São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2010

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feira

Turismo brasileiro nos EUA cresce 16%

EM ORLANDO Evento Pow Wow reuniu 5.500 participantes de 71 países

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Terminou ontem, em Orlando, na Flórida, a 42ª edição do evento Pow Wow, que divulgou números que mostram o Brasil como um dos mais vigorosos emissores de turistas para os EUA em 2009. A lista dos 20 maiores mercados inclui México e Canadá, que fazem fronteira com os EUA. Neste ranking, o Brasil aparece em 7º lugar.
O que mais chama a atenção não é o número absoluto, mas, sim, o crescimento de 16% no envio de turistas brasileiros aos EUA quando comparados os dados de 2009 e de 2008.
Mais de 890 mil turistas brasileiros foram aos EUA no ano passado; e, em 2008, esse número totalizou pouco menos de 770 mil viajantes. O crescimento foi constatado pela U.S. Travel Association (www.disco veramerica. com), que reúne a indústria do turismo norte-americana, num panorama em que a maior parte dos países decresceu nesse quesito.
Durante o Pow Wow, o presidente e CEO da organização comentou os números, sublinhando ainda o crescimento de visitantes saídos da China e da Índia, países relativamente pouco afetados pela recente crise econômica mundial.
Reunindo cerca de 5.500 participantes de 71 países, o Pow Wow reuniu 1.100 compradores de produtos turísticos entre 15 e 19 de maio. Ocorreram encontros pré-agendados a 4.400 fornecedores.
Entre elas, empresas hoteleiras, operadores de turismo, parques temáticos -como Disney, Universal e Sea World-, companhias aéreas e de navegação; locadoras de automóveis, seguros e cartões de crédito e órgãos institucionais de fomento turístico, os chamados "convention & visitors bureaus". Também os 540 jornalistas presentes tinham à disposição 1.150 estandes.
Dow comentou a fragilidade do setor mencionando o derramamento de óleo causado pela empresa BP no golfo do México, que, para ele, pode afetar seriamente a indústria do turismo norte-americano. Mencionou ainda o vulcão da Islândia, que já prejudica as viagens à Europa e aos EUA.
Outro fantasma que ainda ronda o setor é o dos atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001. Roger Dow afirmou que a U.S. Travel Association segue pressionando o governo dos EUA para proteger e expandir o Visa Waiver Program, programa que dispensa alguns países da necessidade de visto de entrada quando a rejeição cai a níveis inferiores a 5%.
Luiz de Moura Jr., vice-presidente internacional da U.S. Travel Association também comentou o crescimento da visitação brasileira aos EUA, comentando a dificuldade para a obtenção de visto de turista. "O caminho deveria ser o do entendimento entre os dois países, para que o Brasil entre no Visa Waiver Program", disse.
"Como esses acordos se baseiam em reciprocidade, também os norte-americanos enfrentam dificuldades semelhantes para conseguir visto de entrada em nosso país." Segundo Moura, outro número que impressiona quando se verifica o desempenho do turismo emissivo brasileiro tem relação com os gastos.
"Enquanto os turistas mexicanos -que totalizaram mais de 13 milhões em 2009- gastaram cerca de US$ 8 bilhões em viagens de turismo nos EUA, o gasto dos cerca de 890 mil viajantes brasileiros em território norte-americano totalizou US$ 4,4 bilhões no ano passado."
Com 54,9 milhões de visitantes estrangeiros em 2009, os EUA experimentaram uma queda com relação a 2008. Entre turistas do mundo todo, as cinco principais portas de entrada no país são as cidades de Nova York, Miami, Los Angeles, Newark -ao lado de Nova York- e Honolulu. Entre os brasileiros, pela ordem, as cidades mais procuradas são Miami, Orlando e Nova York.
De 2000 a 2009, na média, o crescimento do número de turistas que foram aos EUA foi de 7%. Segundo a Organização Mundial do Turismo, no mesmo período as chegadas internacionais cresceram, no mundo, 17%.

SILVIO CIOFFI hospedou-se em Orlando (EUA) a convite da U.S. Travel Association



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