São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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CEARÁ

Soterrada, Tatajuba segue na história de vendedora de cocos

Passeio pela região é uma dica para fugir do roteiro tradicional e conhecer outras maravilhas naturais

DO ENVIADO A JERICOACOARA

Compensa a ida a Tatajuba, entre outras coisas, a história contada por Delmira Silvestre das Chagas, 48, que vende água de coco numa barraquinha em frente ao que foi uma igreja e perto do que foi a sua casa. Ambas faziam parte de uma vila com 150 moradias soterradas por dunas. Hoje restam apenas pedaços das construções mais altas.
Delmira tem uma foto de 1982 da igreja colada no seu balcão. Diz ter sido batizada nela, e conta que sua família foi uma das que mais resistiram à invasão das dunas. Acordavam de madrugada para varrer a casa, mas a areia insistia em fazer pesar os lençóis e estalar os dentes ao grudar no almoço. Quando as dunas impediram que uma das portas da casa abrisse, abandonaram o lugar.
Há também uma coletânea de lendas locais que Delmira conta de acordo com o interesse do cliente. Quem gostar desse tipo de história pode pedir uma segunda água de coco e espichar um pouco a visita.
Dali é possível avistar a Nova Tatajuba, fundada por parte dos moradores da vila soterrada. Trata-se de um aglomerado de casas de pescadores, uma pequena igreja e um posto de saúde que muitos dizem lembrar a Jericoacoara pré-turismo intenso.
Passar por essa região e seguir dali para a lagoa Verde é um dos principais passeios de buggy para quem está em Jericoacoara. O buggy parte de manhã, um horário ditado pela maré, que sobe do meio para o final da tarde e pode complicar o caminho de volta.
São 36 quilômetros, trajeto que inclui dez minutos em uma balsa rústica para atravessar um braço-de-mar que leva a Guriú, no município de Camocim, e duas horas entre praias e dunas, sempre na companhia de coqueiros e coqueiros e coqueiros.
Quase no início do percurso, à esquerda, há o Mangue Seco, onde é possível fazer um passeio de canoa para observar cavalos marinhos -geralmente com menos de 10 cm de comprimento, ao contrário do que podem sugerir eventuais lembranças de desenhos animados. O passeio custa entre R$ 10 e R$ 25, dependendo da quantidade de interessados.
Outra parada, bem mais adiante, é um lago cercado pela duna do Funil -a duna, oval, lembra um estádio aproximadamente do tamanho do Morumbi, e o lago, seu gramado. Você pode deslizar até lá embaixo no esqui-bunda, um pedaço de madeira alugado por três nativos. Que, com bastante senso comercial, mantêm um isopor com água e com cerveja para depois da subida.
O ponto final do passeio é a lagoa Verde. Na beira dela, inclusive com algumas mesas e cadeiras levemente dentro d'água, fica a barraca do Didi - O Rei dos Grelhados, restaurante que tem como atração um cardápio literal: na bandeja trazida pelo garçom há lagostas, peixes e camarões que ainda não passaram pela cozinha. Gasta-se a partir de R$ 25 por meias-porções eventualmente suficientes para dois. (THIAGO MOMM)


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