|
Próximo Texto | Índice
DE PORTAS ABERTAS
Cidades como Lisboa, Coimbra e Sintra energizam estada de veranistas no país
Calor ilumina tours por Portugal
MARISTELA DO VALLE
ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
A Eurocopa acabou há 15 dias,
mas os portugueses mantêm nas
janelas de suas casas bandeiras do
país, talvez agora por conta da
Olimpíada, em agosto. As mesmas janelas abertas ao espírito patriótico estimulado pelo futebol e
pelo apelo do presidente Jorge
Sampaio se escancaram com o
passar dos turistas, principalmente dos brasileiros, a quem os portugueses chamam de irmãos.
Tal recepção calorosa esquenta
ainda mais o verão, que inspira
passeios ao ar livre por vielas, ruínas de castelos, praias e parques.
O bairro de Belém, em Lisboa,
se presta deliciosamente ao programa, e o transeunte tem vontade de se atirar sobre os esguichos
de água que regam os gramados.
Ali estão dois ícones da capital: o
mosteiro dos Jerónimos e a torre
de Belém (site de ambos é
www.mosteirojeronimos.pt), a
última originalmente construída
num ilhéu do rio Tejo, mas hoje já
quase no continente, devido ao
deslocamento do curso do rio.
Já o primeiro deve ser visitado
sem pressa, para que o turista tenha tempo de apreciar cada detalhe dessa jóia encomendada pelo
rei Manuel 1º em 1501, com seu
imenso claustro rodeado de arcos
rendilhados e o antigo refeitório
dos monges. O ingresso custa
4,50, e o local fica aberto das 10h
às 18h30, de maio a setembro, e
das 10h às 17h, de outubro a abril.
Ali bem perto, o estilo modernoso do Centro Cultural de Belém
(www.ccb.pt/ccb), erguido no
início dos anos 1990 em forma de
caixote, não combina com o vizinho e por isso mesmo causou polêmica na época da construção,
mas hoje abriga importantes exposições e espetáculos.
O dia bonito também entusiasma o turista a copiar os hábitos
dos lisboetas e dar uma volta pelo
Parque das Nações, principalmente pela espécie de calçadão à
margem do rio Tejo. Ali os freqüentadores pedalam magrelas,
patinam, caminham, tomam sol,
namoram, se amassam. No parquinho, as crianças vibram com
brinquedos em formato de instrumentos musicais.
Tais cenas do cotidiano também podem ser apreciadas do alto, a partir do teleférico que circula de uma ponta à outra do parque. O preço para uma perna de
trajeto é 3,50.
O Parque das Nações reabilitou
uma antiga zona degradada da cidade ao ser criado por conta da
Expo-98 (feira mundial que teve
os oceanos como tema). A cidade
herdou da exposição o oceanário
(www.oceanario.pt) e pavilhões,
como o do Conhecimento
(www.pavconhecimento.pt).
À noite a cidade fica um pouco
mais fria, mas um casaquinho leve estimula a caminhada pelos
bairros da capital cuja vida noturna não tem pressa e começa a decolar na madrugada.
Opções de bares e danceterias
não faltam, e quem deseja apreciar
as luzes da cidade do alto pode se
juntar à muvuca aos pés da estátua do Adamastor, monstro de
"Os Lusíadas", no miradouro de
Santa Catarina. Ali um quiosque
vende petiscos e drinques principalmente para o público jovem.
Quem procura focos da juventude portuguesa, aliás, vai gostar
de circular por Coimbra, onde
cerca de 30 mil dos 150 mil habitantes são universitários.
Casais de namorados e garotas
com telemóveis na mão ocupam
os edifícios seculares e circulam
por regiões como a praça das Mamudas, assim apelidada pelos alunos por causa dos peitos grandes
e evidentes das estátuas.
Também o público estudantil
de Guimarães anima a primeira
capital do país e não há quem resista sentar numa das mesinhas
dispostas ao ar livre no largo da
Oliveira, no centro antigo.
Mas, se o visitante não tiver
tempo nem dinheiro para se afastar muito de Lisboa, Sintra se torna um bom programa estilo domingo no parque para toda a família. Pausam as caminhadas nos
horários de sol intenso ambientes
internos, como o museu do Brinquedo (www.museu-do-brinquedo.pt) e o palácio Nacional
(www.ippar.pt/monumentos/palacio-sintra.html), que até
dia 2 de novembro hospeda uma
exposição sobre antigas máquinas de guerra (ingresso conjugado, incluindo exposição e visita ao
palácio, custa 7).
Os mais preguiçosos de encarar
a montanhosa cidade têm a alternativa de passear pelos pontos
mais óbvios de carruagem ou de
caminhar demoradamente pelo
parque da Pena (www.parquesdesintra.pt), que rodeia o famoso
palácio homônimo. As fontes d'água e as sombras das árvores refrescam os acalorados.
Os amantes da natureza com
tempo e disposição ainda podem
desvendar o Parque Nacional Sintra-Cascais, que abrange 14.451
hectares e avança até o litoral, no
rumo do povoado de Azenhas do
Mar e do cabo da Roca, o ponto
mais ocidental da Europa. Mas esse passeio merece uma outra história.
Maristela do Valle viajou a convite do
Icep (Investimento, Comércio e Turismo
de Portugal) e das Pousadas de Portugal.
Próximo Texto: Jorra vinho de antigo aqueduto Índice
|