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ACHADOS PERUANOS
Maior cidade de barro do mundo, construída no século 12, teve 100 mil habitantes e 10 mil construções
Mundo pré-incaico resiste na estrutura de Chan Chan
DO ENVIADO ESPECIAL A TRUJILLO
Até a inauguração do Museu
Tumbas Reales de Sipán, as ruínas de Chan Chan, na cidade
colonial de Trujillo, figuravam
como a principal atração turística do norte do Peru.
Apesar da ação do tempo e
dos saqueadores, a maior cidade de barro do mundo e capital
da sociedade chimú -construída por volta do século 12- vale
uma meticulosa visita guiada,
assim como as pirâmides do Sol
e da Lua.
A cidade de Chan Chan chegou a ter 100 mil habitantes e
10 mil construções e ocupava
uma imensa área, da qual apenas 14 km2 estão preservados
-menos de metade da área original. A ação dos espanhóis e,
mais tarde, dos saqueadores
despojaram a cidade de sua
cultura material, enquanto o
fenômeno cíclico El Niño dissolveu parte de sua estrutura,
feita em barro.
O que sobrou, no entanto, recebeu um meticuloso trabalho
de restauração, realçando as
suas imensas dimensões, e merece uma visita de pelo menos
três horas de duração. As paredes de até quatro metros (chegavam a dez) e os pátios amplos
conseguem manter o esplendor da cidade, conquistada pelos incas em 1471.
Em alguns recintos, é possível admirar frisos decorados,
embora sem a mesma sofisticação dos mochicas.
Pirâmides
A cerca de meia hora de carro
de Chan Chan estão as imponentes pirâmides do Sol e da
Lua, construídas pelos mochicas. Apesar de erguidas 700
anos antes da cidade de barro, o
desenvolvimento artístico é
maior e surpreende pela riqueza de detalhes, sobretudo nos
murais. Ainda sem visitação interna, a pirâmide do Sol é a
maior construção pré-colombiana do Peru, com uma altura
de 45 m, alcançada com a utilização de 140 milhões de tijolos.
Menor, a pirâmide da Lua
surpreende pelas elaboradas
pinturas nas paredes e pelo sofisticado trabalho de escavação
em andamento.
Os arqueólogos encontraram
cinco templos construídos um
sobre o outro entre os séculos
1º e 6º. Por isso, apesar das várias descobertas, algumas partes do sítio nunca serão alcançadas, devido ao risco de desmoronamento.
Na saída do complexo, vale a
pena parar no centro cultural
chamado de O Rosto Inconcebível, mantido por Javier Garcia Vazquez e seus irmãos, descendentes de mochicas. Ali, por
até R$ 6, é possível comprar réplicas da cerâmica mochica.
Fim do passeio e cansado do
mundo pré-incaico? Pois Trujillo mantém um importante
conjunto arquitetônico da época colonial que vale conhecer.
Mas essa é uma outra história.
Mesmo.
(FABIANO MAISONNAVE)
PACOTE
US$ 1.751
Três noites em Lima, no hotel
León de Oro, três em Trujillo, no
Los Conquistadores, e duas em
Chiclayo, no Las Musas, com café da manhã e duas refeições.
Inclui visita às ruínas de Chan
Chan, ao balneário de Huanchaco, ao Museu Tumbas Reales e
ao Senhor de Sipán. Além de
traslados, guias e seguro. Com
passagem aérea. Na Pisa Trekking: 0/xx/11/5052-4085;
www.pisa.tur.br.
DICA: GUIA É ESSENCIAL PARA DESBRAVAR SÍTIOS
A utilização de guias é essencial para conhecer os
dois lugares. A reportagem
contratou e recomenda a
guia Laura Duran (tel.: 00/
xx/51/1/959-5935). Mas, tanto em Chan Chan quanto
nas huacas do Sol e da Lua,
são oferecidos serviços locais de guia. Mais informações turísticas podem ser
encontradas no site do órgão
oficial de turismo do país
www.peru.info/peruptg.asp.
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