São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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ACHADOS PERUANOS

Maior cidade de barro do mundo, construída no século 12, teve 100 mil habitantes e 10 mil construções

Mundo pré-incaico resiste na estrutura de Chan Chan

DO ENVIADO ESPECIAL A TRUJILLO

Até a inauguração do Museu Tumbas Reales de Sipán, as ruínas de Chan Chan, na cidade colonial de Trujillo, figuravam como a principal atração turística do norte do Peru. Apesar da ação do tempo e dos saqueadores, a maior cidade de barro do mundo e capital da sociedade chimú -construída por volta do século 12- vale uma meticulosa visita guiada, assim como as pirâmides do Sol e da Lua.
A cidade de Chan Chan chegou a ter 100 mil habitantes e 10 mil construções e ocupava uma imensa área, da qual apenas 14 km2 estão preservados -menos de metade da área original. A ação dos espanhóis e, mais tarde, dos saqueadores despojaram a cidade de sua cultura material, enquanto o fenômeno cíclico El Niño dissolveu parte de sua estrutura, feita em barro.
O que sobrou, no entanto, recebeu um meticuloso trabalho de restauração, realçando as suas imensas dimensões, e merece uma visita de pelo menos três horas de duração. As paredes de até quatro metros (chegavam a dez) e os pátios amplos conseguem manter o esplendor da cidade, conquistada pelos incas em 1471.
Em alguns recintos, é possível admirar frisos decorados, embora sem a mesma sofisticação dos mochicas.

Pirâmides
A cerca de meia hora de carro de Chan Chan estão as imponentes pirâmides do Sol e da Lua, construídas pelos mochicas. Apesar de erguidas 700 anos antes da cidade de barro, o desenvolvimento artístico é maior e surpreende pela riqueza de detalhes, sobretudo nos murais. Ainda sem visitação interna, a pirâmide do Sol é a maior construção pré-colombiana do Peru, com uma altura de 45 m, alcançada com a utilização de 140 milhões de tijolos. Menor, a pirâmide da Lua surpreende pelas elaboradas pinturas nas paredes e pelo sofisticado trabalho de escavação em andamento.
Os arqueólogos encontraram cinco templos construídos um sobre o outro entre os séculos 1º e 6º. Por isso, apesar das várias descobertas, algumas partes do sítio nunca serão alcançadas, devido ao risco de desmoronamento.
Na saída do complexo, vale a pena parar no centro cultural chamado de O Rosto Inconcebível, mantido por Javier Garcia Vazquez e seus irmãos, descendentes de mochicas. Ali, por até R$ 6, é possível comprar réplicas da cerâmica mochica. Fim do passeio e cansado do mundo pré-incaico? Pois Trujillo mantém um importante conjunto arquitetônico da época colonial que vale conhecer. Mas essa é uma outra história. Mesmo. (FABIANO MAISONNAVE)

PACOTE

US$ 1.751
Três noites em Lima, no hotel León de Oro, três em Trujillo, no Los Conquistadores, e duas em Chiclayo, no Las Musas, com café da manhã e duas refeições. Inclui visita às ruínas de Chan Chan, ao balneário de Huanchaco, ao Museu Tumbas Reales e ao Senhor de Sipán. Além de traslados, guias e seguro. Com passagem aérea. Na Pisa Trekking: 0/xx/11/5052-4085; www.pisa.tur.br.

DICA: GUIA É ESSENCIAL PARA DESBRAVAR SÍTIOS
A utilização de guias é essencial para conhecer os dois lugares. A reportagem contratou e recomenda a guia Laura Duran (tel.: 00/ xx/51/1/959-5935). Mas, tanto em Chan Chan quanto nas huacas do Sol e da Lua, são oferecidos serviços locais de guia. Mais informações turísticas podem ser encontradas no site do órgão oficial de turismo do país www.peru.info/peruptg.asp.


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