São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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BELEZA CAPITAL

Apesar do tom oficial, museu idealizado por família do ex-presidente constrói panorama didático de sua vida

Memorial resume prestígio de JK na capital

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BRASÍLIA (DF)

Se Brasília não tivesse esse nome, poderia se chamar cidade JK. Ponte, prédio de apartamentos, hotel, aeroporto. Quase tudo homenageia seu fundador. Pedaços de seus discursos estão gravados em monumentos e placas. A capital erguida no planalto ermo é a sinopse em concreto do governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira, que assumiu o poder há longínquas cinco décadas -prometendo desenvolvimento de "50 Anos em Cinco"-, mas que parece nunca ter perdido a majestade na cidade que fez construir.
O Memorial JK, inaugurado em 1981 e projetado por Oscar Niemeyer, sintetiza didaticamente a vida do estadista e protege seu túmulo -sob delicados vitrais de Marianne Peretti. Obra idealizada pela viúva, Sara Kubitschek (seu escritório é exibido em uma das salas), e ainda hoje administrada pela família do ex-presidente, o museu constrói uma biografia oficialista de Juscelino, apagando da história suas amantes ou inimigos políticos.
Ainda assim, é curioso ver a aliança do casamento; o pijama, que revela a estatura mediana; o fraque que vestia na inauguração de Brasília, ao lado do rico vestido de "dona" Sarah, fotos da infância em Diamantina (MG); a biblioteca de sua casa, recheada de livros de medicina, sua formação acadêmica; a carteira de identidade e uma agenda de telefones, com anotações indecifráveis...
Mineiro nascido em 12/9/ 1902, Juscelino foi eleito deputado federal, por duas vezes, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais, antes de chegar à Presidência, em 1956. Com o término do mandato, de cinco anos, tornou-se senador por Goiás. Pretendia concorrer à Presidência em 1965, mas no ano anterior teve seus direitos políticos cassados pelos militares. Morreu em 1976, em um acidente de carro.
Do lado de fora do museu, na lateral, uma coluna de 28 m sustenta uma estátua de JK, feita por Honório Peçanha. O ex-presidente acena, em direção à Esplanada. É justa a homenagem. Sem ele, não existiriam nem Brasília nem os brasilienses. (JULIANA DORETTO)


Memorial JK - Praça do Cruzeiro; tel.: 0/xx/61/3226-7860; www.memorialjk.com.br. De ter. a dom., das 9h às 18h. Entrada: R$ 4


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