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BELEZA CAPITAL
Apesar do tom oficial, museu idealizado por família do ex-presidente constrói panorama didático de sua vida
Memorial resume prestígio de JK na capital
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BRASÍLIA (DF)
Se Brasília não tivesse esse nome, poderia se chamar cidade JK.
Ponte, prédio de apartamentos,
hotel, aeroporto. Quase tudo homenageia seu fundador. Pedaços
de seus discursos estão gravados
em monumentos e placas. A capital erguida no planalto ermo é a
sinopse em concreto do governo
de Juscelino Kubitschek de Oliveira, que assumiu o poder há
longínquas cinco décadas -prometendo desenvolvimento de "50
Anos em Cinco"-, mas que parece nunca ter perdido a majestade na cidade que fez construir.
O Memorial JK, inaugurado em
1981 e projetado por Oscar Niemeyer, sintetiza didaticamente a
vida do estadista e protege seu túmulo -sob delicados vitrais de
Marianne Peretti. Obra idealizada
pela viúva, Sara Kubitschek (seu
escritório é exibido em uma das
salas), e ainda hoje administrada
pela família do ex-presidente, o
museu constrói uma biografia
oficialista de Juscelino, apagando
da história suas amantes ou inimigos políticos.
Ainda assim, é curioso ver a
aliança do casamento; o pijama,
que revela a estatura mediana; o
fraque que vestia na inauguração
de Brasília, ao lado do rico vestido
de "dona" Sarah, fotos da infância
em Diamantina (MG); a biblioteca de sua casa, recheada de livros
de medicina, sua formação acadêmica; a carteira de identidade e
uma agenda de telefones, com
anotações indecifráveis...
Mineiro nascido em 12/9/ 1902,
Juscelino foi eleito deputado federal, por duas vezes, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais, antes de chegar à Presidência, em 1956. Com o término
do mandato, de cinco anos, tornou-se senador por Goiás. Pretendia concorrer à Presidência
em 1965, mas no ano anterior teve
seus direitos políticos cassados
pelos militares. Morreu em 1976,
em um acidente de carro.
Do lado de fora do museu, na lateral, uma coluna de 28 m sustenta uma estátua de JK, feita por Honório Peçanha. O ex-presidente
acena, em direção à Esplanada. É
justa a homenagem. Sem ele, não
existiriam nem Brasília nem os
brasilienses.
(JULIANA DORETTO)
Memorial JK - Praça do Cruzeiro; tel.: 0/xx/61/3226-7860; www.memorialjk.com.br. De ter. a dom., das 9h às
18h. Entrada: R$ 4
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