São Paulo, segunda, 18 de janeiro de 1999

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PROVENÇA
Cidade portuária é ponto de partida para o castelo que teria inspirado romance do escritor Alexandre Dumas
Marselha faz lembrar o Rio de Janeiro

da enviada especial à Provença

Cidade grande e portuária, Marselha se distingue por ser uma metrópole bela que faz lembrar o Rio de Janeiro. Com 57 km de litoral e aos pés de colinas, Marselha abriga 820 mil habitantes, que em sua maioria são devotos a Nôtre-Dame de la Garde e a chamam de "bonne mére" (boa mãe).
Construída entre 1853 e 1864, a basílica neobizantina de Nôtre-Dame de la Garde tem no alto uma enorme estátua dourada da Virgem, que pode ser vista de qualquer canto da cidade.
A igreja chega a atingir 46 metros de altura e é um dos pontos mais visitados. Seu interior é revestido por mosaicos bem coloridos e revestimentos de mármore.
No passado, Marselha se tornou "a porta para o oeste" para grande parte do comércio oriental por ter o maior porto e ser a segunda maior cidade da França.
Um ponto de beleza da cidade é o porto Vieux (antigo), onde hoje ficam ancoradas várias embarcações. Atualmente, esse porto só recebe pequenos barcos, mas ainda mantém o mercado de peixes, aberto diariamente.
Na região do porto Vieux estão concentrados vários hotéis, que aproveitam a vista dos quartos para atrair turistas, e os restaurantes à beira-mar. Um dos pratos típicos da região é o "bouillabaisse", um tipo de sopa de peixe que lembra a caldeirada brasileira.
A "bouillabaisse" traz vários produtos do mar, como diabo-marinho, salmonete, vermelho, peixe-escorpião e enguia-marinha, todos temperados com tomates, açafrão e azeite de oliva. O caldo do peixe é servido primeiro, com torradas e um molho bem picante. O peixe é trazido depois, e o cliente pode pedir mais caldo para acompanhar. É um prato bem forte e picante, mas vale a pena provar.
Outra opção de passeio é caminhar na beira do porto Vieux, mas o visitante deve evitar andar sozinho e à noite, porque a cidade tem alguns dos problemas típicos de metrópoles, como a violência.
A Château de If, que também recebe a visita de muitos turistas, é uma pequena ilha que fica 2 km a sudoeste do porto. O forte foi erguido em 1524 para guardar a artilharia, mas nunca chegou a ser usado. Tornou-se depois uma prisão, que chegou a ser cenário do livro "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas. O "château" é aberto à visitação, e há uma cela especial, com um buraco de fuga.
Considerado o primeiro porto de recreio europeu, Marselha oferece durante o verão as praias como umas das principais atrações e promove atividades náuticas.
Na cidade há pequenas ruas, praças tranquilas, prédios do século 18 e apresenta uma região agitadíssima: a do bulevar Canebière e da Cité Radieuse, um complexo residencial moderno criado em 1952, caracterizado por um grande bloco de concreto com centenas de janelas pequenas e coloridas.
O bulevar Canebière foi uma das mais célebres avenidas no passado e traz hoje vestígios de sua importância. Nela foram instalados o Palácio da Bolsa, os cafés mais glamourosos, hotéis de viajantes e antigos palácios. (CC)



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