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ANTIGA INDOCHINA
Partindo de Hanói, estrada acaba em Ho Chi Minh, antes Saigon, ex-capital do Vietnã do Sul
Trilha da guerra vira rota turística
DA ASSOCIATED PRESS
Se as bombas americanas não o
atingissem, levaria seis meses para um soldado norte-vietnamita
fazer a travessia pela trilha selvagem de Ho Chi Minh. Hoje, percorre-se a rota a 100 km/h, tendo
ao fundo um cenário montanhoso desconcertante.
A trilha, que exerceu um importante papel na Guerra do Vietnã,
tem sido adicionada aos itinerários da crescente indústria turística do país. Várias seções da velha
rota, na verdade um conjunto de
16 mil quilômetros de trilhas, estradas e cursos de água, têm se recuperado. A artéria principal se
tornou a rodovia Ho Chi Minh.
A estrada começa em Hanói, a
capital, e termina nos degraus da
cidade de Ho Chi Minh, antes conhecida como Saigon, antiga capital do Vietnã do Sul.
Passa por campos de batalha como Sanh e o vale La Drang, vilarejos tribais que margeiam o áspero
planalto central e oferece acesso a
algumas das atrações mais importantes do país -o antigo trono
real de Hue, o pitoresco porto de
comércio de Hoi An e as praias do
mar do Sul da China.
Na recentemente reconstruída
cidade de Vinh, a "Dresden do
Vietnã", todos os prédios, exceto
um, foram destruídos pelo bombardeio americano.
Perto dali, na cidade agrícola de
cultivo de arroz Kim Lien, estão a
humilde cabana onde o líder revolucionário Ho Chi Minh nasceu
e um museu dedicado a sua turbulenta vida.
Como Minh é um ícone nacional, a cidade atrai cerca de 1,5 milhão de visitantes domésticos e alguns estrangeiros por ano.
Foi em um dos aniversários de
Minh, em 9 de maio de 1959, que a
construção da trilha começou. Ao
longo de 16 anos, a estrada carregou suprimentos e mais de 1 milhão de norte-vietnamitas para
campos de batalha no Vietnã do
Sul. "Alguns argumentam que a
vitória americana teria seguido a
abertura da trilha", escreve John
Prados em "The Blood Road" (a
estrada de sangue). Para os norte-vietnamitas, a rota incorporou as
aspirações do povo. Percorrê-la se
tornou a experiência central de
uma geração.
Em Dong Loc, 30 quilômetros
ao sul de Vinh, pára-se em um dos
muitos memoriais para se lembrar dos milhares que não completaram a travessia -um santuário ao lado de um monte, com
as tumbas de dez mulheres, entre
17 e 24 anos, assassinadas em um
ataque a bomba. Há incensos, flores e itens femininos (presilhas e
espelhos) sobre cada tumba.
No Vietnã central, dirige-se por
longas vias sem cruzar com outros carros conforme a rota avança por vales cercados de penhascos de pedra calcária. Quase todos
os traços da presença americana
desapareceram. Os risonhos jovens que cercam os visitantes não
sabem nada da guerra.
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