São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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ANDE NOS ANDES

Setembro é melhor para esquiador

Com menos gente, neve compactada e preços mais baixos, baixa temporada é boa época para ir às pistas

Joel Silva/Folha Imagem
Esquiador desce montanha na estação de Portillo entre as marcas da passagem de outros esquiadores


PRISCILA PASTRE-ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se fosse possível fazer uma equação para descrever o que o turista encontra na maioria das estações de esqui da América do Sul na alta temporada ela seria a seguinte: neve + muitos, muitos brasileiros mesmo.
A proximidade do Chile e da Argentina e o período de férias escolares no Brasil colaboram para que camisas verde-amarelas invadam as terras de "los hermanos" -principalmente quando há neve abundante, caso desta temporada de inverno.
Em plena segunda quinzena de julho, há uma notícia ruim e uma boa para aqueles que pensam em aproveitar a neve ainda neste ano. A primeira é que quem não garantiu com antecedência o seu pacote para uma das grandes estações chilenas ou argentinas dificilmente vai encontrar um lugar neste final de alta temporada.
A segunda é que na baixa temporada, que começa em agosto e termina na segunda semana de outubro, os preços caem, o movimento diminui e a neve fica mais compactada. Ou seja: o turista gasta menos, pode se divertir em estações mais vazias e esquiar ou praticar snowboard em pistas com melhores condições.
Para ter uma idéia do tamanho da queda dos preços, em setembro dá para fechar pacotes até 50% mais baratos. "Outra vantagem é que é possível ficar menos dias. Em julho e agosto, os hotéis só aceitam fechar pacotes de uma semana", diz Fernando do Nascimento, da Nascimento Turismo.

Descobertas brazucas
A estação Cerro Castor, em Ushuaia, já é bastante conhecida pelos argentinos e começa a ganhar fãs brasileiros.
Segundo Frederico Levy, da Interpoint, entre as vantagens de esquiar em Ushuaia estão a latitude -os hotéis ficam no nível do mar, o que não deixa o ar tão seco-, a proximidade das pistas, que ficam a meia hora de carro, e a possibilidade de conhecer a cidade, que tem toda a infra-estrutura necessária para atender bem os visitantes.
Na Viva Terra (www.vivaterra.com.br) o pacote de sete noites, com aéreo e café da manhã, sai por US$ 1.310.
Outra estação novata, a Esquel, na Província Chubut, Argentina, vem crescendo. O governo começou a investir recentemente na estrutura e o principal chamariz são os preços, bem abaixo dos lugares já consagrados pelos fãs do esqui.
Na Viagem Aventura (www.viagemaventura.com.br), passar cinco noites, com aéreo, custa US$ 867.

Neve demais
A alta temporada não começou auspiciosa em Bariloche. Tempestades e acúmulo de neve (que, em alguns locais, chegou a 2,5 m de altura) prejudicaram a rede elétrica e geraram corte de luz no mês passado, deixando até 35 mil pessoas sem energia. Na semana passada, Bariloche ficou mais 16 horas sem luz. Reportagem do "Clárin" registrou reclamações de esquiadores acusando a concessionária dos teleféricos de cobrar passe completo, mas só dar acesso a algumas linhas.
Outras críticas foram as filas para conseguir um lugar nos meios de elevação, de mais de 30 minutos, a insuficiência de banheiros e a demora para remover a neve das ruas.
Em espírito oposto, uma matéria desta semana do "La Nación" divulgou estatísticas da Secretaria de Turismo Argentina falando nos "5% a mais de visitantes do que em 2006 nesta temporada invernal", em um total de visitantes estimado em 11,1 milhões, contra 10,6 milhões do ano passado.
O excesso de neve, que é sempre boa notícia para esquiadores, ainda pode, neste ano, causar problemas. Na Argentina, a crise energética ameaça ser agravada pelo aumento do consumo de energia elétrica por causa do emprego adicional de sistemas de aquecimento.


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