São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003 |
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AVIAÇÃO No Brasil, o presidente mundial da companhia italiana fala sobre o futuro do setor e elogia os jatos da Embraer Alitalia avança no rumo da privatização
SILVIO CIOFFI BRASIL - "A Alitalia liga o Brasil e
a Itália há 55 anos e agora, a partir
do dia 1º de dezembro, nossos sete
vôos semanais serão operados
com o Boeing-777, equipamento
de nova geração capaz de levar
cem passageiros a mais que o
atual Boeing-767. Acreditamos
nas perspectivas desse mercado e,
embora a decisão ainda não esteja
tomada, pode ser que esse vôo,
que ficará parado sete horas em
São Paulo, sirva também o Rio." EMBRAER - "Temos relações excelentes com a Embraer -e parte
significativa de nossa frota regional, da Alitalia Express, é operada
com o modelo brasileiro ERJ-145,
um avião eficiente e econômico.
Assim, estamos empenhados em
ter, em primeira mão, um novo
Embraer ERJ-170, que nos ajudaria a desenvolver o tráfego regional, um dos pontos fortes da companhia na Europa." PADRONIZAÇÃO - "Temos ainda
nos trajetos regionais o MD-80,
que devemos continuar operando, mas que deve, aos poucos, ceder lugar aos novos aviões da Embraer. Além de jatos grandes da
Boeing, como esses que vêm ao
Brasil, a Alitalia também usa
aviões da Airbus. Sim, o futuro
exigirá maior homogeneidade da
frota; isso deve ser feito progressivamente, em diversas fases." SKY TEAM - "Acreditamos que
participar da aliança global Sky
Team é uma grande oportunidade. Uma companhia aérea, para
ser eficiente, hoje e no futuro, precisa estar numa das três alianças
que estão aí -as outras são One
World e Star Alliance. No grupo
da Sky Team, além da Alitalia, estão companhias aéreas fortes, como a Air France, a Delta, a Korean, a AeroMexico e a KLM, que
entrou há pouco, através de acordo de natureza societária com a
empresa francesa." KLM - "É verdade que a Alitalia e
a holandesa KLM fizeram um
acordo em 1997. Um acordo industrial que resultou também em
investimentos no aeroporto de
Malpensa, em Milão. A KLM o
rompeu no ano 2000, alegando
que o governo italiano não havia
dado garantias suficientes para
desenvolver Malpensa como
"hub" [aeroporto que irradia
vôos, constituindo um nó aéreo].
Isso foi à Justiça, e ficou decidido
que a Alitalia tinha razão, tanto
que os holandeses tiveram que arcar, em 2002, com uma sanção pesada, de 180 milhões." PRIVATIZAÇÃO - "Hoje 63% das
ações da Alitalia pertencem ao
Ministério do Tesouro. Mas a notícia novíssima é que um decreto
foi agora aprovado autorizando a
venda de ações até um nível que
pode ser inferior a 50%: passo importante para a privatização. É
prematuro dizer quem vai comprar essas ações, mas certamente
nossa integração societária com a
Air France pode ser ampliada." FORMAÇÃO - "Nasci perto de Milão, na cidadezinha de Varese. Estudei direito administrativo e trabalho há uma década na aviação.
Fui presidente da SEA [sociedade
gestora dos aeroportos de Malpensa e Linate, em Milão] e, no
posto, abri o novo aeroporto de
Malpensa. Não fui, nesse papel, o
"pai" dessa operação, mas, sim, o
"obstetra". A aviação é um setor
tão difícil quanto fascinante." |
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