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ANDE NOS ANDES
Setembro é melhor para esquiador
Com menos gente, neve compactada e preços mais baixos, baixa temporada é boa época para ir às pistas
Joel Silva/Folha Imagem
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Esquiador desce montanha na estação de Portillo entre as marcas da passagem de outros esquiadores |
PRISCILA PASTRE-ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se fosse possível fazer uma
equação para descrever o que o
turista encontra na maioria das
estações de esqui da América
do Sul na alta temporada ela seria a seguinte: neve + muitos,
muitos brasileiros mesmo.
A proximidade do Chile e da
Argentina e o período de férias
escolares no Brasil colaboram
para que camisas verde-amarelas invadam as terras de "los
hermanos" -principalmente
quando há neve abundante, caso desta temporada de inverno.
Em plena segunda quinzena
de julho, há uma notícia ruim e
uma boa para aqueles que pensam em aproveitar a neve ainda
neste ano. A primeira é que
quem não garantiu com antecedência o seu pacote para uma
das grandes estações chilenas
ou argentinas dificilmente vai
encontrar um lugar neste final
de alta temporada.
A segunda é que na baixa
temporada, que começa em
agosto e termina na segunda
semana de outubro, os preços
caem, o movimento diminui e a
neve fica mais compactada. Ou
seja: o turista gasta menos, pode se divertir em estações mais
vazias e esquiar ou praticar
snowboard em pistas com melhores condições.
Para ter uma idéia do tamanho da queda dos preços, em
setembro dá para fechar pacotes até 50% mais baratos. "Outra vantagem é que é possível ficar menos dias. Em julho e
agosto, os hotéis só aceitam fechar pacotes de uma semana",
diz Fernando do Nascimento,
da Nascimento Turismo.
Descobertas brazucas
A estação Cerro Castor, em
Ushuaia, já é bastante conhecida pelos argentinos e começa a
ganhar fãs brasileiros.
Segundo Frederico Levy, da
Interpoint, entre as vantagens
de esquiar em Ushuaia estão a
latitude -os hotéis ficam no nível do mar, o que não deixa o ar
tão seco-, a proximidade das
pistas, que ficam a meia hora de
carro, e a possibilidade de conhecer a cidade, que tem toda a
infra-estrutura necessária para
atender bem os visitantes.
Na Viva Terra (www.vivaterra.com.br) o pacote de sete
noites, com aéreo e café da manhã, sai por US$ 1.310.
Outra estação novata, a Esquel, na Província Chubut, Argentina, vem crescendo. O governo começou a investir recentemente na estrutura e o
principal chamariz são os preços, bem abaixo dos lugares já
consagrados pelos fãs do esqui.
Na Viagem Aventura (www.viagemaventura.com.br),
passar cinco noites, com aéreo,
custa US$ 867.
Neve demais
A alta temporada não começou auspiciosa em Bariloche.
Tempestades e acúmulo de neve (que, em alguns locais, chegou a 2,5 m de altura) prejudicaram a rede elétrica e geraram
corte de luz no mês passado,
deixando até 35 mil pessoas
sem energia. Na semana passada, Bariloche ficou mais 16 horas sem luz. Reportagem do
"Clárin" registrou reclamações
de esquiadores acusando a concessionária dos teleféricos de
cobrar passe completo, mas só
dar acesso a algumas linhas.
Outras críticas foram as filas
para conseguir um lugar nos
meios de elevação, de mais de
30 minutos, a insuficiência de
banheiros e a demora para remover a neve das ruas.
Em espírito oposto, uma matéria desta semana do "La Nación" divulgou estatísticas da
Secretaria de Turismo Argentina falando nos "5% a mais de visitantes do que em 2006 nesta
temporada invernal", em um
total de visitantes estimado em
11,1 milhões, contra 10,6 milhões do ano passado.
O excesso de neve, que é sempre boa notícia para esquiadores, ainda pode, neste ano, causar problemas. Na Argentina, a
crise energética ameaça ser
agravada pelo aumento do consumo de energia elétrica por
causa do emprego adicional de
sistemas de aquecimento.
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