São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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Cananéia, fundada em 1531, tem conjunto arquitetônico dos séculos 18 e 19 com fachadas feitas de pedra

Moradores querem recuperar casas históricas tombadas

DO ENVIADO ESPECIAL A CANANÉIA

Fundada em 1531, Cananéia possui um conjunto arquitetônico tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, composto de casas térreas e sobrados com fachadas de pedra. A maior parte data do século 19. A rua Tristão Lobo (antiga rua do Fogo), a primeira da cidade, no centro, reúne várias delas, sendo algumas do século 18.
Apesar do valor histórico, boa parte das casas de Cananéia está em más condições de conservação. Por isso os moradores iniciaram um movimento para alavancar a recuperação desses imóveis.
A arquiteta cananeense Jeany Xavier de Almeida Trisuzzi, 29, comprou uma casa no centro para montar seu escritório e a recuperou levando em conta as características históricas.
Na lateral dos telhados, refez as "ondinhas", chamadas de "eira" e "beira" (termos que originaram a expressão "sem eira nem beira"). "Na época, referia-se às pessoas que não tinham dinheiro para fazer isso nas casas", explica a guia Luzineti Nunes, 45.
Jeany, que já reformou outras casas históricas da cidade, diz que faz isso também por amor à cidade. "Quero que as pessoas venham e achem bonito."

Outras atrações
A principal atração do centro é a igreja mais antiga do Vale do Ribeira, a São João Batista, construída em 1577. O prédio, localizado em frente ao canal do Mar Pequeno, servia como igreja e como forte para defesa da cidade.
Por ter essas duas características, o templo religioso ainda preserva as seteiras, aberturas laterais pelas quais os habitantes atiravam com seus mosquetões contra os invasores.
A cidade, por onde passava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, foi alvo de muitas disputas entre portugueses e espanhóis. Embaixo do altar, havia ainda um túnel de 3 km para a fuga de mulheres e crianças.
A Câmara Municipal, na rua Tristão Lobo, abriga o prédio da antiga cadeia pública, do século 18. As salas ocupadas pelos vereadores são as antigas celas.
A aconchegante cidade abriga também o Museu Municipal, que expõe utensílios indígenas antigos, parte de um tronco no qual os escravos eram acorrentados, ossos de animais marinhos e um grande tubarão-branco "taxidermado" (tipo empalhado), com 5,50 m e 3,5 kg. Há ainda painéis contando a história da cidade. A entrada custa R$ 1.
(AUGUSTO PINHEIRO)


Museu Municipal de Cananéia - Rua Tristão Lobo, 78, tel. 0/xx/13/ 6851-1753. Entrada: R$ 1.


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