DA ENVIADA ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU

Se a promessa for cumprida no tempo certo, os turistas que visitarem Foz do Iguaçu contarão com um complexo turístico -com museu, show de luzes e refúgio biológico- na usina de Itaipu a partir de 6 de dezembro. Atualmente, faz-se visitas turísticas, técnicas e especiais na maior hidrelétrica do mundo, localizada entre o Brasil e o Paraguai.
Assim como a promessa de inaugurar teleféricos, restaurante panorâmico e elevadores modernos no Parque Nacional do Iguaçu foi adiada, o show noturno de luzes na hidrelétrica, anunciado para maio de 2001 em reportagem da Folha, foi remarcado para o fim deste ano.
Segundo Hélio Teixeira, superintendente de comunicação social de Itaipu, o atraso da inauguração da Iluminação Monumental de Itaipu, como foi batizado o projeto, foi devido à crise da energia brasileira em 2001. O projeto de iluminação é de Peter Gasper.
Com investimento de R$ 8 milhões em todo o complexo, o proejto tem como objetivo segurar por mais tempo o visitante na cidade. "Foz vive em função do turismo, que está em crise devido aos problemas na Argentina e no Brasil. O show vai obrigar o turista a ficar uma noite a mais na cidade", diz Teixeira.
As novidades incluem o Refúgio Biológico Bela Vista, o Ecomuseu, o show de luzes e o canal da Piracema. São espaços projetados ou revitalizados em parceria com a USP, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal do Paraná.
Quando a hidrelétrica de Itaipu foi construída, foi interrompida a passagem de peixes pelo rio Paraná. O canal da Piracema é um projeto para proporcionar que a ictiofauna, peixes como dourado, surubim e pintado, consiga transpor a barragem, atravessar o reservatório de Itaipu e desovar nas cabeceiras do rio. Com cerca de 7 km de extensão, o canal liga a jusante à montante da barragem. O canal, que terá como objetivo estudar a migração dos peixes, não será aberto à visitação no início.
Do complexo turístico consta a revitalização do Ecomuseu, criado em 1987. O espaço contará a história da ocupação humana no oeste do Paraná, a construção de Itaipu e a produção de energia, com a ajuda de diversos painéis, maquetes interativas e terminais multimídia.
Outra área prometida para ser aberta à visitação é o refúgio biológico, instalado ao lado da usina, ocupando 2.000 hectares. O refúgio, que desenvolve projetos como recuperação de áreas degradadas e criadouros de animais silvestres, contará com passarelas para os turistas verem animais como veado, onça e jaguatirica.
De acordo com Newton Luiz Kaminski, gerente do Departamento de Proteção Ambiental de Itaipu, a construção do refúgio biológico foi feita seguindo o conceito de sustentabilidade. O uso de água, energia e materiais é racional. Foi colocada no telhado de algumas construções, por exemplo, grama para diminuir o calor na área interna.
"Será preciso um dia e meio para visitar rapidamente o complexo de Itaipu", afirma Kaminski.

As visitas hoje
Interessados em saber como a força das águas é transformada em energia não podem deixar de visitar a hidrelétrica de Itaipu. Há três tipos de passeio, todos gratuitos, que variam de uma visita rápida a uma excursão detalhada.
A visita começa com um filme que conta a história da hidrelétrica ao som de "Planeta Água", música de Guilherme Arantes. Irrita um pouco pela quantidade de clichês: mostra as plantas e os bichos da região e a grandiosa construção feita de concreto e aço.
Depois começam as visitas turística, especial ou técnica, da qual participou a Folha. Nesta visita, é possível ver onde é controlada a distribuição de energia e observar os eixos das turbinas (de 3.360 t cada uma) girando velozmente.
Painéis contam um pouco da história e da geração de energia da usina, que reuniu 40 mil trabalhadores para sua construção a partir de 1975. Atualmente, a capacidade de geração de energia da usina é de 12,6 mil megawatts. Itaipu produz por ano 90 milhões de megawatts/hora (MWh) e fornece energia para 25% do Brasil.
O volume de concreto usado em sua construção equivale ao utilizado em 210 Maracanãs e o ritmo das obras da usina foi igual à construção de um prédio de 20 andares a cada 55 minutos.
(GABRIELA ROMEU)


Hidrelétrica de Itaipu - Av. Tancredo Neves, 6.702, tel. 0/xx/45/520-6999.


Texto Anterior: Resorts de Foz oferecem lazer monitorado
Próximo Texto: Compra-se até US$ 150 no Paraguai
Índice