São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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"IN AND OUT"

Outras áreas, como Brooklyn, Queens e The Bronx, são parte da metrópole e merecem não ser ignoradas

Conhecer Nova York inclui dar as costas a Manhattan

Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
Inaugurada em 1883, a ponte Brooklyn, de pedra e aço, com 1.833 metros de extensão, liga a ilha de Manhattan a essa região que já foi uma cidade autônoma

HELOISA LUPINACCI
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Diante de um calendário, programar uma viagem a Nova York (nycvisit.com) é um exercício de seleção. Qual museu será descartado, qual passeio deixado para a próxima vez, que restaurante não entrará no roteiro, seja pelo preço ou pela falta de tempo.
Isso já acontece ao turista que se restringe aos domínios de Manhattan. E fica mais evidente se forem integrados à viagem passeios pelos outros "boroughs" -Brooklyn, Queens, The Bronx e Staten Island- que formam a cidade, além da famosa e estreita ilha. Mas, se deixar essas outras regiões de fora do roteiro facilita a organização, ignorá-las significa limar passeios que incluem bons museus, excelente comida e agradáveis caminhadas.

Grid
E a caminhada mais memorável é justamente aquela que leva para fora de Manhattan. Tudo começa no City Hall, a prefeitura da cidade. Logo ali é o começo da ponte Brooklyn.
É verdade que o caminho mais fácil para o lado de lá do rio East está sob o chão, nos trilhos percorridos pelo metrô. Mas, imediatismos de lado, daqui seguiremos à pé.
Nesse caso, pela pista da direita, porque a da esquerda é reservada para ciclistas.
Alguns minutos de caminhada pela ponte, e o turista começa a ser emaranhado pelos cabos de aço que há 125 anos sustentam esse marco nova-iorquino. Ali dentro, com cabos estirados em diversas direções, a impressão que se tem é a de estar dentro de um grid -aquele conjunto de linhas que estrutura construções e páginas.
Do lado esquerdo, avista-se a ponte Manhattan, que, além da Williamsburg e da Brooklyn, liga Manhattan ao Brooklyn. Do lado direito, lá longe, é possível divisar a Estátua da Liberdade. Para trás, à direita, avista-se o amontoado de prédios de Downtown Manhattan.
De 26 de junho a 13 de outubro, o passeio vai ter mais um quê. Nesse período, haverá uma cachoeira ali. A obra é de arte, é do artista dinamarquês Olafur Eliasson e atende pelo nome de New York City Waterfalls (www.nycwaterfalls.org). Além da queda-d'água na ponte Brooklyn, haverá mais três -uma no Brooklyn, entre os píeres 4 e 5, uma em Governors Island e uma no píer 35, em Manhattan.
Com ou sem cachoeira, depois de percorrer os 1.833 metros da ponte de pedra e aço, um dos principais cartões-postais de Nova York, avista-se a placa "Bem-vindo ao Brooklyn. Que doce ele é" (Welcome to Brooklyn. How sweet it is). E a paisagem fica mais avermelhada, dos prédios de tijolos.

Quanto tempo
O auto-proclamado doce Brooklyn deve tomar ao menos um dia da viagem. O Queens também. Bem como The Bronx, onde há muito mais que o estádio de beisebol dos Yankees.
Vai da preferência do viajante, é claro, tirar um dia da conta de Manhattan para dedicar a essas regiões. Mas conhecer Nova York passa por isso.
Isso porque em 1868 os cinco "boroughs" se uniram, dando origem à cidade, então a segunda maior do mundo.
Em Manhattan, o desafio é controlar a ansiedade. E aceitar que muita coisa vai ficar de fora -pensar que da próxima vez a injustiça será reparada ajuda a lidar com esse sentimento.
De qualquer forma, é bom não perder de vista que, além de todos os programas -ver os prédios (leia na pág. F11), visitar os museus, fazer compras, ir a restaurantes-, é preciso reservar um tempo para ficar um dia à toa, fazer piquenique e tirar uma pestana no Central Park ou caminhar a esmo pelas enormes avenidas-cânions.
Não importa quanto tempo a viagem durar, vai faltar tempo para fazer tudo.


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