São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Vacina precisa ser discutida caso a caso

'Mapa das doenças' não deve ser levado ao pé da letra; especialistas aconselham avaliação médica individual

Tipo de acomodação é um dos fatores a serem levados em conta por médico em consulta preliminar à viagem

RAFAEL MOSNA

DE SÃO PAULO

O mapa ao lado pode não ser um chamariz para o turismo. Quem pensa em viajar raramente espera ter perrengues como uma doença inoportuna ou mesmo providenciar um certificado internacional de vacinação. Ele tampouco deve ser levado ao pé da letra: cada viajante deve adaptá-lo à sua necessidade.
"Não existe uma listinha de vacinas para cada destino. É preciso fazer uma análise individual, que varia de pessoa para pessoa", explica Marta Heloisa Lopes, do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais do Hospital das Clínicas.
Para quem mora em São Paulo, antes de viajar para zonas endêmicas, o conselho é procurar o Ambulatório dos Viajantes, que fica no Hospital das Clínicas, e passar por uma consulta. "No ambulatório, atendemos quem vai viajar e fazemos, primeiramente, uma consulta em grupo, explicando como devem ser as prevenções. E individualmente, quais vacinas devem ser tomadas", diz Lopes.
O tipo de acomodação também é uma situação a ser analisada pelo médico. "Alguém vai aos Emirados Árabes. Eu pergunto: ficará numa cidade ou na zona rural? Ficará em acampamentos ou habitações coletivas? Tudo isso influi na prevenção."
Para o turista, uma das mais importantes vacinas a serem tomadas é a contra a febre amarela, indicada a quem viaja, por exemplo, a certas localidades da Amazônia e do continente africano. Deve ser tomada dez dias antes da viagem e vale por dez anos.
"A vacina contra febre amarela é produzida a partir de um vírus enfraquecido. Ele tem sua capacidade de ação diminuída a ponto de não causar a doença, mas de induzir uma reposta imunológica. Caso entre em contato com o vírus selvagem, a pessoa já terá a proteção feita", conta Esper Kallás, infectologista e professor da Universidade de São Paulo (USP).
O processo não é o mesmo para outras doenças, como a hepatite B. "Uma pessoa vai para uma região onde tem muita hepatite B, como a China. Depois de receber a vacina, precisa fazer o teste para saber se está protegida. A proteção ocorre em cerca de 95% dos casos", explica Kallás.


Texto Anterior: Fila é diminuta no Ambulatório do Viajante do HC-SP
Próximo Texto: Frases
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.