São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Grande Muralha é, hoje, objeto de uma invasão que é turística

Trechos populares possuem ingredientes de parque temático

DO ENVIADO À CHINA

A Grande Muralha da China pouco fez ao longo da história para defender o território chinês das hordas de "invasores bárbaros" vindos das estepes mongóis. Mas, hoje, atrai multidões de turistas diariamente.
Os trechos populares têm todos os ingredientes de um parque temático, a exemplo das demais atrações turísticas chinesas: teleféricos, escorregadores e todo tipo de quinquilharia à venda.
No entanto, a Grande Muralha é exemplo de como dá para evitar multidões no país mais populoso do mundo. Para quem quer visitas menos circenses, as montanhas no entorno de Pequim oferecem alternativas.
Desde o litoral, na fronteira entre as províncias de Hebei e Liaoning, até os confins do deserto de Gobi, em plena Rota da Seda, há nove mil quilômetros de barreiras defensivas. Apesar de monumental, a Grande Muralha não desempenhou papel defensivo. Tampouco é verdade que seja visível desde a Lua.
Mesmo assim, a muralha sempre acumulou funções importantes: funcionava como uma estrada suspensa, facilitando o transporte de mercadorias pelo terreno montanhoso, e um sistema de faróis à fumaça utilizando suas torres denunciava o avanço de tropas inimigas.
A primeira edificação data do fim do século 3 a.C., época da unificação da China pelo imperador Qin Shi Huang. No século 15, a dinastia Ming retomou os trabalhos, mas não conseguiu impedir a invasão do país pelos manchus dois séculos depois.
Hoje, a maioria esmagadora dos visitantes conhece a muralha nos trechos vizinhos à capital chinesa. Entre eles, o estado de conservação varia. O mais popular é o de Badaling, a 70 quilômetros de Pequim. Há trechos pouco explorados, como o de Jiankou, para aventureiros que preferem a muralha em estado bruto, sem restaurações e com gradientes vertiginosos.
Popular entre mochileiros, a caminhada que liga os trechos de Jinshanling e Simatai, é um ótimo meio termo. Lá, a muralha foi parcialmente restaurada, mas sem os excessos dos sítios populares. Quase não há grupos de turistas e a vista é espetacular. Há trechos íngremes, sendo desejável ter disposição para encarar os 10 quilômetros de caminhada. (PC)


Texto Anterior: Terraços de arroz foram escavados há meio milênio
Próximo Texto: FOLHA.com
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.