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Cananéia, fundada em 1531, tem conjunto arquitetônico dos séculos 18 e 19 com fachadas feitas de pedra
Moradores querem recuperar casas históricas tombadas
DO ENVIADO ESPECIAL A CANANÉIA
Fundada em 1531, Cananéia
possui um conjunto arquitetônico tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, composto de casas térreas e sobrados com fachadas de pedra. A maior parte data
do século 19. A rua Tristão Lobo
(antiga rua do Fogo), a primeira
da cidade, no centro, reúne várias
delas, sendo algumas do século 18.
Apesar do valor histórico, boa
parte das casas de Cananéia está
em más condições de conservação. Por isso os moradores iniciaram um movimento para alavancar a recuperação desses imóveis.
A arquiteta cananeense Jeany
Xavier de Almeida Trisuzzi, 29,
comprou uma casa no centro para montar seu escritório e a recuperou levando em conta as características históricas.
Na lateral dos telhados, refez as
"ondinhas", chamadas de "eira" e
"beira" (termos que originaram a
expressão "sem eira nem beira").
"Na época, referia-se às pessoas
que não tinham dinheiro para fazer isso nas casas", explica a guia
Luzineti Nunes, 45.
Jeany, que já reformou outras
casas históricas da cidade, diz que
faz isso também por amor à cidade. "Quero que as pessoas venham e achem bonito."
Outras atrações
A principal atração do centro é a
igreja mais antiga do Vale do Ribeira, a São João Batista, construída em 1577. O prédio, localizado
em frente ao canal do Mar Pequeno, servia como igreja e como forte para defesa da cidade.
Por ter essas duas características, o templo religioso ainda preserva as seteiras, aberturas laterais
pelas quais os habitantes atiravam
com seus mosquetões contra os
invasores.
A cidade, por onde passava a linha imaginária do Tratado de
Tordesilhas, foi alvo de muitas
disputas entre portugueses e espanhóis. Embaixo do altar, havia
ainda um túnel de 3 km para a fuga de mulheres e crianças.
A Câmara Municipal, na rua
Tristão Lobo, abriga o prédio da
antiga cadeia pública, do século
18. As salas ocupadas pelos vereadores são as antigas celas.
A aconchegante cidade abriga
também o Museu Municipal, que
expõe utensílios indígenas antigos, parte de um tronco no qual
os escravos eram acorrentados,
ossos de animais marinhos e um
grande tubarão-branco "taxidermado" (tipo empalhado), com
5,50 m e 3,5 kg. Há ainda painéis
contando a história da cidade. A
entrada custa R$ 1.
(AUGUSTO PINHEIRO)
Museu Municipal de Cananéia - Rua
Tristão Lobo, 78, tel. 0/xx/13/ 6851-1753.
Entrada: R$ 1.
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