pensa que a sua toalha vai estar trocada, que tem paparico... Não existe almoço grátis em lugar nenhum."
No site da Abremar (www.abremar.com.br) fala-se em um valor mínimo recomendado para gorjetas: cerca de US$ 8 por dia, para o camareiro, o garçom e maître. Em cada cabine, há um envelope em que o passageiro pode colocar a gorjeta. Mas a própria Abremar afirma: alguns pacotes já incluem a gorjeta. Por isso, é bom se informar.
A pontualidade também deve ser seguida à risca. Ao comprar o pacote, a pessoa escolhe o horário em que prefere as refeições. "O brasileiro não entende que nem todo mundo é "made in Brazil", e que há regras a serem seguidas", diz Célia. (LUISA ALCANTARA E SILVA)


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